Há no mundo três coisas absolutamente seguras: o nascer do Sol, a morte e a próxima incoerência de Jair Bolsonaro.
No início da semana, o presidente cobrou dos doutores Davi Uip e Roberto Kalil transparência sobre os remédios que tomaram para derrotar o coronavírus.
Nesta sexta-feira, perguntou-se a Bolsonaro o que foi fazer no Hospital das Forças Armadas. "Tomar sorvete". Os repórteres insistiram. E ele: "Exame de gravidez."
Bolsonaro fala demais e cala demais. Especulou sobre o silêncio dos doutores: "Seriam questões políticas, já que um pertence a equipe do governador de SP?".
Levou uma invertida de Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo: "Respeite meu direito de não revelar meu tratamento."
Davi Uip lembrou que Bolsonaro também havia se recusado a divulgar os exames a que se submetera para saber se estava infectado pelo novo vírus.
Kalil admitiu o uso da cloroquina junto com outros remédios —antibiótico, corticoide e anticoagulante, por exemplo. Foi citado por Bolsonaro em rede nacional.
Transparência no prontuário médico dos outros é refresco. Na ficha médica de um presidente da República, é uma obrigação.
Entretanto, Bolsonaro dá de ombros para a liturgia. Dedica-se a se consolidar como um protagonista de tríades.
O comportamento do capitão confirma que há três coisas irrecuperáveis para um político: o respeito, a dignidade e a virgindade.
Saúde de presidente é coisa séria. Bolsonaro precisa responder: O teste de gravidez deu positivo?
Por Josias de Souza
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