segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Corte de verba ameaça uso de urnas eletrônicas nas eleições de 2016


Urna eletrônica

Nas eleições em que o uso da urna eletrônica completaria vinte anos no Brasil, a falta de dinheiro pode fazer o país retroceder à votação por cédulas de papel. Uma portaria conjunta do Poder Judiciário, publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União, afirma que "o contingenciamento imposto à Justiça Eleitoral inviabilizará as eleições de 2016 por meio eletrônico".

O corte de gastos na Justiça Eleitoral previsto para o ano que vem é de 428.739.416 reais, o segundo maior, atrás apenas do corte de 555.064.139 de reais na Justiça Federal. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o corte compromete a aquisição e manutenção de equipamentos necessários para a execução do pleito do próximo ano.

"Esse bloqueio no orçamento afeta severamente vários projetos do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). O impacto maior reflete no processo de aquisição de urnas eletrônicas, com licitação já em curso e imprescindível contratação até o fim do mês de dezembro, com o comprometimento de uma despesa estimada em 200.000.000,00 reais", diz nota do tribunal. "A demora ou a não conclusão do procedimento licitatório causará dano irreversível e irreparável à Justiça Eleitoral. As urnas que estão sendo licitadas têm prazo certo e improrrogável para que estejam em produção nos cartórios eleitorais."

Desde 1996, a Justiça Eleitoral usa majoritariamente urnas eletrônicas no Brasil - elas são substituídas por urnas manuais apenas em caso de pane. Os pleitos municipais, como os do ano que vem, movimentam mais candidatos a prefeituras e câmaras municipais do que as eleições gerais.

Na semana passada, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, já havia procurado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, para expor a preocupação diante da medida do Executivo.

A medida também atingiu outras cortes cujo financiamento é diretamente vinculado ao caixa da União: a Justiça do Trabalho perde 423.393.109 de reais; o Supremo fica impedido de usar 53.220.494 de reais; o STJ, 73.286.271 de reais; a Justiça Militar da União, 14.873.546 de reais; a Justiça do Distrito Federal e Territórios fica sem 63.020.117 de reais; e o Conselho Nacional de Justiça teve congelados 131.165.703 de reais.

O contingenciamento já entrou em vigor, conforme a norma assinada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, pela vice-presidente do Tribunal Superior de Justiça, ministra Laurita Vaz, pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Antonio José de Barros Levenhagen, pelo presidente do Superior Tribunal Militar, ministro William de Oliveira Barros, e pelo presidente do Tribunal de Justiça do DFT, desembargador Getúlio de Moraes Oliveira.

Veja.com

SIGILO EM LOTERIAS DA CAIXA PODE FAVORECER FRAUDE



A insistência da Caixa em manter sob sigilo os ganhadores dos milionários prêmios das loterias reforça suspeitas sobre o uso do dinheiro dos sorteios em esquemas de lavagem de dinheiro, por exemplo. Mexer nisso é como cutucar vespeiro: autor de um projeto que obrigava a Caixa a divulgar a identidade dos ganhadores de loteria, o ex-senador Gerson Camata (PMDB-ES) sofreu várias ameaças.

A Caixa alega “questão de segurança” para manter o segredo. Só no Brasil apostadores de loteria não têm direito de saber quem venceu.

Projeto de Álvaro Dias (PSDB-PR), sobre o qual se senta o relator José Pimentel (PT-CE), prevê “banco de dados” identificando ganhadores.

Álvaro Dias apresentou seu projeto após alguém ser “premiado” mais de 500 vezes. “Um outro ganhou mais de 240 vezes em um mês”, diz.

Lula e Dilma popularizaram a corrupção cometendo-a em dimensões oceânicas



Os governos de Lula e Dilma alcançaram um feito notável: deram visibilidade inédita à corrupção cometendo-a em proporções oceânicas. Fizeram isso com o auxílio de um elenco de apoio que inclui Collors, Dirceus, Cunhas e Valdemares, Delcídios, Vaccaris, Calheiros e outros azares

Por ora, o acúmulo de fraudes e roubalheiras leva à conclusão de que a única consequência prática do mar de lama é produzir outro mar de lama —o mensalão puxando o petrolão—, tudo desaguando num oceano tóxico em que boia um país atônito.

O Brasil ainda não encontrou a solução. Mas pelo menos já começou a enxergar o problema. Segundo o Datafolha, a corrupção alçou pela primeira vez desde 1996 o topo da preocupação dos brasileiros.

Para 34% dos eleitores, a roubalheira tornou-se o principal problema do país. Vêm a seguir: saúde (16%), desemprego (10%), educação e violência (8% cada), além da ruína econômica (5%).

Empurrado para a encruzilhada ética, o país dispõe de duas alternativas: pode tomar, finalmente, o rumo da moralidade. Ou pode continuar afundando em seus vícios insanáveis.

Há uma semana, numa palestra em São Paulo, o juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, soou pessimista: “Apesar dessas revelações e de todo o impacto desse processo, não tivemos respostas institucionais relevantes por parte do nosso Congresso e por parte do nosso governo'', disse.

“Precisamos ter uma melhora das instituições, e eu, sinceramente, não vejo isso acontecendo de maneira nenhuma”, prosseguiu Moro. “Do ponto de vista de iniciativas mais gerais contra a corrupção, existe um deserto. Parece que a Operação Lava jato, nessa perspectiva, é uma voz pregando no deserto.''

É nessas horas que a política precisa demonstrar sua utilidade. Ou o pedaço do Congresso que ainda tem vergonha na cara toma providências ou potencializará a crença segundo a qual “político é tudo igual”. Essa é um tipo de crença que envenena a democracia. Se são todos iguais, como escolher entre votar num ou noutro? Mais um pouco e a plateia estará se perguntando: pra que votar?

Por Josias de Souza

domingo, 29 de novembro de 2015

Filho de Lula usou Wikipedia para tentar enganar a polícia


Luís Cláudio Lula da Silva

Os textos que Luís Cláudio Lula da Silva entregou à polícia para justificar o recebimento de 2,4 milhões de reais de uma empresa de consultoria não passam de “meras reproduções de conteúdo disponível” na internet, “em especial, no site do Wikipedia”, informa relatório da Polícia Federal.

No depoimento que prestou à PF no início do mês, o filho caçula do ex-presidente Lula afirmou ao delegado Marlon Cajado, responsável pela Operação Zelotes, que o dinheiro que recebeu entre 2014 e 2015 do escritório de lobby Marcondes & Mautoni eram referentes a pagamento por “trabalhos prestados” por sua empresa, a LFT Mar­keting Esportivo.

A Marcondes & Mautoni é suspeita de ter negociado com autoridades do governo a renovação de uma medida provisória que, decretada em 2014, prorrogou benefícios para empresas do setor – o grosso da clientela do escritório. Seu principal sócio, Mauro Marcondes Machado, está preso desde o mês passado.

Solicitado a detalhar o teor de tão bem remunerado trabalho, Luís Cláudio afirmou à polícia ter entregue à Marcondes & Mautoni projetos de “pesquisa, avaliações setoriais e elaboração propriamente dita”, com “foco relacionado à Copa do Mundo e à Olimpíada” do Rio. Cópias do suposto trabalho foram deixadas com os investigadores. Ao analisá-las, porém, a PF concluiu que , além de terem sido baseadas na Wikipedia, “pareciam ser de rasa profundidade e complexidade, em total falta de sintonia com os milionários valores pagos”, conforme diz o relatório.

Luís Cláudio formou-se em Educação Física pela FMU, em São Paulo, mas sua defesa alegou à PF que sua expertise na área de consultoria tem “lastro na prestação de serviço, por cinco anos ininterruptos, em quatro dos mais destacados clubes de futebol”: Luís Cláudio de fato passou pelos clubes São Paulo, Palmeiras, Santos e Corinthians., sempre levado por amigos do pai, mas em nenhum deles desempenhou atividade que pudesse ter utilidade nos projetos que diz ter desenvolvido para o escritório hoje sob investigação da PF.O caçula de Lula entrou no São Paulo como estagiário no departamento amador do clube, e dali em diante, nos demais times onde esteve, nunca passou de auxiliar de preparador físico.

Fonte: Veja

LÍDER DE DILMA NÃO TEM DATA PARA SAIR DA CADEIA



Preso por tentar subornar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não citá-lo em delação, além de propor fuga para a Espanha, o líder do governo Dilma, senador Delcídio Amaral (PT) não tem prazo para sair da cadeia. Para Luis Henrique Cesar Prata, perito em Direito Penal, é caso clássico de prisão preventiva por obstrução da “instrução criminal” e o petista pode ficar preso até o fim das investigações da Lava Jato.

A prisão de Delcídio pode ser renovada inúmeras vezes. Ocorre a Marcelo Odebrecht, preso há cinco meses, e José Dirceu, há três.

Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que está preso na Lava Jato, gravou a trama usando o próprio celular.

Quem conhece o líder do governo não se surpreendeu: a gravação mostra um Delcídio malandro, fanfarrão, arrotando vantagens.

sábado, 28 de novembro de 2015

Mudar é preciso! (Chacoalhando o Bambuzal)



A velha e surrada máxima popular “a ocasião faz o ladrão” continua a pleno vapor e mostra a abundância de seguidores em nossa política, para tristeza e decepção dos contribuintes nacionais, que depois são convocados a pagar pelo rombo nas finanças públicas, como agora e de forma desesperada a presidente Dilma resolveu apelar para a CPMF.

Existe corrupção devido às oportunidades encontradas por elementos inescrupulosos que se lançam na política e cargos públicos, exclusivamente, para obter vantagens pessoais. Não é demais dizer que política, no Brasil, é a arte de tirar vantagem da coisa pública. Lênin disse: “Onde termina a política começa a trapaça”. E de trapaceiro político o país está cheio.

A corrupção está atualmente institucionalizada na política eleitoral e nos órgãos públicos de indicação política. Nas administrações públicas, a corrupção passou a ser uma regra. No caso do Governo Federal, disse o ex-ministro Maílson da Nóbrega: “Nas administrações petistas, a corrupção passou a ter método, regras e objetivos. Em nome de um projeto de permanência no poder, buscava-se arrecadar fundos para financiar campanhas e comprar o apoio político. E no assalto ao Estado, muitos aproveitam para enriquecer.” E o exemplo de enriquecimento pode ser observado no patrimônio do ex-presidente Lula, um pobretão que entrou sem eira nem beira para a política e hoje, ele e filhos, riem à toa com o status que desfrutam.

Não é por nada que muitas pessoas sem estudo ou aqueles que estudaram, mas não aprenderam nada, despreparadas para o sucesso profissional, incompetentes por natureza optem pela política, é nela que mora a chance de sucesso financeiro. Ser político no Brasil ou descolar uma indicação para exercer um cargo público, é um grande negócio, dadas as vantagens pecuniárias, prestígios e mordomias desfrutadas, coisas que na vida privada jamais conseguiriam. Não é difícil achar cidades onde o prefeito nomeia um verdadeiro exército de apaniguados, que serve apenas como instrumento eleitoral, e por conta disso, deixa de contratar médicos para o serviço público de saúde tão necessário aos cidadãos.

É claro que tem muita gente boa, interessada apenas na construção do país, na construção de uma cidade melhor, porém, não será no barulho da mídia, nos discursos fáceis e nos autoelogios que este bom cidadão será encontrado. O bom é discreto, faz parte da sociedade como cidadão comum, e imbuído de espirito público participa da política sempre tratando seus feitos como obrigação, diferentemente dos medíocres que tratam atos simples e corriqueiros como atos heroicos.

O cidadão tem muitos exemplos iguais e sabe que esses grupos de ordinários perturbam apenas enquanto existem. Desaparecendo após, sem deixar nada construído atrás de si, apenas a imagem de uma cidade arruinada. Ano que vem tem eleição municipal, e não tem hora melhor para que os cidadãos ofereçam seu desprezo a essa gente. Não tem hora melhor para mostrar a porta da rua a quem não serve para nada. Enfim, não tem hora melhor para escolher o melhor e o mais preparado dos candidatos.

Posturas e consequências



Pedintes 04Tive um grande amigo, já falecido, que sempre dizia:“Jamais faltará miséria ao miserável ou fartura ao farturento”.

Era um português com muito pouca escolaridade, talvez com somente um ou dois anos do primário, mas com enorme discernimento, com o qual levava a vida de modo extremamente correto, justo. Ajudava muitas pessoas que o procuravam e, em seu julgamento, achava que devia, mas também sabia falar verdades sobre os que, como dizia: “não valiam o que comiam”.

Assim também era minha avó paterna. Também portuguesa e mulher de pouquíssimo estudo, era extremamente inteligente e de pouquíssimas brincadeiras. Sempre falava sério, mas com carinho, ensinando o que podia ensinar, e era muito, pois me ensinou muito do pouco que sei.

Até sua morte falava coisas que até hoje me fazem pensar como, durante sua vida, foi capaz de fazer tantas observações que a permitiam resumir determinados comportamentos, que devíamos ter ou não, em simples frases, ditados.

Considero espetacular a vida dessas pessoas que conheci muito de perto e, entre elas, identifico uma clara analogia: Apesar de serem de origem humilde, e de terem chegado ao Brasil sem praticamente nada, trabalharam duro durante toda a vida e, com isso, construíram um patrimônio suficiente para manter diversas de suas gerações.

Nunca vi nenhum dos dois ostentar nada do que possuíam, mas nunca os vi com nenhum tipo de avareza, muito pelo contrário, ajudavam muito e a muitos. Entretanto, nunca percebi nenhum tipo de desperdício em nenhum dos dois. Nada era jogado fora, desperdiçado.

Outro ponto em comum era como nunca estavam reclamando de algo ruim, de uma doença, com eles ou com alguém da família, uma perda – ainda que enorme, como a de um cônjuge, filho, neto -, um prejuízo, nada, não havia reclamações. A vida continua e deve ser assim encarada.

Aqueles acontecimentos fugiam ao seu controle, eram as variáveis incontroláveis da vida, como o clima para o agricultor. Precisavam continuar, pois outros permaneciam vivos e, quanto à perda material, esta só poderia ser recuperada com mais trabalho.

Entretanto, vejo pessoas com dificuldades para as menores coisas da vida. Estão gripadas, reclamam, deitam, contam para todo mundo, fazem o maior drama, mas o que é realmente necessário – se cuidar -, elas não fazem.

Caiu? Nem olhe para os lados. Levante-se. Não espere que alguém venha lhe ajudar. Não se envergonhe ou fique encabulado. Todos podem tropeçar e cair. Humilhante é ser incapaz de se levantar sozinho, necessitar de ajuda por um simples tombo.

Pessoas com quedas muito maiores – como a da perda de filhos, por exemplo -, levantam-se e continuam a vida, pois sabem que ainda necessitarão ajudar os que ficaram.

Na cidade em que moro, conheço um homem saudável, com cerca de 35 anos, que vive nos semáforos pedindo esmolas. Ele possui um estreitamento enorme das arcadas dentárias, tanto superior como inferior, que inclusive lhe dificulta a fala. Após haver contribuído com ele por dezenas de vezes, um dia estacionei o carro e o chamei, oferecendo-me para levá-lo a um cirurgião dentista que trata exatamente destes casos, tendo dito a ele que o ajudaria para que fosse operado, mas ele recusou-se imediatamente. Logo imaginei o motivo: curado, ele teria de trabalhar como todos. Não poderia mais pedir esmolas.

Reclamar de uma situação e não agir para repará-la é o mesmo que mostrar uma ferida e não tratá-la.

O pior ainda está por ser revelado.


Mônica Bérgamo: “O ministro do STF Teori Zavascki tem deixado interlocutores de cabelo em pé. Relator da Operação Lava Jato na corte, ele repete que “o pior ainda está por ser revelado”.

A colegas, Teori diz que a teia de negócios é muito mais complexa do que a que veio até agora a público. Ele, no entanto, não avança nos comentários, deixando outros ministros tensos.”

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Aqui jaz o PT

A Veja define com precisão o significado do que disse a ministra do STF Carmen Lúcia quando votou pela prisão de Delcídio: ela produziu o epitáfio da era petista.

“Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou que a esperança tinha vencido o medo. Depois, descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça”.

Lava Jato exibe lado de dentro do nosso abismo



Que semana! Entre a terça e a quarta, foram em cana o amigo de Lula, José Carlos Bumlai, e o líder de Dilma, Delcídio Amaral. Na sexta, descobriu-se que a Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira do país, entregou os pontos. Pagará multa de R$ 1 bilhão e confessará crimes que vão muito além da Petrobras. O país virou uma espécie de trem fantasma rumo ao precipício.

Para muitos, o mensalão foi a beira do abismo. O petrolão é a vivência do abismo. Com sua vocação para a busca das verdades mais profundas, sem limites, a força-tarefa da Lava Jato apresenta ao Brasil o lado de dentro do abismo. A caminho das profundezas, o brasileiro percebe que, vista desde o buraco, a crise é mais nítida. O grotesco ganha uma fabulosa visibilidade.

No abismo, o hipócrita tem cara de hipócrita, a incompetente tem jeitão de incompetente. E o séquito de canalhas tem a aparência de um cortejo de canalhas. Olhando de baixo, percebe-se com mais clareza a teia.

Delcídio tentou silenciar Nestor Cerveró, que coordenou a compra de Pasadena, que foi avalizada por Dilma, que era a bambambã do governo Lula, que é amigão de José Carlos Bumlai, que é pai de Fernando Barros Bumlai, que é marido de Neca Chaves Bumlai, que é filha de Pedro Chaves dos Santos, que é suplente de Delcídio, que monitorava os humores de Bumlai a pedido de Lula, que não sabia de nada.

Um país inteiro tem que cair para salvar a pantomima. Só a derrota nacional salva o grupo hegemônico.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Andrade Gutierrez admite propina em obra da Copa e vai pagar R$ 1 bi


Otávio Marques de Azevedo, presidente da construtora Andrade Gutierrez é encaminhado para exames no IML de Curitiba (PR) - 20/06/2015

No maior acordo costurado pelo Ministério Público Federal na Operação Lava Jato até aqui, a gigante Andrade Gutierrez admitiu aos investigadores ter desembolsado propina para vencer a disputa para a construção e revitalização de estádios para a Copa do Mundo e para participar de obras na usina de Belo Monte, no Rio Madeira. Na Copa, a construtora detinha 20% do consórcio do Maracanã, 50% do consórcio do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e pleno controle das obras da Arena da Amazônia, em Manaus.

O acordo de leniência está em fase de ajustes finais e prevê que a gigante da construção pague 1 bilhão de reais em multa para compensar as fraudes, a formação de cartel e o esquema de corrupção nos contratos dos estádios do Mundial de 2014. O valor da multa é o maior já conseguido pela força-tarefa do Ministério Público que atua nas investigações sobre o bilionário esquema de corrupção na Petrobras.

Segundo as negociações feitas pelo corpo jurídico da Andrade, os executivos presos desde o dia 19 de junho em Curitiba, por ordem do juiz Sergio Moro, terão abrandamento significativo de pena caso se confirme o cenário mais provável e eles sejam condenados. Paralelamente ao acordo de leniência, dirigentes da AG negociam fechar delações premiadas em troca de benefícios judiciais. Uma das possibilidades é que sejam apontadas, por exemplo, políticos que podem ter recebido propina em obras prioritárias para o governo, como a usina de Belo Monte.

Em julho, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, aceitou denúncia contra o presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo e contra os executivos Antônio Pedro Campello de Souza, Armando Furlan Júnior, Elton Negrão, Flávio Gomes Machado Filho, Paulo Dalmazzo, além de lobistas, operadores e ex-dirigentes da Petrobras.

De acordo com esta denúncia apresentada pelo Ministério Público, o Grupo Andrade Gutierrez pagou propina a dirigentes da Petrobras em obras e contratos na Refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG), no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde (BA), na Refinaria de Paulínia (SP), no Gasoduto Urucu-Manaus, no Centro de Pesquisas (Cenpes) e no Centro Integrado de Processamento de Dados (CIPD), no Rio de Janeiro, no Gasoduto Gasduc III (RJ) e no Terminal de Regaseificação da Bahia.

A força-tarefa de procuradores que atuam nas investigações do esquema do petrolão conseguiu mapear 243 milhões de reais desviados pela Andrade Gutierrez entre 2007 e 2010 em 106 atos de corrupção ativa, 61 de corrupção passiva, 62 lavagens de dinheiro.

O Ministério Público apresentou três esquemas criminosos da Andrade Gutierrez com apoio de Alberto Youssef, Fernando Baiano e Armando Furlan, além de falsas consultorias. Os operadores Mário e Lucélio Góes também atuaram em esquemas da empresa, por meio da empresa RioMarine. Os recursos eram enviados para contas no exterior como a Maranelle e Phad. Uma vez no exterior, nas contas dos operadores, o dinheiro era repassado para as contas de Pedro Barusco. Ele também recebia valores de 300.000 a 400.000 reais em mochilas por meio de Mario Góes.Executivos da Andrade também foram acusados de pagar propina em obras da usina nuclear de Angra 3. Este caso deixou as mãos do juiz Sergio Moro depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu precedente para que as investigações da Lava Jato fossem fatiadas.

Procurada, a Andrade Gutierrez disse que não vai comentar o caso.

Governo Rinco condenado por litigância de má-fé


Deu no jornal Via Vale: Leia Íntegra

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200 milhões de brasileiros podem ser punidos porque PT, MST e MTST querem lei antiterror de mentirinha


O Brasil está prestes a ser punido com sanções financeiras por não ter uma lei que defina terrorismo, com o consequente estabelecimento da pena. Caro leitor, entre no mecanismo de busca do blog e veja desde quando trato do assunto… Já falo sobre a pressão internacional. Antes, algumas informações.

Há 194 representações na ONU. Apenas quatro não tipificam o crime de terrorismo. Sim, a nossa gloriosa Banânia é uma delas. As outras três são Líbia, Autoridade Palestina e República Tcheca. Não sei os motivos desta última. Os das outras duas é fácil: a Líbia é hoje governada por terroristas, e parte da Autoridade Palestina, a Faixa de Gaza, também. Para um terrorista, o que seria o terrorismo?

E por que o Brasil integra esse fabuloso grupo dos quatro, na contramão de 190 países, e está prestes a ser punido por isso? Ora, porque o Guilherme Boulos, do MTST, não quer uma lei antiterror. Porque o João Pedro Stedile, do MST, não quer uma lei antiterror. Porque os petistas e as esquerdas, com algumas raríssimas exceções, não querem uma lei antiterror. Porque, em suma, essas minorias radicais ou extremistas acreditam que podem impor a sua vontade a 200 milhões de brasileiros.

E por que essa gente não quer? Porque afirma que os ditos “movimentos sociais” seriam criminalizados. É? Então vamos ver o que estabelece o excelente substitutivo do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), aprovado por 38 votos a 18, a projeto originalmente enviado pelo governo à Câmara. A íntegra está aqui.

O texto vai ao ponto:

“Comete ato de terrorismo contra pessoa aquele que, isoladamente ou em concurso de agentes, pratica violência premeditada e provoca terror generalizado por extremismo político, intolerância religiosa ou de preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo.”

A pena prevista vai de 16 a 24 anos de prisão. Mas pode ser de 24 a 30 “se o crime for praticado mediante emprego de explosivo, fogo, arma química, biológica, radioativa ou outra arma de destruição em massa.”

O substitutivo aprovado define também o chamado “terrorismo contra coisa”, a saber:

“Comete ato de terrorismo contra coisa aquele que, isoladamente ou em concurso de agentes, provoca terror generalizado, por extremismo político, intolerância religiosa ou de preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, mediante destruição ou inutilização de bem ou serviço social, por qualquer meio, inclusive eletrônico.”

Nesse caso, a reclusão vai de 8 a 20 anos.

E o que um bem ou serviço essencial? Está lá:

“Barragem, central de energia, linha de transmissão de energia, aeroporto, porto, rodoviária, ferroviária, estação de metrô, meio de transporte coletivo, ponte, plataforma fixa na plataforma continental, patrimônio material tombado, hospital, casa de saúde, instituições de ensino, estádio esportivo, sede diplomática ou do poder executivo, legislativo ou judiciário da União, estado, distrito federal ou municipal.”

Atenção! Nada do que vai acima representa novidade em relação à legislação das democracias mundo afora. As práticas acima listadas são consideradas terroristas por… bem… 190 nações.

Desatino

A Câmara cometeu o desatino de aprovar um texto que definia, também ele, boa parte dessas práticas como crimes de terrorismo, mas, atenção!, excluía do tipo penal “pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais”.

É de uma má-fé e de uma sem-vergonhice escandalosas. Ora, quer dizer que, em nome de uma causa social, um grupo poderia se apoderar de um avião que não estaria cometendo terrorismo? Quer dizer que, em nome de uma reivindicação “justa”, pode-se ameaçar a vida de pessoas com explosões, incêndio e veneno?

O substitutivo aprovado no Senado retirou essa sandice e incluiu a expressão “extremismo político” (ausente no texto da Câmara) como uma das motivações do ato terrorista. As esquerdas não querem. Como o projeto foi alterado, tem de voltar aos deputados, que podem retomar o original. Ainda restaria a possibilidade de Dilma vetar o trecho.

É claro que é um absurdo excluir os tais “movimentos sociais” do crime de terrorismo. Que se note: o substitutivo de Aloysio não chama de terrorista uma passeata, uma greve ou mesmo a ocupação de um prédio público. É preciso ler o substitutivo aprovado. Para que se possa falar em terrorismo contra pessoa ou coisa, é preciso que os criminosos provoquem “terror generalizado”, apelando à violência.

Por acaso resta no ar a sugestão de que esses tais movimentos consideram legítimo se impor pelo terror? Digam-me: o MTST e o MST se sentiram flagrados nas definições do que é terrorismo contra pessoa e contra coisa?

A Folha informa que “o Gafi (Grupo Internacional de Ação Financeira contra Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo) estabeleceu fevereiro de 2016 como prazo máximo para o Brasil aprovar uma lei que tipifique o crime de terrorismo”.

A reportagem informa que, caso não cumpra o prazo, “o Brasil entrará na lista de países ‘de alto risco’, segundo uma fonte do órgão. Isso implica um aumento no custo de transações financeiras para os bancos do país, segundo fonte do órgão”.

José Robalinho, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), chama atenção, na reportagem da Folha, para um dado óbvio: os atentados ocorridos na França, segundo o texto absurdo aprovado na Câmara, não seriam considerados terroristas. Afinal, o que se viu por lá não foi “xenofobia” ou “discriminação”? Trata-se, por óbvio, de… “extremismo político”. A menos que os ditos movimentos sociais estejam pensando em recorrer à violência e ao terror generalizado, não têm razão para se opor ao texto.

Bem, é claro que, houvesse um governo, suas bases já teriam sido mobilizadas na Câmara para acatar o substitutivo oriundo do Senado e impedir que o país seja punido. Mas governo não há. E o PT insiste em franquear aos movimentos sociais que comanda a possibilidade de, se necessário, recorrer ao terror, que pretendem chamar por outro nome.

O conjunto da população é que vai pagar o pato.

Por Reinaldo Azevedo

Lula sobre Delcídio Amaral: ‘Coisa de imbecil…’


Durante almoço na sede da CUT, em São Paulo, Lula comentou o caso do senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso após tentar comprar o silêncio do delator Nestor Cerveró. Para Lula, o comportamento do senador petista é “coisa de imbecil”. O morubixaba do PT parecia perplexo: “Que loucura! Que idiota!”

Considerando-se que Delcídio era líder do governo até ontem, Dilma tinha no comando de sua articulação no Senado, na opinião de Lula, um “imbecil”, um “idiota”. O problema é que Lula está enganado. Delcídio não cometeu uma imbecilidade, mas um crime. Ou, por outra, vários crimes. Idiotice mesmo é a tentativa do PT de se desvencilhar do companheiro ao mesmo tempo que convive com a turma da Papuda, condenada em última instância.

Defesa de Delcídio é um atentado à inteligência



Durou cerca de quatro horas o depoimento do senador Delcídio Amaral (PT-RS). Ele foi interrogado por dois procuradores da República e um delegado federal. “O senador deu as explicações de maneira contundente”, festejou o advogado do preso, doutor Maurício Silva Leite.

Um argumento contundente, ensinam os dicionários, é aquele que não pode ser contestado ou desmontado. No caso da defesa de Delcídio, a contundência concentra-se na tese segundo a qual o senador se dispôs a ajudar o delator Nestor Cerveró, preso em Curitiba, por “razões humanitárias”.

Delcídio esteve com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, para transmitir “uma palavra de conforto e esperança” à família. Queria atenuar-lhes “a dor e o sofrimento”.

Criou-se uma situação surreal. Há sobre a mesa uma gravação. Nela, a voz de Delcídio soa oferecendo ao filho do delator: dinheiro, vantagens, tráfico de influência e uma rota de fuga para o pai-delator. Pois bem. O senador confirma que a voz é mesmo dele. Mas deseja combinar que nada do que está gravado aconteceu.

Algum distraído pode esbarrar na fita e colocar para rodar. Mas está entendido que tudo não passou de uma ação humanitária. E não se fala mais nisso. Tudo perfeito. Desde que os brasileiros aceitem fazer o papel de bobo. Ou de cúmplice.

Delcídio não queria obstruir a Justiça nem melar a Operação Lava Jato. Não, não. Absolutamente. “Isso foi esclarecido no depoimento”, informa o advogado do senador, 100% integrado ao ambiente de oba-oba.

A tentativa em curso de desconversar, apenas a última e mais inusitada de uma cadeia de histórias mal contadas envolvendo personagens enrolados na Lava Jato, pressupõe uma conclamação nacional ao sacrifício da inteligência.

A exemplo de Eduardo Cunha, que enriqueceu vendendo carne enlatada para a África, Delcídio pede que a investigação dos seus podres só avance até o limite do conveniente.

O senador terá de prestar novos depoimentos. Ainda não foi interrogado sobre a dinheirama que ofereceu à família Cerveró em nome do banqueiro André Esteves, também interessado no silêncio do delator —coisa de R$ 50 mil por mês, mais R$ 4 milhões dissimulados na forma de honorários para o advogado da família.

Não será fácil acomodar tanto dinheiro dentro do espírito humanista de Delcídio. Mas o senador conta com a disposição inesgotável do brasileiro de se fingir de idiota.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Mulher de líder opositor venezuelano denuncia tentativa de homicídio


Tintori no ato de Guárico
Lilian Tintori no comício de Guárico, na Venezuela

Lilian Tintori, esposa do líder opositor venezuelano Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão, denunciou nesta quinta-feira que tentaram matá-la no comício de campanha realizado ontem, em que um dirigente local da oposição foi assassinado. "Querem me matar", afirmou Tintori em entrevista coletiva. Ela responsabilizou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pelo "atentado" da quarta-feira na cidade de Altagracia de Orituco, no estado de Guárico.

Luis Manuel Díaz, líder local do partido Ação Democrática (AD), foi baleado e morto no comício da campanha para as eleições de 6 de dezembro em Altagracia de Orituco no momento em que Lilian se despedia dele, explicou a esposa de López. Ela relatou que estava pedindo à cantora venezuelana Rummy Oliveira que cantasse uma música para encerrar o comício quando se escutaram os disparos, que Tintori disse que foram "muito perto" dela e dos quais viu "as faíscas".

Lilian contou ter escutado pelo menos dez disparos no momento em que se encontrava a "uns dois metros" do opositor que foi morto, quando estava se despedindo dos presentes. "Conferi meu corpo porque senti que tinham me acertado, querem me matar", declarou Tintori.

Incêndio em avião - Antes do comício, a comitiva chegou à região procedentes do estado de Nueva Esparta em dois aviões. Uma das aeronave teve um problema mecânico ao aterrisar e se incendiou. Segundo Lilian, alguém "tirou os freios do pequeno avião", e, por isso, ela considera ter sofrido nesta quarta-feira "uma dupla tentativa de atentado" e anunciou que irá com seus advogados à procuradoria para denunciar os incidentes.

O Ministério Público (MP) venezuelano confirmou hoje, antes das declarações de Lilian, a abertura de uma investigação da morte de Díaz.

Invasão das escolas: sociedade começa a reagir ao bloqueio fascistoide, liderado pelo PT


Pais e alunos contrários à invasão das escolas de São Paulo estão comparecendo às unidades e pedindo que os manifestantes liberem o espaço para o retorno das aulas. Na manhã desta quinta-feira, alguns deles foram à Escola Estadual Diadema, no ABC paulista, e reclamaram do bloqueio no período de provas e de conclusão do ano letivo.

Pelo menos 150 escolas estaduais estão invadidas por estudantes que protestam contra a reestruturação da rede de ensino. Na terça, sete estudantes foram apreendidos e um detido pela Polícia Militar, após a invasão da Escola Estadual Professor Antonio Firmino de Proença, na Mooca, zona leste de São Paulo.

Os sete menores e um maior praticavam depredação ao patrimônio público. Há alguns dias, um protesto na Escola Estadual Fernão Dias Paes, que fica no bairro Pinheiros, também terminou em confusão e um detido: o professor de Geografia José Roberto Guido, que também é diretor da Apeoesp.

Filho de Cerveró gravou com celular conversa ‘fatal’ com Delcídio


O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró  (Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo)A conversa fatal que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a abrir um precedente e decretar a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MT) em pleno exercício de mandato foi gravada num celular por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, num quarto do hotel Royal Tulip, em Brasília. Bernardo gravou os diálogos por discordar do plano do senador, do advogado Edson Ribeiro e do banqueiro André Esteves. Pelo plano, Cerveró deveria omitir acusações contra Delcídio e Esteves e, depois de firmar acordo de delação premiada, fugir para a Espanha.

Ator e produtor da companhia de teatro Sarça de Horeb, Bernardo estudou teatro na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio, e graduou-se pela Angel Vianna Escola e Faculdade de Dança, em 2003.

A conversa, com uma hora e meia de duração, foi gravada no dia 4 deste mês. Pelas investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo teve vários encontros, o último deles na quarta-feira passada. Chamado para a nova reunião, Bernardo decidiu, no entanto, escapar do compromisso e denunciar a trama. No mesmo dia, a advogada do filho de Cerveró, Alessi Brandão, telefonou e depois compareceu à sede da PGR com as gravações. Procuradores ficaram estarrecidos com a ousadia da trama.

Para os investigadores, era inacreditável que um senador da República pudesse apresentar num mesmo pacote a promessa de derrubar a Operação Lava-Jato com manipulação de decisões no STF, no Superior Tribunal de Justiça e, como se não bastasse, e um plano de fuga para o exterior de um réu que, depois de longos meses presos, decidiu colaborar com as investigações.

Seletivo, o PT sonega solidariedade a Delcídio


Marlene Bergamo/Folha

O PT habituou-se a prestar solidariedade a todo tipo de malfeitor —dos condenados do mensalão aos encrencados no petrolão. Subitamente, a legenda decidiu negar a mão estendida ao companheiro Delcídio Amaral, pilhado negociando a compra do silêncio do delator Nestor Cerveró.

“Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador tem qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado”, escreveu Rui Falcão, presidente do PT, umanota oficial. “Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade.”

Depois de gritar tantas vezes “um por todos, todos por um”, o PT agora exclama: “Hummmm…” Bom, muito bom, ótimo. No arremate de sua nota, Falcão soou ameaçador: “A presidência do PT convocará, em curto espaço de tempo, reunião da Comissão Executiva Nacional para adotar medidas que a direção partidária julgar cabíveis”.

Tudo leva a crer que o PT mostrará a porta de saída para Delcídio. Alvíssaras! Depois, para completar o serviço, o partido só precisará expulsar Dirceu, Genoino, Delúbio, João Paulo, Vaccari e um interminável etcétera.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Delcídio Amaral, senador do PT, é preso pela Polícia Federal



Segundo a PF, o senador está atrapalhando as investigações. 

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (25) o senador Delcídio Amaral, líder do governo no Senado. Segundo a PF, o senador foi preso por estar atrapalhando investigações da polícia.

O senador teria tentado dificultar a delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, sobre uma suposta participação de Delcídio em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Também foram realizadas buscas e apreensões no gabiente de Delcídio, no Congresso. As ações desta manhã foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Além de Delcídio, a PF prendeu também o chefe de gabinete dele e um advogado ligado ao senador.

G1 - Globo

EUA investigam Walmart por corrupção no Brasil


Walmart

A rede de varejo Walmart é alvo de uma investigação por parte das autoridades americanas por envolvimento em corrupção no Brasil, revela nesta terça-feira o Wall Street Journal, citando documentos e fontes ligadas ao caso.

Os investigadores federais se concentram, particularmente, em 500 mil dólares pagos a uma pessoa supostamente contratada pela Walmart para servir de intermediária junto ao governo brasileiro, informa o jornal.

A pessoa em questão, que não é identificada, teria ajudado a Walmart a obter licenças, incluindo autorizações para construir em dois pontos de Brasília entre 2009 e 2012.

Representantes e altos funcionários do departamento de Justiça, da autoridade do mercado de valores (SEC), da Receita e do FBI (polícia federal) ouviram depoimentos prestados às autoridades brasileiras no início do mês.

A investigação se encontra em uma etapa preliminar e faz parte de uma operação mais ampla, sobre as atividades da Walmart na América Latina, principalmente no México.

“Como dissemos desde o início, cooperamos totalmente com o governo neste caso, mas não vamos fazer mais comentários”, informou à AFP Greg Hitt, porta-voz da Walmart.

Fonte: Exame e AFP

JUSTIÇA CONDENA SERGIO SOMBRA A 15 ANOS DE CADEIA POR CORRUPÇÃO


SERGIO SOMBRA TAMBÉM É ACUSADO DE MANDAR
 MATAR O EX-CHEFE E AMIGO CELSO DANIEL.

Sentença da 1.ª Vara Criminal de Santo André (Grande São Paulo) condenou os empresários Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e Ronan Maria Pinto, além do ex-secretário de Serviços Municipais da cidade, Klinger Luiz de Oliveira Sousa, acusados de liderar esquema de cobrança de propina de empresas de transporte contratadas pela Prefeitura na gestão do prefeito do PT Celso Daniel - executado a tiros em janeiro de 2002.

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, os empresários que não entregassem quantias em dinheiro eram ameaçados de terem os contratos com a Prefeitura suspensos.

Ronan Maria Pinto foi condenado a 10 anos, quatro meses e 12 dias de reclusão, em regime fechado, e pagamento de multa pelos crimes de concussão e corrupção ativa, por várias vezes. Sérgio Gomes da Silva e Klinger Luiz de Oliveira Souza a 15 anos, seis meses e 19 dias de reclusão, em regime fechado, bem como ao pagamento de multa pelos crimes de concussão, corrupção passiva, por várias vezes.

O caso Celso Daniel é um capítulo emblemático do PT. O então prefeito foi sequestrado e assassinado a tiros em uma estrada de terra de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O Ministério Público Estadual afirma que ele foi vítima de crime político porque tentou interromper o ciclo da corrupção em sua gestão quando descobriu que a propina era destinada ao enriquecimento pessoal de Sombra e outros personagens.

Por sua vez, a polícia concluiu que o petista foi morto por ‘criminosos comuns’.

Em sua decisão, a juíza Maria Lucinda da Costa esclareceu que ficou comprovado que todos os responsáveis pelas empresas de transportes que atuavam em Santo André contribuíam, na proporção do número de ônibus que possuíam, para organização criminosa instituída. "É inafastável a condenação de Klinger, Ronan e Sérgio, ‘pois fartas são as provas de recebimento de valores de modo ilícito, bem como a destinação pessoal do proveito da corrupção’.

"Não há tese defensiva que leve à absolvição", concluiu a juíza Maria Lucinda da Costa. Outros réus (empresários e diretores de empresas e associações) foram absolvidos.

As defesas de Sombra, Ronan Maria Pinto e Klinger sempre negaram qualquer tipo de envolvimento deles em corrupção na administração Celso Daniel. Todos poderão recorrer da sentença de condenação.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Se beber, não dirija: marinheiro russo bate cargueiro de 7.000 toneladas na costa escocesa


Navio russo Lysblink Seaways colidiu em fevereiro na costa da Escócia
Navio russo Lysblink Seaways colidiu na costa da Escócia

Um marinheiro russo bêbado provocou um acidente inusitado com um gigantesco cargueiro a caminho da Noruega. Após ingerir meia garrafa de rum, comandante bateu a embarcação de 129 metros de comprimento e 7.000 toneladas na costa da Escócia. O cargueiro navegava em velocidade máxima no momento do acidente.

Após receber uma ligação particular que lhe "causou ansiedade", o comandante "consumiu meio litro de rum" e ficou "desatento devido aos efeitos do consumo de álcool", de acordo com o relatório da investigação do acidente, conduzida pela Marinha britânica. O acidente aconteceu em fevereiro deste ano, mas a conclusão da investigação só foi divulgada neste mês.

O cargueiro partia de Belfast, na Irlanda do Norte, e bateu na costa rochosa da península escocesa de Ardnamurchan na madrugada do dia 18 de fevereiro. Bêbado, o comandante não fez os ajustes corretos de coordenadas e não acionou o sistema de alarme, que teria avisado o resto da tripulação sobre o erro e, assim, evitado o acidente.

O navio ficou tão danificado que teve de ser demolido, reportou a rede CNN.

Veja.com

JUIZ SERGIO MORO MANDA PRENDER BUMLAI, O AMIGO DE LULA



Por determinação do juiz Sergio Moro, titular da Vara Federal Criminal de Curitiba, a Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (24) o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo muito próximo do ex-presidente Lula, no curso da 21ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Passe Livre. Bumlai iria depor hoje na CPI do BNDES sobre os generosos financismentos que recebeu, no governo do amigo, e suas supostas atividades como "operador" que atuava junto ao principal líder do PT.

A denominação da operação, Passe Livre, tem a ver com o amplo acesso de Bumlai ao governo do amigo Lula, especialmente o Palácio do Planalto. Certa vez, o então presidente mandou afixar na portaria do Planalto um cartaz avisando que Bumlai tinha "passe livre" na sede do governo, prerrogativa que Lula não concedeu nem mesmo aos familiares. 

A prisão - preventiva - de Bumlai mostra que o avanço nas investigações da Lava Jato colocou a Polícia Federal na ante-sala do ex-presidente Lula. Ele foi preso no apartamento que mantém no Golden Tulip, antigo Blue Tree, o flat mais próximo do Palácio Alvorada, residência oficial da Presidência da República.

O lobista Fernando Soares, o "Fernando Baiano", que fez acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, revelou haver pago R$3 milhões a Bumlai para conseguir uma reunião de Lula, então presidente, com José Carlos Ferraz, que presidia a empresa Sete Brasil, fornecedora da Petrobras acusada de pagar propina a políticos e funcionários da estatal.

Na ocasião, quando cobrou essa quantia a título de "comissão", Bumlei explicou a Fernando Baiano que dois terços daquele valor, ou sejam, R$2 milhões, seriam destinados a uma nora do ex-presidente Lula. A denominação de Passe Livre para a 21ª fase da Lava Jato é uma referência ao livre acesso de Bumlai a Lula. 

Bumlai também foi amplamente beneficiado por negócios e financiamentos do governo, como o financiamento do BNDES para uma usina, no Matro Grosso, no Valor de R$ 1,3 bilhão. Ele também é personagem de outra invetigação importante, a Operação Zelotes, sobre um esquema de corrupção que objetivava sonegar impostos

A PF cumpre 25 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva, além de 25 mandados de busca e apreensão e seis de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. A ação é realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

Plano B!


‘Lava Jato é voz pregando no deserto’, diz Moro


Marcos Alves/Ag.Globo

Responsável pela Operação Lava jato, o juiz Sérgio Moro está pessimista —não com os processos sob sua responsabilidade, que ele acha que caminham bem, mas com a falta de consequências.

“Apesar dessas revelações e de todo o impacto desse processo, não tivemos respostas institucionais relevantes por parte do nosso Congresso e por parte do nosso governo'', disse Moro numa palestra, em São Paulo.

“Precisamos ter uma melhora das instituições, e eu, sinceramente, não vejo isso acontecendo de maneira nenhuma. Do ponto de vista de iniciativas mais gerais contra a corrupção, existe um deserto. Parece que a Operação Lava jato, nessa perspectiva, parece uma voz pregando no deserto.''

O pessimismo de Moro não é despropositado. Mais do que em qualquer outra época, o Brasil está numa encruzilhada. Um caminho leva ao desespero absoluto. O outro, à desesperança terminal. Resta ao brasileiro ter sabedoria para saber escolher o rumo a seguir.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sede do jornal 'O Estado de S. Paulo' é evacuada por ameaça de bomba


Edifício do Jornal Estado de São Paulo, na zona Norte de São Paulo
Edifício do Jornal Estado de São Paulo, na zona Norte de São Paulo

A sede do jornal O Estado de S. Paulo, no bairro do Limão, Zona Oeste de São Paulo, foi evacuada em razão de uma ameaça de bomba na tarde desta segunda-feira. Funcionários do jornal relataram que uma secretária recebeu uma ligação anônima, informando que havia uma bomba dentro do prédio. Os funcionários foram avisados e se retiraram rapidamente do local. A assessoria de imprensa da Polícia Militar informa que recebeu um chamado para a sede do jornal às 16 horas. A PM e o Corpo de Bombeiros vasculharam o prédio, mas nada foi encontrado. De acordo com o site do jornal, os funcionários já foram autorizados a voltar ao trabalho.

Nova regra dificulta a eleição de novatos e deve reduzir renovação da Câmara


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Os caciques estão de fôlego renovado. A minirreforma eleitoral, sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em setembro, aumentou as chances de sucesso de velhos conhecidos do povo.

Em contrapartida, dificultou ainda mais a vida de quem tenta se eleger vereador pela primeira vez na região.

Essa é a opinião de cientistas políticos consultados por O VALE. A expectativa é de que a taxa de renovação no Legislativo seja pequena na próxima eleição.

A redução da campanha de 90 para 45 dias, embora diminua custos, favorece quem já tem visibilidade. O candidato que busca o primeiro mandato terá poucos dias para se apresentar à população.

A proibição do financiamento privado de campanha, criada para equilibrar o jogo de forças e para desestimular a corrupção, acabará beneficiando também quem já é conhecido e não tem mais a necessidade de investir em propaganda.

“Enquanto o vereador teve quatro anos para enviar cartão de Natal ao eleitor e conversar nas ruas, quem não tem mandato terá apenas 45 dias para se apresentar à população”, afirma o consultor político Carlos Manhanelli.

“O publicitário Washington Olivetto disse que a proibição da publicidade de cigarros na mídia não afetou a empresa Souza Cruz, pois ela é a líder de mercado, já conhecida do público. O mesmo acontece com os vereadores. A proibição do financiamento privado afeta menos quem está na mídia.”

Estratégia. Fernando Petiti (PSDB), que recebeu 6.389 votos para a Câmara de São José em 2012, concorda que as dificuldades aumentaram para quem tenta primeiro mandato.

Mas, segundo ele, líderes comunitários terão boas chances sempre. “Quem tem a vitrine leva vantagem. Mas tem pessoas que fazem trabalho forte na comunidade.”

Calasans Camargo (PRP), vereador em primeiro mandato e que teve o menor número de votos na última eleição em São José (2.668), acredita que os novatos podem adotar a mesma estratégia dele há cerca de três anos.

“Depende muito do serviço oferecido à população. Em 2012, gastei R$ 5.000. Não fiz nem carro de som. Só distribuí cartãozinho no bairro e falei com os meus alunos”, disse Camargo, dono de academia.

Redes. Aos debutantes em eleição, um dos caminhos para quebrar essa tendência de baixa renovação é a rede social. “O Facebook é um atalho de informação que pode dar suporte à decisão, tanto no que tange ao acesso a conteúdo jornalístico como na troca discursiva com outros cidadãos”, disse a jornalista Patrícia da Conceição, que desenvolveu um trabalho sobre o tema para a Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

A esquizofrênica política de preços da Petrobras



De acordo com a atualização mais recente, a partir de dados da semana passada, o preço da gasolina nas refinarias nacionais estava 27,8% acima do preço no Golfo do México.

Na mesma data, o preço do óleo diesel nas refinarias nacionais estava 28% acima do preço no Golfo do México.

Beleza. E o que significa isso? Muito bom para o caixa da Petrobras, bom para o setor de etanol e ruim para os consumidores e a inflação.

Como nota o consultor Adriano Pires, é uma política de preços "esquizofrênica". Diz Pires:

- Quando o mundo vende gasolina e diesel barato, vendemos caro aqui. Mais: a Petrobras é a única petrolífera que ganha dinheiro quando o preço do barril de petróleo desaba no mercado internacional. Definitivamente não pode dar certo.

POR LAURO JARDIM

BLOQUEIO DE BENS PELO TCU PODE ATINGIR DILMA



Os bens dos integrantes do conselho de administração da Petrobras, na época da compra da refinaria americana de Pasadena, poderão ter os bens bloqueados, como já aconteceu aos membros da diretoria executiva da Petrobras, caso os ministros do Tribunal de Contas da União decidam responsabilizá-los pelo negócio considerado lesivo. Entre os conselheiros, está Dilma Rousseff, que o presidia na ocasião.

O envolvimento dos colegiados foi combinado: o conselho referendou a operação de Pasadena já no dia seguinte ao fechamento do negócio.

Essa pressa do conselho de administração de referendar a compra de Pasadena representa uma espécie de “batom na cueca” de Dilma.

Um ministro do TCU admitiu em off a possibilidade de a presidente Dilma ter seus bens bloqueados, mas admite: “Vai ser uma batalha”.

A compra superfaturada de Pasadena, incluindo as propinas, lesou o País em US$ 796 milhões (ou R$ 3 bilhões), segundo estima o TCU.

MACRI VENCE ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE E PÕE FIM A ERA KIRCHNER



O atual prefeito de Buenos Aires, Murício Macri, 56, foi eleito presidente da Argentina neste domingo, em segundo turno das eleições, encerrando doze anos de domínio Kirchner, iniciado em 2003 com Nestor Kirchner, já falecido, seguido de sua viúva Cristina Kirchner. Esta é a primeira vez na história do país em que a eleição presidencial foi decidida no segundo turno.

Com 95,35% dos votos apurados à meia-noite (hora de Brasília), Macri registrava 51,81% (12.524.711 votos), e o adversário derrotado Daniel Scioli, 48,19% (11.648.131 votos), segundo a comissão eleitoral.

Macri é engenheiro, empresário e foi presidente do Boca Juniors, o time de futebol mais popular do pais. Ele liderou a coalizão "Cambiemos”. Sua posse na presidência está marcada para o próximo dia 10.

O candidato vitorioso tornou-se conhecido em 1991, aos 32 anos, quando foi alvo de um sequestro que durou 14 dias. Um grupo de ex-policiais federais o manteve no sótão de uma casa na zona norte da capital argentina. Ao ser capturado, foi agredido e transportado em um caixão. Foi libertado depois de a família pagar US$ 6 milhões.

Quatro anos depois, tornou-se presidente do Boca Juniors, clube com mais torcedores do país, ao comando do qual esteve até 2007.

Em 2005, fundou o Proposta Republicana, partido de viés liberal cujo objetivo era romper a polarização entre o peronismo e a União Cívica Radical (UCR). Quando manifestou sua vontade de chegar à presidência da Argentina, ganhou um oponente de peso, Franco Macri. "Ele tem cabeça para ser presidente, mas não coração", afirmou o empresário, que este ano se reaproximou do filho indo a um de seus últimos comícios.

Um dos maiores desafios da campanha de Macri foi atenuar a imagem de herdeiro abastado, ligado ao universo dos milionários. "Essa mudança ocorre há dois anos. Acho que rompeu o preconceito de que trabalhava para o que mais têm pelo trabalho na cidade de Buenos Aires", disse ao Estado Mariel Fornoni, diretora da consultoria M&F.

Macri começou a governar a capital argentina em 2007 e foi reeleito em 2011 - ano em que desistiu de concorrer contra Cristina Kirchner, aconselhado por marqueteiros que viram a presidente mais forte após a morte de Néstor, em 2010.

Fim de festa


Maduro e uma simpatizante em Cumaná (Venezuela).

El País

O kirchnerismo argentino entrou no em seu ocaso. Seja qual for o resultado da eleição de domingo, a onipotência dessa vertente pessoal do peronismo chegou ao final. Só a derrota da eleição para governador da província de Buenos Aires, que representa 38% do eleitorado nacional e seu bastião histórico, é um sinal de uma nova era.

A condição de favorito que o governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, tinha até recentemente, mudou de sinal. Com a mesma firmeza com que as pesquisas davam sua vitória como certa, agora preveem a de Mauricio Macri, que parece abençoado pelos deuses quando até o Boca Juniors, a equipe que presidiu por 12 anos, voltou a vencer o campeonato de futebol argentino.

Paradoxalmente, Scioli, com a primeira maioria (36,8%) parece derrotado, enquanto Macri (com 34,3%) e Sergio Massa (21,3%) parecem vitoriosos. Acontece que esses números expressam uma rejeição clara ao continuísmo. É possível sentir um cansaço das 46 intermináveis redes nacionais que a presidenta ocupou este ano com sua retórica tensa e barroca; da forma autoritária de lidar seu partido como um absolutismo monárquico; sua agressividade constante contra a imprensa e uma situação econômica que já não tem a possibilidade esbanjar o que o comércio exterior fornecia até recentemente, com os melhores preços da história em produtos agrícolas. No segundo turno que se aproxima, Macri é a esperança de uma mudança; Scioli é uma dupla resignação: da presidenta, que o aceitou como candidato sem querer e do eleitorado kirchnerista que não o considera um dos seus.

A outra eleição que se aproxima, a de 6 de dezembro na Venezuela, também marca outro formidável fracasso dos regimes populistas. A Venezuela vive hoje a maior crise de sua história. Seu PIB caiu da 4ª para a 7ª posição na América Latina, com o anúncio de outro declínio acentuado este ano. A inflação, muito difícil de estimar, é a maior do mundo, e se o Governo fala em 85%, economistas independentes estimam em 200%, com uma perspectiva hiperinflacionária. O desabastecimento é generalizado e o autoritarismo já é exibido sem pudor, a tal ponto que o Governo nem sequer reconhece que a Corte Interamericana de Direitos Humanos sentenciou o Governo a devolver aos proprietários a Radio Caracas Televisión. No meio desse panorama, o promotor no julgamento ao líder da oposição Leopoldo López, condenado a 13 anos de prisão, foi para os EUA, escapando da “imensa pressão” que era vítima para validar as “provas falsas” que o Governo exibia.

Frente a essas circunstâncias, o presidente Maduro mostra grosseiramente sua intenção e anuncia que, no caso de uma derrota parlamentar, “não vai entregar a Revolução” e “que vai governar com o povo”, em uma “união cívico-militar” (a mesma expressão que, naquele momento, usou a ditadura uruguaia). Mais que uma ameaça é uma expressão de que haverá fraudes, a qualquer custo.

No Brasil, por sua vez, a situação continua piorando. A economia está indo para outro ano recessivo e os escândalos de corrupção ligados à Petrobras são inigualáveis. Os números são tão grandes quanto o território brasileiro e estão presos os principais empresários da construção e as principais figuras do Governo de Lula. A presidenta Dilma Rousseff administra o país sem o menor consenso nacional, em meio a um clima de descrédito moral que envolve seu partido e o governo.

É muito significativo que isso ocorra simultaneamente em três países muito importantes que até recentemente eram vistos como bem-sucedidos, conduzidos por líderes populares acima do bem e do mal. A estrela de Lula é eclipsada pelos escândalos de seu Governo, a de Maduro desce para uma exposição grosseira de arbitrariedade e Cristina Kirchner sofreu o colapso de seu projeto de continuidade hegemônica. Como o Brasil vai terminar não está claro, mas – como disse Fernando Henrique Cardoso – se a presidenta não agir com grandeza, seu regime vai se desgastar até chegar à paralisia. No caso da Venezuela, a pergunta é até onde e quando continuarão resistindo os civis e militares aos que impõe sobre eles os pesados deveres da arbitrariedade. Somente na Argentina parece se abrir o panorama esperançoso iluminado pelo triunfo de Macri.

O que está claro é que a festa populista está em seu ocaso. Na América do Sul, o sol não sai só para o Pacífico.

domingo, 22 de novembro de 2015

GOVERNO PAGA DIÁRIAS PARA STÉDILE, O LÍDER DO MST



O governo federal repassou, sem qualquer processo licitatório, milhares de reais ao líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. A grana tem sido depositada ao longo dos governos petistas, ao menos 24 vezes. A maioria dos pagamentos (18) foi justificada como “Diárias a colaboradores eventuais” para bancar viagens de Stédile para locais como Brasília, São Paulo e Florianópolis.

Em 2015, a Presidência pagou diária para Stédile comparecer a uma entrevista no programa “Espaço Público”, da EBC, a “TV do Lula”.

Stédile não dispensa nem as merrecas saídas dos cofres públicos. Em 2004, embolsou R$ 120 para ir a evento de “qualificação social”.

O líder do MST abusou das “diárias”, com dinheiro público, em 2013, pagas pela Presidência da República, ora pelo Ministério da Educação.

Em 2005, o Tribunal de Contas da União chegou a investigar a farra de Stédile. Teve trecho que recebeu e não viajou. Mas acabou em pizza.

Petismo faz ação humanitária no caso Cunha



Fica todo mundo falando mal do Eduardo Cunha, mas na verdade ele é digno de pena. Não é fácil ser um vendedor de carne enlatada para a África. Está certo, dá dinheiro. Dá muito dinheiro. Dá dinheiro demais. E essa é uma das suas desgraças. Porque Eduardo Cunha, se não estiver ganhando dinheiro demais é um fracasso. Outros seres humanos gostariam de ter muito dinheiro. É normal. Mas Eduardo Cunha precisava de dinheiro em demasia. Era um prisioneiro da demasia, um dependente em demasia. E nem assim desperta qualquer simpatia da opinião pública. O mundo é insensível ao seu drama.

Eduardo Cunha deixou de ter direito a uma vida normal. É como aquelas pessoas que passam por tratamentos de desintoxicação. No seu caso, foi necessário distanciar-se do dinheiro. Encontrou Jesus, refugiou-se na política e mandou sua fortuna para a Suíça. Trancafiou-a num trust. Todo mundo tem conta bancária. Mas Eduardo Cunha não pode se dar ao luxo da normalidade. Em vez de correntista, ele é apenas “usufrutuário” da dinheirama que amealhou matando a fome dos africanos.

Na década iniciada em 1980, segundo seu próprio relato, Eduardo Cunha teve um suprimento regular e generoso do seu vício —a pecúnia demasiada. Agora, quando estava praticamente curado, servindo a Deus a ao país como deputado federal, vêm a Promotoria da Suíça, a Procuradoria da República brasileira e a Polícia Federal revolver o seu passado de Midas da carne enlatada. Ainda bem que há no mundo gente compreensiva e generosa.

Não é justo qualificar Dilma, Lula e o PT de tropa de elite de Eduardo Cunha. A criatura, o criador e o petismo estão apenas fazendo um trabalho humanitário. Socorrem alguém que, claramente, ainda não está preparado para lidar com a realidade.

Quem não é Eduardo Cunha não consegue entender o que é conviver com o lucro fabuloso e, depois de anos de demasia, mandar tudo para o inferno —ou para a Suíça, que pode dar no mesmo— e tocar a vida como deputado federal, membro da bancada evangélica. Merece comiseração, não condenação ou prisão.

sábado, 21 de novembro de 2015

Deus na política (Chacoalhando o Bambuzal)




O Brasil vive hoje a pior situação política de sua história. A inoperância do Legislativo brasileiro, em todos os níveis – Federal Estadual e Municipal -, constitui uma doença institucional grave. Além de gastar muito, os parlamentos não cumprem as principais funções: fiscalizar o Poder Executivo, nos três níveis, e representar os interesses da população. Isso ocorre porque há uma concentração de poder nas mãos do Executivo, que loteia a administração para partidos políticos e compra lealdade da maioria dos parlamentares. E o preço cobrado é justamente que esses parlamentares não fiscalizem o Executivo como deveriam. Essa gente (Congresso Nacional, Legislativos Estaduais e Câmaras Municipais), que segundo alguns foram eleitos por Deus, “mói” perto de R$ 50 bilhões por ano, segundo alguns especialistas. Verba essa superior a orçamentos de vários países da América Latina, África e leste europeu. Enquanto a saúde, educação e infraestrutura no Brasil são de péssima qualidade e padecem de falta de verba.

O juiz Sérgio Moro e a Policia Federal vêm mostrando o quanto o cidadão brasileiro está sendo roubado por esses, “abençoados”, que só foram eleitos porque Deus quis. Certamente o juiz e a PF são do mal. A Operação Lava-jato, Zelotes e outras tantas deflagradas no país, estão levando para cadeia ex-deputados, vereadores e prefeitos. Estima-se, pelas investigações já concluídas, que 70% dos congressistas estão envolvidos em falcatruas. A presidente Dilma, o ex-presidente Lula e vários ministros do atual governo podem estar envolvidos em supostos “rolos” com a Petrobras e construtoras que prestam serviços ao Governo Federal. Enfim, a casta política de hoje não passa de uma bem-aventurada quadrilha de pilantras. Mesmo assim, a maioria deles diz ser Deus o responsável pelos seus “sucessos”.

O uso do nome de Deus em vão virou mania no meio político, principalmente entre os que não têm boa reputação, na tentativa de convencer eleitores ingênuos e mal informados que acham que a simples menção de Deus torna um ordinário em bom moço.

Em Caçapava o prefeito costuma dizer que foi Deus quem o elegeu, e seu parceiro midiático, Cesar Nascimento, costuma dizer que Deus lhe deu uma grande inteligência. Fala sério! Se isso tudo for verdade, que Deus me perdoe: “O Senhor precisa, urgentemente, rever seus conceitos”.

Vejam então: Tudo começou com Adão e Eva. Desobedientes experimentaram o fruto proibido da árvore do bem e do mal. Com este ato, o paraíso acabou e a tutela também, a raça humana ficou por conta de sua própria consciência.

Com o advento da inteligência, da capacidade de identificar o bem e o mal, Deus disponibilizou suas leis. A Bíblia é clara para quem quer segui-lo na vida e na política. Instituiu o livre arbítrio. 

A escolha é sua, cidadão. Se o país vai mal a culpa é sua. Se vai bem é mérito seu, pela boa escolha que fez. Deus apenas indica o caminho!!!

Caçapava está entre as que mais demitiram, aponta Caged


Indústria é a primeira a sofrer as consequências da crise econômica (Foto: Reprodução / EPTV)


Região fecha mais de 900 postos de trabalho em outubro, aponta Caged

As demissões superaram as contratações em mais de 900 vagas em outubro no Vale do Paraíba e região bragantina. As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgadas nesta sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho.

Desde janeiro deste ano, as cidades da região perderam 17,2 mil postos de trabalho. Em outubro do ano passado, o saldo foi positivo no mesmo período em quase 500 vagas.

Considerando apenas em outubro, o pior desempenho foi o de Taubaté, com 682 postos de trabalho fechados; seguido por São José dos Campos, com 419 demissões. Em Pinda foram fechadas 153 vagas formais.

Em Taubaté, os setores que tiveram o saldo mais desfavorável no último mês foram a indústria, que perdeu 440 vagas, o comércio que perdeu 90 e o setor de serviços, com redução de 80 empregos formais.

Em São José, o pior desempenho foi do setor de serviços, com fechamento de 249 vagas, o comércio com redução de 128 e a construção civil com menos 68 vagas em outubro.

Outras cidades da região que mais demitiram do que contrataram em outubro foram Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Caçapava, Cruzeiro, Cunha, Guaratinguetá, Lorena, Nazaré Paulista, Pinda, Piquete, Piracaia, Santa Branca, São Bento do Sapucaí e Tremembé.

Favorável

Por outro lado, Bragança Paulista teve saldo positivo de quase 300 vagas, seguido pelo bom desempenho das cidades do litoral norte, que já começa a contratar profissionais para a temporada de verão, em dezembro. Caraguá, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba mais contrataram que demitiram no último mês.

DEPOIMENTO COMPROMETE DILMA COM PASADENA



Caiu como uma bomba, no Tribunal de Contas da União, o depoimento que compromete a presidente Dilma com a compra superfaturada da refinaria americana de Pasadena, que provocou prejuízos de US$ 800 milhões (ou R$ 3 bilhões) ao Brasil. O conselho de administração da Petrobras, presidido por Dilma, analisou e aprovou o negócio um dia após ser fechado, segundo contou Aghostilde Mônaco de Carvalho, funcionário da Petrobras, que depôs sob acordo de delação premiada.

A pressa na aprovação da compra de Pasadena pelo conselho de administração coloca Dilma como um dos responsáveis pelo negócio.

O depoimento de Aghostilde foi lido pelo ministro Vital do Rêgo, relator da tomada de Contas Especial na Petrobras. Causou estupefação.

Dilma tem tanto medo do assunto que, no início do escândalo, ela até divulgou nota culpando “parecer falho” de Nestor Cerveró pelo negócio.

Aghostilde assessorava Nestor Cerveró, na diretoria Internacional da Petrobras, e prestou depoimento ao Ministério Público Federal.

‘Não sabia que havia esse nível de corrupção’, diz ex-jurídico da Petrobrás que não quis assinar parecer de Pasadena


Texto de Thales (Foto: Reprodução)

“Hoje chego em casa do escritório a esta hora e beijo meus filhos com orgulho de poder olhar Paiolinho e carrapato nos olhos e não ter nada pra justificar. Algumas pessoas aqui sabem da minha história profissional. Ter que sofrer tudo que sofri na pele por ter me recusado a assinar o parecer jurídico que respaldava a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobrás foi duro, paguei um preço alto por esta decisão”. O trecho faz parte de um desabafo do ex-.coordenador jurídico Internacional da Petrobrás Thales Rodrigues de Miranda, responsável pela análise jurídica do contrato da compra da primeira metade da refinaria de Pasadena, em 2006, e que se recusou a assinar os termos do polêmico acordo com a empresa belga Astra Oil, então proprietária da outra metade do empreendimento.

O texto foi publicado no perfil do advogado no Facebook em 2014 e encontrado pelos investigadores da Lava Jato no computador de Jorge Zelada, ex-diretor de Internacional da Petrobrás preso na operação. Em entrevista ao Estado, Thales Miranda, que deixou a estatal em 2013 após as pressões, confirma o teor de seu desabafo e conta que o parecer jurídico encaminhado ao Conselho de Administração da Petrobrás, que ele se recusou a assinar, não falava nada sobre uma multa de 20% na cláusula put option – que previa que a Petrobrás tinha que comprar a outra metade da refinaria em caso desentendimento com a Astra Oil.

Ele afirma ainda que partiu do “Rio” uma ordem para aceitar as polêmicas condicionantes jurídicas dos advogados da Astra Oil e que o ex-diretor Internacional Nestor Cerveró sempre dizia a seus subordinados que a compra seria um bom negócio mesmo com as cláusulas polêmicas.