Os números não mentem. Eles são exatos e deixam claro: o novo coronavírus é uma ameaça real ao sistema de saúde da RMVale, que pode entrar em colapso rapidamente caso não aconteça o achatamento da curva do contágio.
O Vale do Paraíba conta, hoje, com 2,55 milhões de habitantes, segundo dados de 2019 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Se, eventualmente, 10% de toda a população local contraísse o coronavírus, seriam 255 mil pessoas infectadas ao mesmo tempo.
Considerando que, deste número, 5% poderiam contrair a forma grave da doença e precisassem de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), seriam 12,5 mil pessoas ao mesmo tempo precisando desse tipo de atendimento.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Vale do Paraíba tinha 4.483 leitos de internação (inclui os de UTI) em fevereiro de 2020. Desse total, 2.573 eram leitos do SUS (Sistema Único de Saúde), ainda sem considerar os novos leitos adquiridos pelas prefeituras após o início da quarentena.
Vale reforçar: seriam 12,5 mil pessoas para apenas 4.483 leitos - não haveria leitos suficientes para todas as pessoas, caso estas se infectassem ao mesmo tempo. Assim, como ainda não existe a vacina para a doença, a melhor solução segue sendo o distanciamento social. No estado de São Paulo, a quarentena termina na próxima terça-feira, dia 7 de abril. Até lá, apenas serviços essenciais de comércio podem funcionar. Na segunda-feira, o governador João Doria (PSDB) poderá prorrogar o período de isolamento.
Neste domingo, o secretário de Saúde de São José dos Campos, Danilo Stanzani, reforçou a necessidade do distanciamento social. “Tudo é novo quando se fala do covid-19. Temos que aprender com os países onde a epidemia chegou antes que o Brasil: o isolamento social é a arma mais eficiente para combater o crescimento acelerado de novos casos e a sobrecarga no sistema de saúde”, afirmou.
Em O Vale
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