quinta-feira, 30 de junho de 2016

Venda de lâmpadas incandescentes está proibida a partir desta quinta


Lâmpada apagada
Lâmpada incandescente foi abolida no país como
 forma de economizar energia(Reprodução/VEJA)

A partir desta quinta-feira, está proibida a venda de lâmpadas incandescentes no Brasil. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) começa a fiscalizar nesta sexta, por meio dos Institutos de Pesos e Medidas (Ipem) estaduais, estabelecimentos comerciais que ainda tenham à disposição lâmpadas incandescentes com potência de 41watts (W) até 60 W. Quem não atender à legislação poderá ser multado entre 100 reais e 1,5 milhão de reais.

A restrição foi estabelecida pela Portaria Interministerial 1.007/2010, com o objetivo de minimizar o desperdício no consumo de energia elétrica. Uma lâmpada fluorescente compacta economiza 75% em comparação a uma lâmpada incandescente de luminosidade equivalente. Se a opção for por uma lâmpada de LED, essa economia sobe para 85%.

A troca das lâmpadas incandescentes no Brasil começou em 2012, com a proibição da venda de lâmpadas com mais de 150W. Em 2013, houve a eliminação das lâmpadas de potência entre 60W e 100W. Em 2014, foi a vez das lâmpadas de 40W a 60W. Neste ano, começou a ser proibida também a produção e importação de lâmpadas incandescentes de 25 W a 40 W, cuja fiscalização ocorrerá em 2017.

Borges informou que, desde o apagão de 2001, o Inmetro desenvolve um programa de educação do consumidor brasileiro, no qual mostra que as lâmpadas incandescentes duram menos e consomem muito mais energia do que, por exemplo, a lâmpada fluorescente compacta. "Ficou claro para o consumidor que a lâmpada fluorescente compacta era muito mais econômica que a incandescente."

Ele citou como exemplo o caso de uma casa com dois quartos que usaria em todos os cômodos lâmpadas incandescentes de 60 W. "Elas gerariam valor em um mês de 20 reais a 25 reais para iluminar a casa. Ao trocar por uma lâmpada equivalente fluorescente compacta, essa conta cairia para 4 reais ou 5 reais em apenas um mês. O consumidor entendeu isso e, ao longo do tempo, já vai deixando de usar esse material."

Números do Inmetro mostram que, em 2010, 70% dos lares brasileiros eram iluminados pelas incandescentes. Agora, somente 30% das residências usam esse tipo de lâmpada, que não podem mais ser comercializadas no Brasil, seguindo recomendação da Agência Internacional de Energia (AIE).

(Com Agência Brasil)

Alvo da Lava Jato e Zelotes, Renan desengaveta projeto que enquadra juízes, delegados e promotores


O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante encontro com governadores, juntamente com o presidente da República em exercício, Michel Temer, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - 20/06/2016
Controverso anteprojeto de lei define crimes de abuso de autoridade

Veja.com

Investigado nas operações Lava Jato e Zelotes e alvo recente de um pedido de prisão, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) decidiu desengavetar o controverso anteprojeto que define crimes de abuso de autoridade. Nesta quinta-feira, o peemedebista anunciou que pretende reativar uma comissão que discute trechos não regulamentados da Constituição e votar o texto no colegiado até dia 13 de julho.

O projeto que define os crimes de abuso de autoridades estava engavetado desde 2009 e volta a tramitar no momento em que Renan tem em mãos pedidos de impeachment contra o procurador-geral da República Rodrigo Janot e em que o próprio Congresso está nas cordas devido aos sucessivos escândalos de corrupção e de inquéritos relacionados ao petrolão.

O texto que trata de abuso de autoridade enquadra delegados, promotores, membros do Ministério Público, juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores e prevê como pena até quatro anos de prisão e multa, além da perda de função da autoridade em caso de reincidência. O anteprojeto estabelece diversas situações consideradas como abuso de autoridade, como ordenar prisão "fora das hipóteses legais", recolher ilegalmente alguém a carceragem policial, deixar de conceder liberdade provisória quando a lei admitir e prorrogar a execução de prisões temporárias.

Em meio às recorrentes críticas sobre o instituto da delação premiada e à recente divulgação de conversas em que o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado gravou políticos contrários à Operação Lava Jato, o anteprojeto de abuso de autoridade também estabelece como crime ofender a intimidade de pessoas indiciadas, constranger alguém sob ameaça de prisão a depor sobre fatos que possam incriminá-lo, submeter o preso a algemas quando desnecessário e interceptar conversas telefônicas ou fazer escuta ambiental sem autorização.

Embora o projeto de abuso de autoridade se amolde perfeitamente ao interesse de investigados, Renan Calheiros negou que a inclusão deste tema entre as prioridades do Senado esteja relacionado com o avalanche de políticos investigados por crimes, como corrupção e lavagem de dinheiro. "Esse projeto estipula regras para todas as instâncias terem punição quando houver abuso de autoridade. Não adianta, ninguém vai interferir no curso da Lava Jato. A esta altura há uma pressão muito grande da sociedade no sentido que essas coisas todas se esclareçam. Só se vai separar o joio do trigo se concluir a investigação", disse.

Carlinhos Cachoeira é preso em Goiânia em operação contra lavagem de dinheiro


Carlinhos Cachoeira é preso em Goiânia em operação contra  lavagem de dinheiro
Ex-diretor da Delta também foi preso. Ex-presidente da
construtora, Fernando Cavendish, e lobista são outros alvos

Veja.com:

O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso nesta quinta em um condomínio de luxo em Goiânia (GO), na Operação Saqueador, deflagrada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal. Também são alvos de mandados de prisão o ex-presidente e o ex-diretor da construtora Delta, Fernando Cavendish (já considerado foragido), e Cláudio Abreu, respectivamente; e os empresários Adir Assad e Marcelo José Abudd.

Além dos cinco mandados de prisão, os agentes da PF cumprem vinte de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.

Nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra Cachoeira, Cavendish, Adir Assad e outras vinte pessoas por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro público. Segundo a denúncia, entre 2007 e 2012, a Delta teve quase a totalidade de seu faturamento (cerca de 11 bilhões de reais) oriundo de contratos públicos, em especial do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Desse montante, diz a procuradoria, 370 milhões de reais foram "lavados" em repasses a dezoito empresas de fachada, que, por meio de contratos fictícios, dificultavam o rastreamentos do dinheiro. De acordo com as investigações, essas empresas eram criadas e geridas por Cachoeira, Assad e Abbud.

O MPF ainda afirma que as transferências da Delta a essas companhias fantasmas tinham "aumentos significativos" em anos de eleição e que a maior parte desses 370 milhões de reais foi usado para o pagamento de propina a agentes públicos.

As investigações da PF duraram cerca de três anos e começaram a partir de documentos colhidos na CPI do Cachoeira, instaurada em 2012 e que também mirava em supostas irregularidades da Delta. Criada pelo PT para atacar instituições que investigaram o mensalão, a comissão passou a aterrorizar políticos depois de VEJA revelar que a construtora usava uma extensa rede de empresas-fantasma para pagar propina a servidores públicos e financiar ilegalmente campanhas eleitorais. Na ocasião, o esquema acabou derrubando o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que tinha envolvimento com Cachoeira e foi cassado.

Segundo reportagem de VEJA, de dezembro de 2013, Assad, que já foi condenado na Lava Jato por lavagem de dinheiro, viu o seu faturamento crescer 574 vezes em quatro anos oferecendo um serviço valioso: corrupção e financiamento clandestino de candidatos. Entre os seus clientes, além da Delta, estão outras empreiteiras, bancos, consultorias e políticos.

(Da redação)

Com pedágios, viagem ao litoral norte de SP vai custar R$ 9,70 pela Tamoios


Pedágio na rodovia dos Tamoios, na altura do km-16, em Jambeiro. Foto: Cláudio Vieira/O VALE.

G1 Vale

A viagem entre São José dos Campos e Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, pela rodovia dos Tamoios (SP-99) vai custar R$ 9,70 a partir de 0h desta sexta-feira (1º), quando entram em operação duas praças de pedágio no corredor.

Os pedágios ficam no km 15,7 em Jambeiro e em Paraibuna, no km 56,6. A cobrança será nos dois sentidos - portanto, ida e volta ao litoral pelo corredor custará R$ 19,40.

Na primeira praça, em Jambeiro, a tarifa será de R$ 3,50. Em Paraibuna, o valor foi fixado em R$ 6,20. Os valores foram divulgados pela Concessionária Tamoios nesta quarta-feira (29).

Condição
O início da cobrança do pedágio estava condicionado ao prazo mínimo de um ano de concessão do corredor à iniciativa privada, o que ocorreu em abril, e ao cumprimento de pelo menos 6% das obras de duplicação da rodovia, além da execução de melhorias no asfalto, sinalização, segurança e iluminação da via.S

Segundo a concessionária, a arrecadação com o pedágio vai viabilizar a realização da duplicação do trecho de serra da Tamoios. A construção de 21,6 km de novas pistas está orçada em R$ 2,6 bilhões.

Reajuste
Além da Tamoios, que inaugura o pedágio, nesta sexta-feira as tarifas de pedágio das rodovias estaduais paulistas serão reajustadas em 9,32%. O reajuste anual é baseado na inflação medida pelo IPCA acumulada nos últimos 12 meses.

Na região, o reajuste será aplicado nas praças de pedágio da rodovia Carvalho Pinto, em São José dos Campos e Caçapava; e na Dom Pedro 1º, em Igaratá e Atibaia.

Na Carvalho Pinto, em SãoJosé a tariFa vai a R$ 3,20 e em Caçapava a R$ 2,50. Na Dom Pedro, em Igaratá a cobrança sobe para R$ 8,60 e em Atibaia para R$ 6,80.

Fundos dos EUA dizem que fraude na Petrobras é “incontestável”



Na VEJA.com:

Os fundos que processam a Petrobras em Nova York acusaram a empresa de ser responsável por um dos maiores casos de fraude da história do mercado de capitais dos Estados Unidos. Com evidências de um escândalo de corrupção “esmagador e sem precedentes”, os advogados dos investidores entregaram documentos ao Tribunal de Nova York pedindo que o juiz responsável pelo caso, Jed Rakoff, faça o julgamento sumário de algumas acusações contra a empresa brasileira, alegando que o esquema de fraudes é incontestável.

Rakoff recebeu, entre segunda e ontem, cerca de 50 documentos, incluindo o depoimento da ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca. Os documentos foram entregues tanto pelos fundos que processam a Petrobras quanto pelos réus nos processos, que incluem subsidiárias internacionais da empresa, bancos que cuidaram de emissões de papéis e funcionários, como os ex-presidentes Graça Foster e José Sergio Gabrielli.

O juiz marcou uma audiência para 5 de agosto, em Nova York, que vai anteceder o julgamento, previsto para 19 de setembro. Rakoff negou o pedido da Petrobras para adiar a data.

Os fundos, por meio do escritório Pomerantz, afirmam que os depoimentos de ex-funcionários da Petrobras e outras provas, como os balanços da companhia, permitem concluir que as acusações de corrupção não podem mais contestadas.

Os advogados ressaltam que não é preciso apresentar mais provas sobre a culpa da Petrobras ou tomar novos depoimentos. Segundo eles, após as sentenças do juiz Sergio Moro, várias delações premiadas e outras “evidências avassaladoras” de fraude, a companhia não pode mais negar o esquema.

Defesa – Os réus que fazem parte dos processos de fundos movidos contra a Petrobras em Nova York, apresentaram defesa à Justiça americana. O grupo afirmou que a petroleira foi vítima de um cartel formado por construtoras, políticos e alguns funcionários.

Em documentos enviados ao juiz Jed Rakoffm, responsável pelo caso, em Nova York, ex-funcionários afirmam não ter participado do esquema nem ter conhecimento de irregularidades. Em um dos documentos, o ex-diretor financeiro, Almir Barbassa, diz que não há evidências de que ele e outros acusados sabiam das fraudes.

Graça Foster mencionou “nunca ter aceitado propina” ou ter “pessoalmente se beneficiado” da corrupção na empresa. A PwC, que auditou balanços, e bancos que cuidaram da emissão de papéis da estatal, como HSBC, JPMorgan, Citibank e BB Securities, também afirmaram que não tinham conhecimento das irregularidades.

STF: CONDENADO PODERÁ CUMPRIR PENA EM CASA SE NÃO HOUVER VAGA EM PRESÍDIO



O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou nesta quarta-feira, 29, uma regra que obriga todos os órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário a adotarem o entendimento de que, na falta de vagas em estabelecimentos penais, presos há mais tempo deverão ser liberados a progredir antecipadamente de regime e poderão cumprir pena em casa para dar espaço a novos condenados. A regra deve desafogar os presídios e evitar os problemas de superlotação. 

A regra já tinha sido formulada em um julgamento de maio, que aplicou a interpretação a um recurso com repercussão geral, ou seja, cuja decisão naquela ação deveria ser aplicada a todos os processos judiciais no País que tratavam do assunto. Agora, com a edição da chamada súmula vinculante, os ministros pacificam o tema ao impor que todo o poder público se adeque.

Em maio, dez dos 11 ministros votaram para autorizar um preso do Rio Grande do Sul a ser transferido para o regime domiciliar por falta de vagas no regime semiaberto. Para a aplicação da mesma regra a outros casos, a Corte entendeu que os juízes deverão analisar caso a caso e considerar o comportamento e os antecedentes do condenado antes de garantir o benefício. 

Para ajudar no cumprimento da decisão, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve implementar um cadastro nacional de presos capaz de identificar os condenados com mais condições de progredir de pena ou de ter a condenação extinta. Um programa de acompanhamento de penas alternativas e expandir programas para estimular a educação e a recolocação profissional de ex-detentos também deverá ser criado. (AE)

Pilhagem e conteúdo nacional


O Presidente Lula na cerimônia de lançamento de batismo do 1º navio do Promef, o Suezmax "João Cândido", 07/05/2010 (Foto: Petrobras)
O Presidente Lula na cerimônia de lançamento de batismo do 1º navio
 do Promef, o Suezmax "João Cândido", 07/05/2010 (Foto: Petrobras)

Editorial O Estado de S. Paulo

Em maio de 2010 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de sua ministra Dilma Rousseff, candidata à sucessão presidencial, chefiou a cerimônia de lançamento do navio João Cândido, fabricado para a Petrobrás. As imagens da cerimônia – de fato um comício eleitoral – foram transmitidas muitas vezes. Mas o navio ficou no estaleiro, porque poderia ir para o fundo se tentassem fazê-lo navegar. Já havia custado muito mais do que poderia custar um petroleiro importado, mas, além disso, foi efetivamente lançado apenas dois anos depois.

Esse é um bom exemplo da desastrosa política de conteúdo nacional imposta pelo governo petista, a partir de 2003, à maior estatal brasileira. A novidade, agora, é o aparecimento de um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os efeitos dessa aberração. A pilhagem da Petrobrás, a maior estatal, foi facilitada pela política de conteúdo nacional, como confirma o documento, noticiado em reportagem do jornal Valor.

O trabalho do TCU enfatiza o erro de concepção econômica e administrativa, mas a história completa deve incluir muito mais que isso. Ao converter a Petrobrás em instrumento de estímulo à indústria, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de forçá-la a suportar custos mais altos, criou condições para a bandalheira amplamente exposta na Operação Lava Jato. Os efeitos do erro administrativo e do banditismo já foram pelo menos em parte reconhecidos na contabilidade oficial da companhia.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

FACÇÕES CRIMINOSAS SE UNEM, FAZEM PASSEATA E 'DÃO AS ORDENS' EM SOBRAL


MARCHA DOS BANDIDOS LEVOU TERROR A POPULAÇÃO, ENQUANTO A POLÍCIA APENAS OBSERVAVA

Mais uma cidade do Ceará foi dominada por facções criminosas. Agora foi a vez de Sobral, no Norte do Estado. Depois de brigas pelo domínio do tráfico na região, o PCC e o Comando Vermelho decidiram se unir e tomaram conta de Sobral.

Nesta terça-feira, inclusive, um grupo com mais de 200 bandidos realizou uma marcha sinalizando o pacto entre gangues "pela paz", como já ocorreu, por exemplo, em Fortaleza. Desafiando a polícia sobralense, o bando passou por vários bairros com altos índices de criminalidade para demonstrar a união do crime em Sobral e levou terror aos moradores.

De acordo com informações do site Ceará News, o acordo entre criminosos visa à redução de crimes em bairros com altos índices de criminalidade para evitar a polícia nesses locais e, assim, facilitar o tráfico de drogas ilícitas, que movimentaria de R$ 50 milhões por mês.

Nos últimos dias, as facções realizaram ataques à Guarda Municipal, ao Fórum e ao INSS. A passeata serviu apenas para mostrar à população sobralense quem é que manda na Cidade, enquanto a polícia, de braços cruzados, apenas observava o desfile das facções.

O deputado federal Vitor Valim (PMDB/CE) chegou a denunciar a situação em pronunciamento no plenário da Câmara nesta terça e disse ter sofrido ameaças do crime organizado. “Eles fizeram uma grande passeata e saíram comemorando pelas ruas de Sobral”, disse.

Apesar de saber do domínio de bandidos no Ceará, governador do Estado, Camilo Santana (PT), sempre tentou esconder da população o caos, sem nada fazer.

No Ceará, somente o PCC tem 120 filiados.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Ciro defende 'sequestrar' Lula em caso de pedido de prisão


Ciro Gomes
Pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT-CE) fala em
 "sequestro" de Lula até uma embaixada para evitar prisão (Ségio Dutti/AE/VEJA)

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT-CE) defendeu um "sequestro" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, decrete a prisão do petista, o que segundo ele estaria "fora das regras do estado democrático de direito". Ciro explicou sua ideia desmiolada ao jornal O Globo: "Se a gente formar um grupo de juristas, pode pegar o Lula e entregá-lo numa embaixada. À luz de uma prisão arbitrária, um ato de solidariedade particular pode ir até esse limite. Proteger uma pessoa de uma ilegalidade é um direito", disse. (Da redação)

GLEISI PREFERE SE FAZER DE VÍTIMA E CHAMA PRISÃO DO MARIDO DE "ILEGAL"



A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou a tribuna do plenário do Senado para se fazer de vítima e defender o marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, preso na semana passada acusado de receber R$ 7 milhões desviados de contratos de empréstimo consignado durante cerca de cinco anos. Gleisi, que também é investigada pela Lava Jato, ignorou todas as evidências elencadas pelos investigadores e disse que a prisão de Bernardo foi "injusta, ilegal, sem fatos, sem provas e sem processo", com o objetivo de humilhar a sua família.

"Nem em pesadelos eu teria sido capaz de supor que estaria aqui, nesta tribuna, pra defender meu marido de uma prisão", declarou. A sessão, presidida pelo vice-presidente do Senado e também petista, Jorge Viana (AC), foi encerrada logo após o discurso de Gleisi, que foi assistido pela bancada pró-Dilma de senadores como Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Lindbergh Farias (PT-RJ).

PF DESMONTA QUADRILHA QUE FRAUDOU LEI ROUANET EM R$180 MILHÕES


A Polícia deflagrou na manhã desta terça-feira (28) a Operação Boca Livre, com o objetivo de desmantelar uma quadrilha que atuou por mais de vinte anos no Ministério da Cultura, fraudando quase R$180 milhões em “projetos culturais” , garantindo benefícios de isenção fiscal com base na Lei Rouanet.

A quadrilha fraudava a concessão dos benefícios por meio de superfaturamento, apresentação de notas fiscais relativas a serviços/produtos fictícios, projetos duplicados e contrapartidas ilícitas realizadas às incentivadoras.

A PF apurou que,em razão das fraudes, diversos projetos de teatro itinerante voltados para crianças e adolescentes carentes deixaram de ser executados, assim como livros deixaram de ser doados a escolas e bibliotecas públicas. Os suspeitos usaram o dinheiro público para fazer shows com artistas famosos em festas privadas para grande empresas, livros institucionais e até a festa de casamento de um dos investigados na Praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina.

São cumpridos nesta manhã 51 mandados, dentre os quais 14 de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão, em sete cidades no estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Segundo a PF, 124 policiais participam da operação.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

MORO É OVACIONANDO DURANTE SHOW DO CAPITAL INICIAL, EM CURITIBA


SÉRGIO MORO SE LEVANTOU ARA AGRADECER
 E ACENOU PARA A MULTIDÃO EM DELÍRIO.

Por Diário do Poder

O juiz federal Sérgio Moro foi delirantemente aplaudido durante show, neste sábado (25), à noite, em Curitiba, do Capital Inicial, quando o vocalista Dinho Ouro Preto fez um breve discurso contra os políticos e anunciou que dedicaria a próxima musica ao magistrado.

A música dedicada a Sérgio Moro foi "Que País é Esse?", clássico do Legião Urbana, composto pelo falecido Renato Russo. Dinho Ouro disse ter a impressão que “o poder é tóxico”, ao afirmar que “eles sentam naquelas cadeiras lá, naquelas palácios, e tudo desanda. A minha frustração é imensa. Eu não me sinto representado por ninguém. Gostaria que o Brasil voltasse às nossas mãos.”
“A gente sempre dedica essa música a alguém que está envolvido em algum escândalo. Nesta semana poderia ser o Paulo Bernardo. Na semana passada, o Eduardo Cunha. Mas eu vou dedicar essa música hoje ao juiz Sérgio Moro. Ele está aqui assistindo.


Moro estava em uma espécie de camarote, no Tetro Positivo, e se levantou para agradecer os aplausos. Vestindo preto, como de costume, o juiz acenou, e se curvou para a plateia que por mais de um minuto gritou seu nome e o aplaudiu.

Com desemprego a pino, CUT discute plebiscito



Por Josias de Souza

O formidável no Brasil é que, no fim, tudo se incorpora ao espetáculo. Dilma Rousseff diz que deseja voltar ao Planalto para conspirar contra o próprio mandato. Ela avisa que, derrotado o impeachment, vai propor ao Congresso um plebiscito sobre a antecipação das eleições presidenciais. E não se viu uma alteração no roteiro do processo que corre no Senado ou no semblante dos senadores pró-Dilma na comissão do impeachment. O show continuou.

Súbito, o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, que torcia o nariz para a proposta, esclarece que mudou de opinião depois de trocar um dedo de prosa com Lula. Não acredita na viabilidade do plebiscito eleitoral. Mas tentará convencer a CUT a abraçar a causa. “A presidenta não pode ficar engessada'', diz ele. “A CUT não vai defender o plebiscito no site. Mas, se essa é única esperança a que podemos nos apegar, vamos nela.''

Supremo paradoxo: há no Brasil uma legião de quase 12 milhões de desempregados. E a maior central sindical do país desperdiça o seu tempo num debate sobre a antecipação da sucessão presidencial, uma ideia de materialização tão improvável quanto o retorno do governo empregocida de Dilma. E não se ouve nenhuma vaia. O show continua.

domingo, 26 de junho de 2016

Attuch, o porta-voz da quadrilha


BRASIL 171 - Attuch: o blogueiro, que já teve a prisão solicitada pelo Ministério Público, recebeu 120.000 reais em propina
BRASIL 171 - Attuch: o blogueiro, que já teve a prisão solicitada pelo
 Ministério Público, recebeu 120.000 reais em propina(Sergio Dutti/VEJA)

A Polícia Federal está no encalço de outro notório personagem do submundo petista. O blogueiro Leonardo Attuch firmou milionárias parcerias comerciais com os governos de Lula e Dilma. Movido a verbas públicas, mas não só, ele usa um blog chamado Brasil 247 para difamar adversários do PT e publicar textos patrocinados pelos contratantes, alguns deles presos e condenados. No ano passado, os investigadores descobriram que Attuch tinha outra fonte de renda. Recebia dinheiro de personagens ligados ao petrolão, abastecendo-se do propinoduto da estatal. Os procuradores chegaram a pedir a prisão do blogueiro depois que um dos envolvidos no escândalo confessou ter repassado a ele 120.000 reais. Na época, Attuch explicou que o pagamento era por um serviço de "produção de conteúdo jornalístico". Antes de deferir a prisão do "suposto jornalista", como classificou Attuch no despacho, o juiz Sergio Moro achou prudente aprofundar as investigações. Na semana passada, Attuch foi conduzido à PF para se explicar. A polícia descobriu que o tal pagamento foi feito por determinação do tesoureiro João Vaccari, com o dinheiro roubado de servidores e aposentados endividados.

Veja.com

sábado, 25 de junho de 2016

Caçapava – E o prefeito, vai ou não vai?



É público e notório que as manifestações do prefeito Rinco na rádio local, não são só inúteis; é também um processo de autodestruição politica. É no microfone da rádio que ele expõe publicamente sua incapacidade política, sua falta de bom senso e nada de raciocínio lógico. 

O cargo de prefeito - de escolha popular - despertou nele complexo de superioridade, coisa comum em quem nunca teve prestigio por merecimento. E é na rádio aliciada que ele anaboliza esse complexo. Sem oposição, é ali que ele transforma atos corriqueiros em grandes feitos. É na rádio que ele se sente a maior autoridade da cidade. Não é! Acima dele está à lei e os cidadãos que o elegeram.

Não foram poucas as vezes que Henrique Rinco, sempre na rádio cooptada, autoproclamou-se o melhor prefeito da história de Caçapava, e claro, útil e necessário ao desenvolvimento da cidade. Sendo assim... Por que não continuar emprestando sua genialidade e competência para o bem da cidade? Qual o motivo de tanta indecisão em concorrer na próxima eleição? Cadê o espirito público? 

A verdade é: fora do mundo de ficção, que a rádio amiga proporciona, tem realidade, e ela é implacável. No mundo real ele tem que enfrentar críticas, opositores e cidadãos insatisfeitos, coisas que seu ego, maior que a cidade, não suporta.

Faz tempo que ouvimos falar que o atual prefeito, com medo de ser humilhado nas eleições de outubro próximo, não irá concorrer à reeleição. Boato ou não, ele nunca desmentiu isso. Nesta quarta-feira (22), na rádio de estimação, num rompante de valentia e de salvador da pátria ele deu a entender, entre linhas, que não concorrerá mesmo. Mas, caso o ex-prefeito Carlos Vilela concorra, aí sim, ele vai concorrer também, disse ele.

Notem que o paladino de ocasião deixa Caçapava em segundo plano. O importante para ele é brigar com Vilela. Será que vai cumprir a promessa?

O ex-prefeito Carlos Vilela lançou, também na quarta-feira (22), sua pré-candidatura a prefeito de Caçapava. O evento foi na Chácara Santa Clara, com presença de autoridades local e estadual. Porém, o que deve mesmo tirar o sono do atual prefeito foi a grande presença de cidadãos comuns, eleitores simpáticos à volta de Vilela, que lotaram o local. E para carimbar sua pré-candidatura Vilela ganhou na justiça uma ação contra Cesar Nascimento. Nascimento foi condenado a pagar R$ 20.000,00 ao Vilela pelas mentiras que vêm disseminando na rádio.

E agora prefeito. Vai ou não vai? O Vilela vai!

O PT assaltou até funcionários públicos endividados


BUSCAS - A Polícia Federal cercou a sede do PT em São Paulo: nos cofres, os agentes só encontraram papéis
BUSCAS - A Polícia Federal cercou a sede do PT em São Paulo: nos
 cofres, os agentes só encontraram papéis(Zabone Fraissat/VEJA)

Na revista Veja desta semana

A cena acima resume a realidade de um partido político que surgiu como esperança de renovação, apresentou-se como baluarte da ética e terminou como uma organização criminosa, cercado pela polícia. Ainda estava escuro na quinta-­feira passada quando homens do Grupo de Pronta Intervenção, a Swat da Polícia Federal, isolaram a rua onde funciona o Diretório Nacional do PT, no centro de São Paulo. Os agentes estavam cumprindo um mandado judicial, em busca de provas contra uma quadrilha que, durante cinco anos, embolsou 100 milhões de reais em mais um esquema de corrupção. Nada a ver com os intrincados desfalques contra a Petrobras, a Eletrobras, os Correios, a Infraero, os fundos de pensão das estatais e sabe-se lá o que mais. Dessa vez foi, pode-se dizer, um assalto direto: o Partido dos Trabalhadores tomou o dinheiro de milhares de servidores públicos ativos e inativos - e, luxo de sadismo, justamente os mais endividados.

A presença de policiais armados de fuzil e metralhadora vigiando a entrada da sede do PT pareceu exagerada, mas era apenas precaução considerada necessária pelo serviço de inteligência da PF. Era ali, na sede nacional, que despachava o notório Delúbio Soares, o tesoureiro do mensalão. Dali, mais tarde, saíram as primeiras ordens do igualmente notório João Vaccari Neto, preso e condenado por gerenciar o caixa do dinheiro arrecadado das empreiteiras em troca de contratos na Petrobras. Na sede do PT, como demonstram as investigações até aqui, política e corrupção conviveram em simbiose.

Ao ingressarem no prédio, os agentes estavam orientados a buscar cofres ou compartimentos secretos que pudessem ser usados para esconder documentos e guardar dinheiro. Explica-se o procedimento: em depoimento à Justiça, um dos empreiteiros confessou ter entregado pessoalmente no diretório várias malas com dinheiro - sugerindo que poderia haver cofres ocultos no prédio. Para garantirem o sigilo e evitarem surpresas, corruptos e corruptores usavam senhas e contrassenhas. Há relatos também de entregas de dinheiro em envelopes, mochilas e carros blindados. Um lobista contou ter levado à sede do PT 500.000 reais no porta-malas do carro em 2012. Na busca da semana passada, os cofres do partido estavam abarrotados apenas de papel e nenhum compartimento secreto foi achado.

Na operação, batizada de Custo Brasil, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Receita Federal se debruçaram sobre um esquema de corrupção montado no interior do Ministério do Planejamento. O alvo da rapina eram funcionários públicos, pensionistas e aposentados endividados que recorriam a empréstimos consignados, cujas prestações são descontadas automaticamente em folha de pagamento. A cada parcela paga, os funcionários desembolsavam em torno de 1 real a título de taxa de administração da operadora, uma empresa chamada Consist, cuja sede fica em São Paulo. Como o custo da taxa de administração não passava de 30 centavos, segundo esti­mativa dos investigadores, os 70 centavos de superfaturamento irrigaram os cofres do PT.

O esquema começou em 2010 e durou até 2015, quando a polícia prendeu os primeiros envolvidos. Nesse tempo, de 70 em 70 centavos, o PT afanou cerca de 100 milhões de reais pagos pelos funcionários públicos. Uma parcela do dinheiro era destinada diretamente ao caixa dois do partido, gerido por João Vaccari. A outra era dividida entre os petistas que executaram a tramoia.

O personagem mais ilustre da operação foi o ex-­ministro Paulo Bernardo, preso em Brasília no apartamento funcional em que mora com a mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-­PR). Petista histórico, Bernardo chefiou o Ministério do Planejamento no governo Lula. No governo Dilma, foi o titular do Ministério das Comunicações. Tinha uma participação expressiva no rateio da propina. Segundo os investigadores, dos 100 milhões arrecadados pelo esquema, ele recebeu pelo menos 7 milhões. A lista de beneficiários inclui mais figurões. Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência de Dilma, é outro envolvido. Paulo Ferreira, ex-tesoureiro nacional do PT, também recebia uma parte dos dividendos. Ele é o terceiro tesoureiro petista que cai na malha da polícia.

A propina, resultante dos 70 centavos de cada funcionário, era distribuída por meio de contratos fictícios com empresas de consultoria e escritórios de advocacia. Os investigadores suspeitam que o mesmo esquema, de subtrair dinheiro de servidores em empréstimos consignados, exista em outros governos. O caso do PT começou a ser tateado pelos investigadores da Lava-­Jato, mas, como não tinha relação direta com o esquema da Petrobras, o caso foi remetido para a Justiça Federal em São Paulo. Preso, o ex-vereador petista Alexandre Romano, também conhecido por Chambinho, confessou que era o encarregado de gerenciar o golpe e entregou o nome de todos os envolvidos. Uma parte relevante do caso está em Brasília, no Supremo Tribunal Federal, por envolver parlamentares - entre eles a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-­líder do PT José Guimarães.

Há documentos comprovando que a senadora, que também foi ministra da Casa Civil de Dilma e está sob investigação da Lava-Jato, aproveitou-se do dinheiro junto com seu marido. Os investigadores descobriram que o dinheiro afanado no esquema servia para pagar o motorista particular da senadora, o aluguel de um loft em Curitiba, além do salário de funcionários e até multas eleitorais. Outro que está encrencado é o deputado Marco Maia (PT-­RS), ex-presidente da Câmara. Como VEJA revelou no ano passado, o parlamentar foi contemplado pela quadrilha com um belo apartamento em Miami. O imóvel, registrado até recentemente em nome de uma offshore aberta por Chambinho, foi revendido no mês passado. O esquema dos empréstimos consignados mostra que a Lava-Jato está criando filhotes pelo país afora, o que certamente assusta os envolvidos em corrupção, mas serve de alento para a população que torce por uma faxina geral.

Juízes apoiam busca em apê de Gleisi



Por: O Antagonista

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) divulgou nota em apoio ao juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal, de São Paulo, que autorizou a prisão de Paulo Bernardo e a busca no apartamento funcional de Gleisi Hoffmann em Brasília.

Como O Antagonista revelou ontem, Azevedo autorizou a busca restrita a bens, documentos e objetos de PB.

Diz a nota:

“O fato de o ex-ministro e investigado na representação criminal conduzida pelo magistrado ser casado com uma senadora da República, Gleisi Hoffmman, não estende a ele o privilégio de foro de que goza a senadora, nem lhe garante qualquer espécie de imunidade.”

“O juiz expressamente consignou em sua decisão que a senadora não era investigada no processo e, portanto, não era ‘sujeito passivo da medida de busca e apreensão’ e determinou que ‘tudo o que for de propriedade ou posse da senadora deve ser excluído’, inclusive indeferiu pedido do Ministério Público Federal para que fosse lavrado um auto de constatação dos bens, objetos e documentos da Senadora.”

Além de não existir “comunhão de foro”, como já dissemos, apartamento funcional não pode ser esconderijo de pilantra sem foro.

Lava Jato agora prepara denúncias contra Lula



O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, recolocou em movimento os processos que envolvem Lula. Em despacho assinado nesta sexta-feira, Moro determinou que sejam juntadas aos autos as interceptações telefônicas que captaram diálogos do ex-presidente. A força-tarefa de Curitiba já prepara as denúncias que serão protocoladas contra Lula. Não são negligenciáveis as chances de condenação.

Em seu despacho, Moro excluiu apenas o grampo que foi anulado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Trata-se daquela célebre conversa em que Dilma Rousseff, ainda instalada no Planalto, foi pilhada informando a Lula que enviaria um portador —“o Bessias”— com o seu termo de posse na chefia da Casa Civil. Como o diálogo foi captado depois que Moro já havia determinado o encerramento da interceptação, Teori considerou a gravação ilegal.

A divulgação dos grampos havia paralisado as investigações contra Lula. provocado pela defesa do ex-presidente, Teori requisitara o envio dos processos de Curitiba para Brasília. Há 11 dias, o ministro mandou devolver a Moro a maioria dos procedimentos sobre Lula. São 16 no total.

Entre eles os inquéritos que tratam dos favores monetários prestados a Lula pela Odebrecht e pela OAS em dois imóveis que o morubixaba do PT diz não possuir —o sítio de Atibaia e o triplex do Guarujá— e no aluguel de contêineres para guardar os presentes recebidos por Lula durante o seu governo.

Formou-se entre os procuradores da Lava Jato um consenso quanto à necessidade de denunciar Lula por esses fatos. Ele deve ser acusado da prática de pelo menos dois crimes: corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Também nesta sexta-feira, o ministro Teori Zavascki enviou à Justiça Federal de Brasília o processo em que a Procuradoria-Geral da República denunciou Lula como mandante da compra do silêncio do delator Nestor Cerveró por R$ 250 mil.

O caso estava no STF porque envolve Delcídio Amaral, que era senador e dispunha de foro privilegiado. Com a cassação de Delcídio, o procurador-geral Rodrigo Janot pediu que o processo fosse remetido para Sérgio Moro. No entanto, Teori preferiu enviá-lo pra a primeira instância de Brasília.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

DILMA DOOU 625,4 TONELADAS DE FEIJÃO A CUBA; AGORA FAZEM FALTA



Por: Diário do Poder

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) usou os estoques reguladores do governo para doar 625,4 toneladas de feijão a Cuba. Além disso, o Brasil ainda pagou o transporte do produto doado até Havana. Esse feijão agora faz falta, porque a falta do produto provoca alta no seu preço, obrigando o presidente Michel Temer a determinar a importação do produto para conter os preços.

Em outubro do ano passado, o governo Dilma promoveu mais um leilão de contratação de frete para a remoção dessas 625,4 toneladas de feijão para “doação humanitária” a Cuba. O feijão, tipo 2, foi acondicionado em sacas com 50 kg, cada.

O feijão foi embarcado no porto Navegantes, em Santa Catarina. Também na mesma ocasião, o governo Dilma fez doação semelhante de arroz para a Faixa de Gaza. Arroz que, igualmente, fez falta aos brasileiros.

JANOT PEDE ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO QUE ENVOLVE MINISTROS E SENADORA


PARA PGR, NÃO PROCEDEM SUSPEITAS CONTRA SERRA, KASSAB E MARTA

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu o arquivamento de um inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) e envolve o ministro José Serra (Relações Exteriores), o ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP).

Para Janot, não procede a suspeita de que eles praticaram atos de improbidade administrativa quando estiveram à frente da Prefeitura São Paulo por conceder aumento de salário de professores em desacordo com a lei orgânica municipal.

"Diversamente do que alegaram os representantes, não há previsão legal de que o reajuste referente à revisão geral anual vincule-se aos índices oficiais que medem a inflação no período", disse.

"Não há, portanto, que se falar em negativa de execução de lei, uma vez que a determinação contida na lei municipal restou plenamente atendida pelo alcaide quando da edição anual das leis que reajustaram os vencimentos dos servidores públicos municipais, ainda que estes discordem quanto aos índices aplicados", completou Janot.

Caberá ao ministro Edson Fachin, relator do inquérito, analisar a sugestão da Procuradoria-Geral da República e decidir se arquiva ou não o procedimento.

A suspeita de que os então prefeitos incorrem em crime de responsabilidade foi levantada pelo Ministério Público de São Paulo. A remessa do caso ao STF aconteceu em maio, por conta do foro privilegiado de Serra, Marta e Kassab.

Marta foi sucedida na prefeitura da capital paulista por Serra em 2005. Em 2006, o tucano deixou o cargo para concorrer nas eleições estaduais de São Paulo e a prefeitura passou para as mãos de Kassab, que se reelegeu para mais um mandato na sequência.

Na época em que o caso veio à tona, Kassab afirmou que as informações relativas ao caso já tinham sido prestadas a Justiça e que ele estava tranquilo. Serra e Marta não se pronunciaram. (AE)

PT criou propina descontada no contracheque!



Desde que explodiu a Lava Jato, há dois anos e três meses, o país procura um significado maior de qualquer coisa que resuma essa época. Os brasileiros do futuro talvez selecionem como um destes episódios maiores o assalto do Partido dos Trabalhadores aos aposentados e servidores públicos endividados. Dirão que foi um fato histórico porque só então, com a invenção da propina descontada no contracheque, o PT atingiu o ápice do despudor e da desfaçatez.

O consignado, como se sabe, é um tipo raro de empréstimo. É bom para quem toma dinheiro emprestado porque as taxas de juros são baixas. É ótimo para o banco que empresta porque a prestação é descontada mensalmente do salário do servidor ou da pensão do aposentado. No aperto, milhares de brasileiros aproveitaram. E tornaram-se, sem saber, uma oportunidade que o PT aproveitou.

Entre 2010 e 2015, os milhares de brasileiros que se penduraram no consignado pagaram uma taxa de administração inusual. Estava embutida em cada parcela mensal a cifra de R$ 1,25. Dinheiro destinado a um intermediário chamado Consist Software, contratado pelo Ministério do Planejamento a pretexto de administrar o serviço.

Descobriu-se que a Consist retinha em sua caixa registradora apenas R$ 0,40. Os outros R$ 0,85 viravam propina. De centavo em centavo, foram assaltados R$ 100 milhões. Perto dos bilhões pilhados na Petrobras e no setor elétrico, parece dinheiro de troco. No entanto, entre todos os roubos praticados na era petista, foi esse que acabou com o que restava do melhor legado daquele ex-PT da fase sindical: a sensibilidade social e o respeito ao trabalho.

Andrey Borges de Mendonça, um dos 30 procuradores da República que se ocupam da investigação, resumiu o descalabro: “R$ 100 milhões foram desviados de funcionários públicos e pensionistas endividados, que se privaram de medicamentos, e de suas necessidades básicas para abastecer os cofres de corruptos. Isso tem que nos causar indignação, isso não pode ser algo natural da nossa sociedade.”

O que mais assusta na marcha da política rumo à delinquência não é a crueza, mas a hipocrisia. No gogó, o petismo é avesso à privatização. Para incrementar as propinas, admite qualquer negócio. Dispunha de uma empresa pública, o Serpro, para organizar o consignado. Preferiu privatizar o serviço, direcionando-o à Consist. Nada mais natural.

Se a pregação de líderes pseudo-esquerdistas como Lula havia ensinado alguma coisa era a não esperar nenhum tipo de hesitação altruista do capital. Ele opera segundo as regras fixadas na Lei da Selva.

No futuro, quando puderem analisar a conjuntura atual sem ter de tapar o nariz, os brasileiros concluirão: o que assustou as almas mais ingênuas foi a facilidade com que se operou a autodissolução do PT como partido político e a rapidez com que a legenda estruturou a coalizão que dava suporte aos seus governos como uma lucrativa organização criminosa.

A sujeira prosperou tanto que acabou desenvolvendo no Brasil a indústria da limpeza ética, cujo principal empreendimento é a Lava Jato.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Paulo Henrique Amorim terá de cumprir pena por injúria racial contra Heraldo Pereira


Paulo Henrique Amorim

Por Reinaldo Azevedo

Ai, ai… Eu bem que avisei!

No dia em que um jornalista chapa-branca tem de prestar depoimento à Operação Custo Brasil e em que o veículo que dirige é alvo de mandato de busca e apreensão — refiro-me a Leonardo Attuch, do site 247 —, Paulo Henrique Amorim é condenado a fazer companhia a outros petistas e também deve entrar em cana!!!

O ex-jornalista e apresentador terá de cumprir pena por crime de injuria racial contra o jornalista Heraldo Pereira, da Globo, chamado no blog “Conversa Afiada” de “negro da alma branca”.

Amorim chegou a ser defendido pela companheirada dos blogs petistas, sujos e chapa-branca. E até por ditos movimentos negros ligados muito mais ao caixa da petralhada do que à causa de combate ao racismo.

A condenação a um ano e oito meses de reclusão estava, desde 2013, dependendo só da ordem para execução da pena. E ela acaba de ser dada pela Ministra Laurita Vaz, vice-presidente e presidente eleita do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Dois recursos redundantes ao STF, ainda pendentes, não podem impedir a execução do que foi julgado no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, pela 6ª Turma Criminal, relatado pela desembargadora Nilsoni Freitas e confirmado pelo STJ e pelo próprio STF em diversos ações protelatórias da defesa, todas elas já rechaçados.

Paulo Henrique Amorim deixou de ser primário recentemente, depois de ter sido condenado definitivamente pelo STF por injuria contra o também jornalista Merval Pereira, de O Globo e da Globo News.

Quem é reincidente no crime cumpre pena em regime fechado. Ou não é assim?

Conquistas da civilização

Ah, claro!, cabe a questão, como argumentou a defesa de Amorim: não estaria o dito-cujo apenas exercendo o seu direito à “liberdade de expressão”? Não custa lembrar: no texto que acabou levando-o à condenação, Amorim inferia que o prestígio de que Heraldo goza na maior emissora do país não se deve à sua competência, a seu talento, a seu esforço, mas ao fato de ser um negro, vamos dizer, servil aos brancos.

Depois de chamá-lo de “negro de alma branca”, escreveu Amorim: “[Heraldo] não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde.”

É evidente que se trata de uma injúria de caráter racial. Gosto de dissecar os assuntos. Amorim poderia ter dito que tal sucesso, que é real, se deveria ao fato de Heraldo ser puxa-saco, reacionário, patronal, de direita, tucano… Escolham aí as palavras com que essa gente costuma ofender os desafetos.

Mas não! Amorim decidiu que é a cor da pele que faz Heraldo ser essa pessoa por quem ele tem tão pouco apreço.

Direi nesse caso o que disse no caso de Bolsonaro: as palavras fazem sentido!

Vá lá, Paulo Henrique… Um tempinho na cadeia não há de lhe fazer mal. Junto com a companheirada na alegria e na tristeza.

Na comissão do impeachment, (quase) silêncio sobre Gleisi e Paulo Bernardo


Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo

Senadores da comissão processante do impeachment no Senado se calaram nesta quinta-feira, durante a reunião do colegiado, sobre a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo (PT) e sobre os mandados de busca e apreensão na sede do PT em São Paulo e na casa da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em Curitiba. Aliados de Gleisi se manifestaram fora da reunião que discute o processo de impedimento da presidente afastada Dilma Rousseff. Nos debates, apenas a advogada Janaína Paschoal, um das signatárias da denúncia contra Dilma por crime de responsabilidade, alfinetou: "todo santo dia tem um escândalo envolvendo o partido da presidente. Isso não se pode negar". (Laryssa Borges, de Brasília)

Chega ao Senado mais um pedido de impeachment contra Janot


O procurador geral da República (PGR), Rodrigo Janot

Veja\Por: Laryssa Borges, de Brasília

Foi protocolado no Senado nesta terça-feira mais um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República Rodrigo Janot. Usualmente, o presidente da Casa Renan Calheiros (PMDB-AL) arquiva de imediato processos que pedem a responsabilização do chefe do Ministério Público da União ou de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mas diante do esgarçamento das relações de senadores com Janot, que recentemente pediu a prisão de Romero Jucá (PMDB-RR), do próprio Renan e o uso de tornozeleira eletrônica por José Sarney (PMDB-AP), o congressista disse que vai analisar de forma diferenciada os novos pedidos de impeachment.

A última denúncia protocolada contra Janot foi apresentada por dois advogados que alegam que o procurador-geral cometeu crime de responsabilidade por pedir a prisão de parlamentares sem a evidência de que eles estariam em flagrante de crime inafiançável. Para os advogados, a postura de Janot indicaria que ele estaria tentando “intimidar” o Senado. “Que autonomia se pode esperar do Senado Federal, quando seus membros sabidamente se encontram em constante risco de prisão, ao sabor das preferências e dos caprichos de uma só pessoa?”, diz trecho da nova denúncia.

Mara Gabrilli: 'Romário trocou voto no impeachment por cargo'



A deputada Mara Gabrilli não gostou da forma como ocorreu a nomeação da ex-deputada Rosinha da Adefal para a Secretaria da Pessoa com Deficiência.

Sem frear as palavras, Mara afirma que a nomeação foi um acordo do Palácio do Planalto com o senador Romário em troca do voto dele no impeachment de Dilma Rousseff.

A nomeação foi publicada na segunda-feira no Diário Oficial da União.

Diz Mara Gabrilli:

— Romário trocou o voto no impeachment por este cargo. Ele, que se diz honesto, está fazendo o jogo mais podre da política. Fez barganha de voto. Depois de dizer publicamente que poderia votar a favor de Dilma, foi ao Planalto, esteve com o presidente Temer e pediu o cargo. Logo depois, como recompensa, a indicada dele se torna secretária.

Mara também coloca em xeque o envolvimento de Romário com a causa das pessoas com deficiência:

— Ele é um militante porque tem uma filha com síndrome de Down. Mas não é um militante técnico, não tem conhecimento aprofundado sobre o assunto. Quando se pergunta uma coisa para ele, ele não sabe. Romário usa a causa das pessoas com deficiência para autopromoção.

Mara também mira em Michel Temer:

— Ao aceitar esse tipo de jogo, o presidente mostra pouca sensibilidade para a causa das pessoas com deficiência. É lamentável.

Mara, cadeirante e militante da causa das pessoas com deficiência, a exemplo de Romário, havia indicado a jornalista Flávia Cintra, mas já vinha apoiando outro militante, Marco Pellegrini, para o cargo.

JUIZ SÉRGIO MORO MANDA PRENDER EX-MINISTRO PETISTA PAULO BERNARDO



PRESO É MARIDO DE GLEISI HOFFMAN E FOI MINISTRO DE LULA E DILMA

O juiz federal Sérgio Moro mandou prender, na manhã desta quinta-feira (23), o ex-ministro petista Paulo Bernardo, na 31ª fase da Operação Lava Jato. Marido da ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento do governo Lula e ministro das Comunicações do governo Dilma Rousseff.

O ex-ministro foi preso em Brasília, no apartamento em que ele vive com a mulher, na 309 Sul, quadra residencial onde vivem os senadores. Paulo Bernardo, um dos principais íderes do Partido dos Trabalhadores, é investigado junto com Gleisi Hoffmann.

A 31ª fase da Lava Jato foi batizada de Operação Custo Brasil.

PROCURADO PELA OPERAÇÃO TURBULÊNCIA É ENCONTRADO MORTO EM MOTEL



O empresário Paulo César de Barros Morato, cuja prisão foi decretada na Operação Turbulência, da Polícia Federal, foi encontrado morto na noite desta quarta-feira (22), num motel em Olinda (PE), o "Tititi". Os delegados Gleide Ângelo e Jorge Ferreira confirmaram a morte, sem apontar se foi suicídio, homicídio ou morte natural. Paulo César tinha “tendências suicidas”, segundo amigos da família. Ele já tinha tentado suicídio.

A Polícia Federal cogitava incluir Paulo César na lista dos procurados da Interpol, porque não conseguia cumprir o mandado de prisão expedido contra ele, e já o considerava foragido. Ele é suspeito de integrar um esquema que teria desviado R$ 600 milhões, envolvendo cerca de 18 empresas supostamente de fachada e tinha beneficiários políticos de Pernambuco e do Nordeste. 

Paulo Morato seria o dono da empresa “Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplenagem LTDA” e apontado pelo Ministério Público Federal como um dos que aportou recursos na aquisição do jatinho Citation que transportava o ex-governador Eduardo Campos, morto no acidente de em 13 de agosto de 2014.

Segundo o assessor de imprensa da Polícia Federal, Giovani Santoro, existe um agente federal acompanhando as investigações para observar se a morte tem algo relacionado à Operação Turbulência. Por enquanto, de acordo com ele, o caso será tocado pela Polícia Civil.

Segundo o MPF, Paulo César tinha em conta R$ 24,5 milhões, mas era considerado “laranja”, mas incompatível com seu padrão de vida. “Isso evidencia sua condição de testa de ferro”, sustentam os procuradores. Entre os cinco investigados, ele era o que mais tinha dinheiro em conta.

Paulo César deu entrada no motel por volta do meio dia de ontem (21), num Jeep Cherokee preto, de placas QFP-4389.. Nesta quarta-feira à noite, os funcionários suspeitaram da "falta de pedidos" de room-service e arrombaram a porta do quarto, encontrando-o na cama morto, sem sinais de violência. Ele tinha posse de R$6,5 mil. Sua empresa de fachada recebeu R$18,8 milhões da empreiteira OAS, uma das maiores beneficiadas pelo roubo na Petrobras.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

BOLSONARO VIRA RÉU POR INCITAÇÃO AO CRIME DE ESTUPRO


NO DIA 9 DE DEZEMBRO DE 2014, EM DISCURSO NO PLENÁRIO DA CÂMARA, BOLSONARO DISSE QUE SÓ NÃO ESTUPRARIA A DEPUTADA MARIA DO ROSÁRIO PORQUE ELA “NÃO MERECE” (FOTO: WILSON DIAS/ABR)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou hoje (21) denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e queixa-crime da deputada Maria do Rosário (PT-RS) contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por incitação ao crime de estupro.

Com a decisão, Bolsonaro passa à condição de réu por incitação ao crime de estupro e por injúria. Denunciado por apologia ao estupro quando disse que não estupraria a deputada Maria do Rosário porque ela não merecia, o deputado Bolsonaro refutou as acusações dizendo que a fala foi no meio de uma discussão sobre o tema.

O parlamentar disse que, ao contrário do que é acusado, defende maior rigor na punição do crime e que o retorno à sociedade seja feita mediante opção do detento de se submeter a castração química.

No dia 9 de dezembro de 2014, em discurso no plenário da Câmara, Bolsonaro disse que só não estupraria a deputada Maria do Rosário porque ela “não merece”. No dia seguinte, o parlamentar repetiu a declaração em entrevista ao jornal Zero Hora.

VALÉRIO PRESTA DEPOIMENTO DE TRÊS HORAS PARA NEGOCIAR DELAÇÃO PREMIADA


ELE DIZ TER MUITO O QUE FALAR SOBRE PESSOAS DE VÁRIOS PARTIDOS

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza prestou depoimento nesta terça-feira, 21, por cerca de três horas à promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais. Operador do esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro, o empresário negocia delação premiada dentro do processo que apura o escândalo, iniciado na gestão de Eduardo Azeredo (PSDB) como governador de Minas Gerais, entre 1995 e 1998. Marcos Valério atuou em esquema semelhante no chamado mensalão do PT, pelo qual cumpre pena de 37 anos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Na quinta-feira, 16, o advogado de Marcos Valério, Jean Robert Kobayashi Júnior, confirmou a tentativa de delação premiada com o Ministério Público. Conforme o representante do empresário, Valério "tem muito o que falar sobre pessoas de vários partidos". Pedidos de delação só são aceitos quando podem contribuir de forma decisiva para as investigações. A promotoria ainda não se posicionou se irá ou não fechar o acordo com Marcos Valério. Caso aceite o pedido, a troca pode ser a redução de pena ou transferência de local de cumprimento de pena.

Entre os já condenados no mensalão mineiro em primeira instância está o ex-governador Eduardo Azeredo. A pena é de 20 anos e 10 meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiros. No esquema, recursos de estatais mineiras eram desviados por intermédio de empresas de publicidade de Marcos Valério. Pelo menos R$ 3,5 milhões saíram dos cofres públicos dessa forma e, segundo as investigações, abasteceram caixa 2 da campanha tucana pela reeleição ao Palácio da Liberdade em 1998. Na disputa, Azeredo foi derrotado por Itamar Franco, à época no PMDB.

terça-feira, 21 de junho de 2016

PF prende quatro pessoas em operação envolvendo avião de Eduardo Campos



A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Turbulência, que investiga um suspeito esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado mais R$ 600 milhões de reais desde 2010, em cidades de Pernambuco e Goiás. Foram cumpridos quatro mandados de prisão: os empresários presos Eduardo Freire Bezerra Leite, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Apolo Santana Vieira, Arthur Roberto Lapa Rosal. Um quinto mandado de prisão preventiva foi expedido para Paulo César de Barros Morato, considerado foragido pela PF.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão e 16 de condução coercitiva. Foram recolhidos dois helicópteros e um avião, avaliados em R$ 9 milhões, além de 10 mil dólares em dinheiro. Contas bancárias foram bloqueadas a mando da Justiça.

A apuração começou a partir da análise de movimentações financeiras das contas de empresas envolvidas na aquisição da aeronave Cessna Citation PR-AFA, que transportava o então candidato Eduardo Campos durante a campanha eleitoral à Presidência da República, em 2014. No dia 13 de agosto daquele ano, o avião caiu em Santos, litoral paulista, matando sete pessoas, entre elas o ex-governador de Pernambuco. Os suspeitos serão investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

A PF constatou que algumas das empresas do grupo eram de fachada, constituídas em nome de “laranjas”, e que realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, algumas das quais investigadas na Operação Lava Jato. Há suspeita de que os recursos movimentados tinham como destino pagamento de propina, caixa dois de empresas e financiamento ilegal de campanhas eleitorais.

Bancos trocarão dinheiro falso sacado em caixas e terminais


Notas de real
Nova regra estabelecida pelo Banco Central exige substituição imediata de cédulas e moedas

Veja.com

Os bancos agora são obrigados a trocar, imediatamente, cédulas e moedas falsas sacadas em caixa ou terminais de autoatendimento. A nova regra, regulamentada pelo Banco Central, foi publicada na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União.

Essa medida foi definida pelo Conselho Monetário Nacional em maio, mas ainda precisava de regulamentação. Anteriormente, os bancos costumavam substituir as cédulas, mas o prazo de troca dependia da relação da instituição com o cliente.

No site do BC, há doze perguntas e respostas sobre a troca de dinheiro falso. Quando o dinheiro com suspeita de ser falso for sacado em um banco, o cliente deve procurar qualquer agência para fazer a troca. No caso de aposentados ou beneficiários do Bolsa Família que não tenham conta em banco, a troca do dinheiro falso também é obrigatória. Basta procurar qualquer agência do banco em que o dinheiro foi sacado.

O BC lembra que não é preciso retirar extrato da conta para pedir a troca, já que os bancos têm registros dos saques. Caso receba o dinheiro falso em outras circunstâncias, como no comércio, o consumidor deve procurar qualquer agência bancária e entregar a cédula ou moeda. O banco anotará dados como nome, endereço e CPF. Se ficar comprovado que a cédula de fato é falsa, a pessoa será ressarcida pelo banco.

O dinheiro recolhido pelos bancos é enviado ao BC para fazer a análise de sua legitimidade. As instituições financeiras terão prazo de 180 dias para se adequar aos prazos para envio do dinheiro ao Banco Central. De acordo com a regulamentação, em municípios em que o BC tem representação, os bancos terão até 30 dias para enviar o dinheiro com suspeita de ser falso. O prazo de 45 dias foi estabelecido para as demais localidades do país.

O BC tem, no máximo, vinte dias para fazer essa análise. Para acompanhar a análise das cédulas, o cidadão pode acessar a página do Banco Central.

Os bancos também devem informar sobre o andamento da análise, quando solicitados. Se a análise do BC apontar que o dinheiro é legítimo, o banco terá prazo de 24 horas para depositar o valor correspondente devido na conta corrente do cliente, após receber o crédito do valor. No caso de não-correntistas, o prazo da instituição financeira para comunicar a disponibilidade do valor é de três dias úteis.

(Com Agência Brasil)

Oi entra com pedido de recuperação judicial


Oi
Endividamento da empresa chega a 65,4 bilhões de reais, o que tem dificultado as renegociações com credores

Veja.com

A empresa de telefonia Oi entrou nesta segunda-feira com pedido de recuperação judicial. A solicitação foi apresentada à Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro "em caráter de urgência", como informa a companhia no comunicado sobre a decisão.

A empresa tem enfrentado problemas com o alto volume de sua dívida, que chega a 65,4 bilhões de reais. As dificuldades incluem o descumprimento de metas de qualidade, universalização e ampliação do acesso aos serviços de telecomunicação. Em maio, a companhia acertou um termo de compromisso de ajustamento de conduta (TAC) com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para trocar as multas por esse descumprimento, que chegavam a 1,2 bilhão de reais, por investimentos de 3,2 bilhões de reais até 2020.

"Considerando os desafios decorrentes da situação econômico-financeira das Empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das Empresas Oi representadas por iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das Empresas Oi, a Companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada", diz o comunicado assinado por Flavio Nicolay Guimarães, diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Oi.

Segundo o comunicado, só assim a companhia conseguirá preservar a continuidade da oferta de serviços de qualidade a seus clientes dentro dos compromissos assumidos com a Anatel, preservar o valor da empresa, manter a continuidade de seu negócio e proteger o caixa do grupo.

A Oi fechou 2015 com prejuízo de 5,3 bilhões de reais e, no ano anterior, de 4,4 bilhões de reais. No primeiro trimestre deste ano, a perda da empresa foi de 1,64 bilhão de reais, montante 268% maior que o do mesmo período de 2015.

A empresa de telefonia foi uma das beneficiárias da chamada política de "campeões nacionais", segundo a qual, com crédito farto do BNDES, companhias selecionadas se tornariam gigantes em seus setores com capacidade para competir globalmente. A Oi foi ungida de maneira ainda mais benevolente: em 2008, o governo autorizou mudanças nas regras do setor de telecomunicações para que ela pudesse comprar a Brasil Telecom e se transformar em uma "supertele".

Oito anos depois, a supertele protagonizou o maior pedido de recuperação judicial da história do país.

JUSTIÇA AUTORIZA ESTATAL DE ÁGUAS A DEMITIR SINDICALISTA QUE FEZ PRESIDENTE DE REFÉM



O juiz Fernando Gabriele Bernardes, titular da 9ª Vara da Justiça do Trabalho no Distrito Federal, autorizou a Caesb, empresa pública de águas e saneamento do DF, a demitir por justa causa o dirigente sindical Pedro Cerqueira Medeiros, vulgo “Caititu”, um dos mais agressivos líderes da invasão de funcionários em greve ao gabinete do então presidente da estatal, Oto Guimarães Júnior, em agosto de 2014, quando ele foi feito de refém.

A invasão ocorreu durante reunião entre o presidente e a direção do sindicato, para discutir as reivindicações. Testemunhas afirmam que cerca de vinte grevistas invadiram a sala apitando e batendo nas cadeiras. O então presidente tentou deixar a empresa, mas foi impedido à força de entrar no próprio carro, empurrado de volta a sua sala, sob xingamentos e insultos com palavrões. A maior parte da agressão foi registrada em vídeo e anexada ao processo movido pela Caseb. Oto Guimarães Júnior chegou a ficar refém por 40 minutos. A Polícia Militar precisou usar spray de pimenta para conter a confusão.

‘Atitude deletéria’

O inquérito e as imagens demonstraram que “Caititu” não apenas participou da invasão como nada fez para tentar dissuadir seus colegas.

“Sua inércia diante da agressividade do movimento já poderia ser considerada exercício abusivo do mandato sindical”, escreve o juiz em sua sentença.

Mas a atitude agressiva de Pedro Cerqueira Medeiros, o “Caititu”, em relação ao presidente da empresa, segundo o magistrado, constitui atitude “deletéria” ao ambiente negocial.

Ameaça: ‘vai ter defunto aqui’

Além disso, quando o presidente-refém fez menção de chamar a polícia, o sindicalista “Caititu” ameaçou: “se chamar a polícia, vai ter defunto aqui”. Naquele ano, a greve foi considerada ilegal pela Justiça do Trabalho.

O juiz lamenta que nesta época em que se espera maior grau de civilidade das pessoas, trinta anos depois da redemocratização, “tornou-se comum a invasão de prédios públicos como linguagem de protesto”.

Radicalismo

O sindicalista “Caititu” ainda integra a diretoria executiva do Sindáguas, entidade conhecida pelos movimentos agressivos e radicalizados. Atualmente, esse grupo lidera a greve dos funcionários da Caesb que completa 35 dias nesta terça-feira (21). Alguns dos principais líderes do movimento, especialistas em dificultar qualquer entendimento, são ligados a partidos radicais do tipo PSTU e PSOL, hostis ao PSB do atual governador, Rodrigo Rollemberg, como o eram na época em que Agnelo Queiroz (PT) governava o DF.

Até tucanos acham que delações devem comprometer planos de Aécio para 2018



Por Josias de Souza

As coisas poderiam estar tranquilas e favoráveis para Aécio Neves, pois Dilma foi afastada, Lula virou assunto para o doutor Sérgio Moro e Temer aparece nas sondagens eleitorais com um percentual nanico de 2%. Entretanto, os planos presidenciais de Aécio também se dissolvem no caldeirão flamejante da Lava Jato.

Em privado, até os companheiros de partido de Aécio avaliam que são remotas as chances de ele conseguir restaurar a biografia até 2018. O nome de Aécio frequenta os lábios de delatores com uma frequência embaraçosa. Foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff, pelo senador cassado Delcídio Amaral, pelo ex-deputado mensaleiro Pedro Corrêa e pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Por ora, Aécio já foi brindado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot com um par de pedidos de inquérito no STF. O mais espinhoso destina-se a investigar denúncia reiterada por Delcídio sobre a alegada participação do grão-tucano num esquema de coleta de propinas na estatal elétrica Furnas.

Sérgio Machado, um ex-tucano convertido ao PMDB, acusou Aécio de receber dinheiro de empreiteiras por baixo da mesa. Ele cita episódio que diz ter ocorrido em 1998, quando Aécio se equipava para disputar o comando da Câmara. Com a ajuda de Machado e do ex-governador alagoano Teotônio Vilela Filho, Aécio teria amealhado R$ 7 milhões para aplicar nas campanhas eleitorais de 50 deputados do PSDB. Desse total, disse Machado, Aécio teria retido R$ 1 milhão em dinheiro vivo.

Mesmo os líderes tucanos que duvidam da culpa de Aécio acham que ele dificilmente conseguirá se desvencilhar completamente das suspeitas até 2018. Recorda-se, de resto, que há novas delações por vir. Receia-se que seu nome seja levado novamente às manchetes de ponta-cabeça depois que vierem à luz as revelações da turma da OAS e da Odebrecht.

Na sucessão de 2014, Aécio saiu das urnas como o candidato tucano que mais se aproximou da poltrona de presidente desde o término dos dois mandatos de FHC. Amealhou 48,36% dos votos válidos. Ficou apenas 3,28 pontos atrás de Dilma, reeleita com 51,64% dos votos válidos.

Nessa época, Aécio apresentava-se ao eleitorado como um gestor moderno e eficiente. Se os líderes tucanos ouvidos pelo repórter estiverem certos, ele chegará a 2018 como um dos mais promissores presidentes que o Brasil jamais terá.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Movimento lança dois novos bonecos: “Enganô” e “Petralovski”. Ou: Recolha a tropa, Janot, e se atenha aos autos


Bonecos que fazem alusão crítica a Janot e Lewandowski, do movimento Nas Ruas
Bonecos que fazem alusão crítica a Janot e Lewandowski, do movimento Nas Ruas

Começa a ficar claro que Ministério Público Federal está com uma leitura política da realidade que, no fim das contas, absolve politicamente o PT

Por Reinaldo Azevedo

Os movimentos de rua — e foram eles que levaram a Câmara a aceitar a denúncia contra Dilma e o Senado a abrir o processo contra a presidente —, mais uma vez, estão à frente da média da imprensa na percepção do que está em curso. Sempre foi assim, não é mesmo? Enquanto setores expressivos do jornalismo insistiam em dar espaço para meia dúzia de bocós que queriam golpe militar, as ruas, de verdade, queriam o impeachment segundo as regras do jogo. Enquanto os “especialistas” do jornalismo duvidavam que Dilma seria afastada, as ruas nunca hesitaram.

O movimento Nas Ruas me manda a imagem de dois bonecos que passaram a frequentar a Avenida Paulista, junto com o Pixuleco: o “Enganô”, que faz alusão ao Rodrigo Janot, procurador-geral da República, e o Petralovski, que remete ao presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski.

Acho que não é preciso expor, vamos dizer assim, as reservas a Lewandowski. Pode até ser um exagero meter-lhe uma estrela no peito, mas não chega a ser segredo que suas concepções mais gerais de mundo estão bastante adequadas ao universo mental petista. No julgamento de uma das ações que buscavam paralisar a tramitação do impeachment, o ministro discursou em favor de uma inexistente soberania do Supremo para decidir se Dilma será ou não cassada. Como se sabe, a Constituição diz que os juízes num processo de crime de responsabilidade são os senadores. PONTO!

Qual é a treta com Janot?

E com Janot? Qual é a treta? Notem: toda pessoa decente quer que todos os corruptos paguem por seus crimes. Mas os movimentos que levaram milhões às ruas em favor da deposição de Dilma começam a perceber que o sr. Rodrigo Janot se move com o que parece, a esta altura, ser uma agenda.

Um estrangeiro que não tivesse acompanhado o escândalo e conseguisse ler a imprensa brasileira teria algumas certezas inquestionáveis:
a: o PMDB foi o coração do petrolão;
b: o PMDB comandou o governo mais corrupto da história;
c: Eduardo Cunha é o chefe inconteste do petrolão;
d: nada há, até agora, que justifique uma denúncia contra Dilma;
e: nada há, até agora, que justifique uma denúncia contra Lula;
f: o PT foi um parceiro menor na administração do petrolão.

Ora, é a maior coleção de mentiras jamais contada sobre o caso.

Militância política

Infelizmente, resta evidente que o Ministério Público Federal, ao lado do meritório trabalho de investigação que fez em muitos casos, resolveu operar também com a política. Aponto esses desvios aqui no meu blog desde sempre. Infelizmente, eu estava certo. Ocorre que a militância passou a ser, agora, mais desabrida. Com os holofotes no mais das vezes acríticos que lhes garante a imprensa, procuradores falam abertamente em refundar a República e não têm receio nenhum de conceder entrevistas que buscam intimidar até o Supremo.

Ou Deltan Dallagnol, o loquaz coordenador da Lava-Jato, não o fez duas vezes enquanto Teori Zavascki decidia sobre o destrambelhado e injustificado pedido de prisão de Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney? O irrequieto procurador deu a entender, com todas as letras, que a Teori só cabia uma decisão correta: dizer “sim” à pretensão do Ministério Público. O ministro consultou a lei e disse “não”.

Dallagnol e pares seus estiveram em Londres para um seminário sobre a Lava-Jato. Ele e Paulo Roberto Galvão concederam uma entrevista ao Globo. Mais uma vez se manifesta aquele viés de salvadores do mundo e almas messiânicas tocadas pelo desejo de purificar a Terra.

Numa de suas respostas, afirmou Dallagnol:
“Sem entrar no caso concreto, eu diria que a corrupção não tem cor, não tem partido. Ela existe há séculos no Brasil. Apenas na década de 90 tivemos 88 casos de corrupção só na área federal. O nosso compromisso é apurar corrupção envolva quem for de modo cego, apartidário, técnico e imparcial. Esse é o compromisso que temos com a sociedade.”

De todas as teses até agora expostas, essa é a mais profundamente petista. Já escrevi aqui que a Lava-Jato fala, muitas vezes, com o sotaque do PT da década de 80. Ora, essa avaliação desconsidera a particularidade do assalto petista ao estado: foi também uma forma de conquista do estado; não foi só o roubo aos cofres públicos; tratou-se também do sequestro da democracia.

A escolha das palavras diz muito do que vai hoje no MPF: “uma apuração de modo cego”. Os olhos vendados da Justiça significam apenas que ela não distingue nem protege este ou aquele. Mas não se pode ser tão cego a ponto de não enxergar os limites institucionais.

A seleção de alvos que vem fazendo o Ministério Público e a forma como articulou a delação do senhor Sérgio Machado puseram a instituição a serviço de uma tese: a deposição do governo Temer para a realização de novas eleições, o que poderia levar hoje o país para o buraco.

E, no buraco, não se consegue nem combater a corrupção.

É bom o Ministério Público Federal deixar a política de lado. As ruas já perceberam. Elas apoiam o combate à corrupção, não os impulsos de candidatos a tiranos virtuosos. Porque isso não existe.

Recolha a tropa, Janot, e se atenha aos autos.