No livro "Você é o Máximo - A História do Puxa-saquismo", Richard Stengel, ex-editor da revista Time, anota que o romano Plutarco foi a primeira pessoa a escrever um tratado anti-puxa-sacos. Nele, receitou um antídoto para os donos dos sacos: "Mude suas ideias abruptamente e observe se o bajulador o seguirá."
Jair Bolsonaro já mudou de opinião sobre o Onyx Lorenzoni várias vezes. Quando o nomeou para a chefia da Casa Civil, imaginou que pudesse acumular a articulação política com a coordenação de governo. Desde então, vem rebaixando o auxiliar de forma humilhante. E Onyx puxa-lhe cada vez mais o saco.
Onyx perdeu a atribuição de articulador político do Planalto. A coordenação de governo foi sendo lipoaspirada até desaparecer. Sem serventia na Casa Civil, foi rebaixado para a pasta da Cidadania. E nunca deixou de exercer o puxa-saquismo em tempo integral.
Nesta terça-feira, Onyx se esmerou. Na entrevista interministerial sobre a crise do coronavírus, exaltou "a maneira corajosa" como Bolsonaro, o "comandante da nossa nação", defende o equilíbrio entre o problema da saúde e a sobrevivência econômica. (assista no vídeo abaixo).
Onyx tornou-se um tipo sui generis de bajulador. Capricha tanto que acaba sendo vítima de sua própria habilidade. Puxa o saco com tamanha sinceridade que Bolsonaro, o elogiado, acredita tão piamente nas suas hipotéticas qualidades que considera desnecessário recompensar Onyx por reconhecer méritos evidentes.
Por Josias de Souza
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