terça-feira, 28 de abril de 2020

Celso de Mello manda PGR analisar pedido de Randolfe para apreender celular de Zambelli



O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello determinou que a Procuradoria-Geral da República analise um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede) para que o celular e outros aparelhos eletrônicos da deputada federal Carla Zambelli (PSL) sejam apreendidos e periciados para ‘ratificar o verdadeiro teor’ das conversas mantidas pela parlamentar com ex-Ministro Moro’.
A decisão se dá no mesmo despacho em que o decano da Corte autorizou abertura de inquérito para investigar as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro sobre suposta interferência política na Polícia Federal. O ministro também autorizou a PF a ouvir Moro em até 60 dias. 

Em seu pedido, Randolfe afirmou que ‘a prova produzida já parece não ser mais controvertida, já que ambas as partes concordaram no recorte da conversa exibido à imprensa’. “Contudo, para que tenha real validade jurídica no âmbito de qualquer instrução probatória, é necessário que a prova tenha sua validade lastreada pelo Estado investigador”.

“Comunique-se à douta Procuradoria-Geral da República, mediante cópia, o teor da presente decisão, solicitando-lhe, ainda, que se manifeste sobre o pleito formulado pelo Senhor Senador Randolph Rodrigues”, decidiu o decano.

Até o momento, o ex-ministro já exibiu mensagens de WhatsApp em que Bolsonaro cita investigações contra aliados no Congresso, para exigir: “Mais um motivo para a troca”.

Também mostrou uma conversa com a deputada federal Carla Zambelli, em que ela pede para que o ministro aceite uma vaga no STF em setembro, e também a troca na PF, pelo diretor da Abin. “Va em setembro para o STF. Eu me comprometo a ajudar. A fazer o JB prometer”.

“Prezada, não estou à venda”, responde Moro.

A deputada federal Carla Zambelli exibiu, depois, em entrevista à CNN Brasil, imagens de conversas com o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, em que pede ao chefe da pasta: ‘Se o PR exonerar o Valeixo, o sr topa conversar para ver um nome que atenda a ambos?’ – PR é uma referência a Presidente da República. Na conversa, a parlamentar também pede para que o ministro não deixe o cargo. O Estado também obteve acesso ao material.

No Estadão

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