sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Aberta fila de indicações políticas sob Bolsonaro



Foi deflagrada em Brasília uma articulação política de dimensão que não se via desde 2003, quando o petismo substituiu o tucanato no poder federal. A pretexto de expurgar da máquina estatal os "esquerdistas" que ocupam poltronas nas repartições públicas desde o primeiro mandato de Lula, os operadores de Jair Bolsonaro começaram a organizar uma espécie de fila do emprego. Parlamentares dispostos a apoiar o governo do capitão estão sendo convidados a fazer indicações para cargos federais situados nos Estados.

Encontram-se sobre o balcão assentos em órgãos muito cobiçadas por deputados e senadores. Por exemplo: Dnit, Incra, Dnocs, Funasa e Ibama. São nichos tradicionais de politicagem e corrupção. Em português castiço, o que se vê nos bastidores da transição é o velho toma-lá-dá-cá —aquele modelo arcaico de fazer política que Bolsonaro havia amaldiçoado durante a campanha eleitoral. No melhor estilo franciscano, é dando que o futuro governo espera receber apoio às reformas que enviará ao Congresso.

O pretexto ideológico é frágil, pois vários congressistas entram na fila não para ocupar, mas para manter cargos que já controlam. São fisiológicos profissionais. Apoiavam Fernando Henrique Cardoso. Continuaram apoiando Lula. Deram suporte a Dilma Rousseff. E ajudaram a derrubá-la para manter seus espaços na máquina estatal sob Michel Temer.

Há, porém, um quê de originalidade no fisiologismo à Bolsonaro. Por enquanto, as negociações não passam pelas cúpulas dos partidos. Abordados diretamente, integrantes do chamado baixo clero legislativo se sentem valorizados como cardeais. Onyx Lorenzoni, o futuro chefe da Casa Civil, seleciona um grupo de parlamentares barrados nas urnas de outubro para compor um grupo para ajudar a organizar a fila e preencher os cargos.

Por Josias de Souza

Mourão classificava Magno Malta como 'oportunista'



O general Hamilton Mourão já disse publicamente que Magno Malta era um “elefante no meio da sala” aguardando um convite de Jair Bolsonaro para virar ministro.

Agora, não é mais.

O senador capixaba sobrou na fila e não ocupará posto algum no futuro governo. Mourão deve estar vibrando. Internamente, ele sempre classificava Magno Malta com um “oportunista”.

Radar Veja.com

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Carlos Bolsonaro: morte do meu pai interessa ‘aos que estão muito perto’



Um dos filhos do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), afirmou, em postagem feita no Twitter no final da noite desta quarta-feira, 28, que a morte de seu pai interessa “aos que estão muito perto”.

“A morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após sua posse! É fácil mapear uma pessoa transparente e voluntariosa. Sempre fiz minha parte exaustivamente. Pensem e entendam todo o enredo diário”, escreveu.

Em menos de cinco horas após a publicação, o post tinha sido compartilhado mais de 1.300 vezes e reunido quase mil comentários e 9.400 curtidas. Entre os comentários, boa parte queria que ele detalhasse a afirmação, o que não foi feito. Muitos também pediam que ele fizesse gestões para reforçar a segurança do seu pai.

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Luiz Fernando Pezão, governador do Rio, é preso pela Lava Jato


Luiz Fernando Pezão, Governador do Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB) foi preso preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, dentro do Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do executivo, em um desdobramento da operação Lava Jato. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça.

Na ação, a Procuradoria-Geral da República disse que o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que cometeu vários crimes contra a administração pública, com destaque para corrupção e lavagem de dinheiro. O político do MDB foi alvo de delação premiada de Carlos Miranda, suspeito de ser operador financeiro de esquemas de seu antecessor, Sergio Cabral, de quem foi vice-governador.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Esqueceram Magno Malta



O estudioso de astrologia Olavo de Carvalho só indicou dois nomes para ministros do governo Bolsonaro – e emplacou os dois, um nas Relações Exteriores, o outro na Educação.

O pastor Silas Malafaia, ao que se sabe, só indicou um nome – o do senador não reeleito Magno Malta (PR). Para qual ministério? Para qualquer um, ora!

Magno errou. Recusou-se a ser vice de Bolsonaro convencido de que se reelegeria. Ao invés de ir caçar votos, foi rezar pela saúde de Bolsonaro.

Esperou que os votos viessem por gravidade. Agora suplica ao Senhor para não ser esquecido.

Se o governo Bolsonaro fizer o que promete, pode levar à lona o agronegócio brasileiro - Fala do "Boçalzinho" é coisa de adolescente que joga “War”, não política externa; é o que Mourão chama orelhada


Eduardo Bolsonaro fala com jornalistas em Washington, nos Estados Unidos, nesta terça-feira (27) — Foto: TV Globo

Filho de eleito anuncia nos Estados Unidos mudança de embaixada: “Pergunta não é se, mas quando”

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do presidente eleito, Jair Bolsonaro, está em viagem aos EUA. Não está claro que fale com delegação expressa do pai, mas também não há evidências do contrário. Na área política, essa é uma constante da campanha eleitoral, que se estende agora nessa fase da transição. Loucura? Método? As duas coisas? Tanto faz? O fato é que ele confirmou a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Nas suas palavras: “A questão não é perguntar se vai, a questão é perguntar quando será”. Aí você pode se perguntar: “Mas isso não deveria ser anunciado, então, pelo próprio presidente, quando ocorrer, ou pelo ministro das Relações Exteriores?’ A resposta: “É o que recomenda a sabedoria prudente e convencional”. Mas estamos vivendo tempos em que a prudência e o bom convencionalismo são chamados de “política tradicional”. E, por óbvio, falta tradição no bolsonarismo. Logo, não sobrariam nem prudência nem sabedoria. Ah, sim: se o governo Bosonaro fizer o que promete, pode levar à lona o agronegócio brasileiro. E não vai adiantar bater boca com o irrelevante MST para tentar agradar o setor.

Eduardo se reúne com genro de Trump. Diz atuar para resgatar credibilidade. De boné pró-reeleição

Em seu primeiro dia nos Estados Unidos, Eduardo participou de encontros no Departamento de Estado, na OEA (Organização dos Estados Americanos), no Conselho de Segurança Nacional e no Departamento de Comércio. Esteve, de manhã, com Jared Kushner, genro e um dos conselheiros do presidente americano, Donald Trump. Os Estados Unidos transferiram sua embaixada para Jerusalém, no que foram seguidos pela Guatemala. Até agora, são os dois únicos países a terem tomado essa decisão. O deputado também participou de um almoço na Câmara de Comércio Brasil-EUA. Ao deixar o evento, estava com um boné “Trump 2020”, com a marca: “Make America Great Again” — “Faça a América Grande de novo”. Afirmou: “Ganhei aqui. Bonito? Ganhei dos apoiadores que estão aqui”. O filho de Bolsonaro pôs a peça de propaganda eleitoral na cabeça e posou para fotos. Um dos alegados motivos de viagem é, como disse, “resgatar a credibilidade” do Brasil no exterior. É provável que os democratas considerem não ser esse um bom caminho.

Deputado diz que eventual retaliação de árabes pode ser revertida se Brasil atuar para frear o Irã!!!

Eduardo Bolsonaro resolveu navegar em águas um pouco perigosas quando lhe lembraram que a eventual transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém pode gerar uma reação negativa dos países árabes, com os quais o Brasil manteve um superávit comercial de US$ 8 bilhões no ano passado. É o segundo destino da exportação de proteína animal produzida em solo nativo. Ele deu, então, a seguinte resposta:

“Olha, todo mundo conhece Jair Bolsonaro. Ele falou bastante isso na campanha [a mudança da embaixada]. Se isso pode interferir alguma coisa no comércio, a gente tem que ter alguma maneira de tentar suprir caso venha a ocorrer esse tipo de retaliação. E eu acredito que a política no Oriente Médio já mudou bastante também. A maioria ali é sunita. E eles veem com grande perigo o Irã. Quem sabe apoiando políticas para frear o Irã, que quer dominar aquela região, a gente não consiga um apoio desses países árabes”.

Fala sobre Irã é coisa de adolescente que joga “War”, não política externa; é o que Mourão chama orelhada

Destaco de saída o pensamento mágico. Caso sobreviesse um boicote de países árabes, ainda que parcial, às importações brasileira, isso seria, nas palavras do deputado, “suprido” de que maneira? Para lembrar uma entrevista concedida pelo general Hamílton Mourão, vice-presidente eleito, coisas dessa importância não podem ser ditas “de orelhada”. Imaginar que o Brasil poderia, sei lá, apoiar medidas hostis ao Irã, de maioria xiita, para agradar os sunitas e, assim, amenizar uma eventual retaliação de países árabes em decorrência da mudança da embaixada é delírio de adolescente que joga “War”, não uma escolha de política externa. Não só tal opção poderia significar um atentado contra os interesses comerciais do Brasil como poderia servir, e para isto também alertou Mourão, para atrair para o nosso país tensões que remetem a um conflito no Oriente Médio do qual temos conseguido ficar prudentemente distantes — e isso inclui o terrorismo.

Brasil teve US$ 8 bi de superávit com árabes em 2017; com o Irã, neste ano, chega a US$ 5 bi. Vale a briga?

O que Eduardo Bolsonaro tem na cabeça em relação ao Irã? Não dá para saber. Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio, o intercâmbio bilateral Brasil-Irã movimentou, neste ano, até setembro, US$ 4,6 bilhões, e o superávit brasileiro é de US$ 4,551 bilhões. Sim, senhores! O Brasil exporta um volume considerável para aquele país e não importa praticamente nada: meros US$ 38 milhões no período. É o sexto destino das exportações brasileiras. O milho é o principal item da pauta: sozinho, responde por US$ 3,5 bilhões. Vai ver o filho de Bolsonaro já sabe para onde escoar também essa produção. Então ficamos assim: digamos que, na lógica de Eduardo Bolsonaro, os países árabes não se incomodem com a decisão brasileira de mudar a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém desde que o Brasil, então, resolva ser parceiro de Donald Trump na ação contra o Irã. Nesse cenário já improvável, manteríamos aqueles US$ 8 bilhões de superávit com, para ficar nos seus termos, os “sunitas”, mas poderíamos perder o, neste ano, já quase US$ 5 bilhões com os xiitas. Observem: esse e o cenário róseo. No mundo real, a coisa está mais para uma soma negativa contra o Brasil: perder parte considerável do superávit com os árabes e do superávit com o Irã, hipótese em que o espeto poderia ser bem superior a US$ 8 bilhões de dólares.

É isso o que o bolsonarismo chama de política externa não-ideológica? Produção rural do país em perigo

Ora, meus caros, minhas caras, é evidente que não é assim que se faz ainda que ao Brasil cumprisse, em sua aproximação com os EUA, ser parceiro servil da política de Donald Trump para o Oriente Médio. É a isso que Bolsonaro chama de política externa não ideológica? O que me parece nada ideológico e bastante pragmático e manter superávit de US$ 20 bilhões com a China, de US$ 8 bilhões com os árabes e de US$ 5 bilhões com o Irã. A menos que haja a determinação de quebrar o agronegócio brasileiro. Ou será que, nesse caso, basta ficar batendo boca com o irrelevante MST.

E não adianta ficar atacando a “mídia tradicional”. É uma questão matemática.

Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Bolsonaro e o marido de Dulce



Sem educação, sem trato, Olavo de Carvalho foi responsável pela indicação de ultraconservadores

Dulce apanhou por 48 anos… “Não era sempre, era esporádico”, tenta mascarar o comportamento agressivo do marido gringo. Quando não agredia fisicamente, gritava, humilhava, mandava embora de casa. E era ela quem garantia o sustento da família. Ele, alegando sucessivas doenças, já não trabalhava fazia tempo.

Quase bodas de ouro… ela virou a mesa, saiu da casa confortável num bairro nobre de São Paulo, mudou-se para um apartamento pequeno, sem móveis, sem geladeira. Cansou, diz ela. Aos poucos, montou o apê, ganhou fogão e TV dos filhos, comprou cama e escrivaninha para continuar trabalhando. Aos 65 anos, recomeçou a vida.

Até ai… história parecida com milhões de outras. Mulheres abusadas e homens violentos. O que impressiona em Dulce não é a coragem de refazer a vida, seja em que tempo for. Mas a fantasiosa e surpreendente esperança de que um dia o marido poderá mudar, transformando-se, aos 70 e tantos anos, num homem carinhoso e gentil.

Tenho lembrado de Dulce nesses tempos soturnos.

Com todas as evidências, há quem acredite num Brasil melhor nos próximos quatro anos. E há quem acuse: a imagem reacionária e retrógrada de Bolsonaro nada mais é do que o reflexo do que diz a oposição. Acreditam no que querem acreditar, ainda que ele próprio desfaça qualquer fantasia. Há quem, bem formado e inteligente, ainda repita a mentira deslavada do “kit gay”.

Bolsonaro é reflexo dele mesmo, de sua formação militar conservadora e fundamentalista. E é reflexo de seu grupo. Consta que ele nunca esteve pessoalmente com o autointitulado filósofo, astrólogo, professor Olavo de Carvalho. Fez dele seu guru. Nem conhecia o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez, nomeado ministro da Educação. Vélez é professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Está explicada sua nomeação.

Sem educação, sem trato, Olavo de Carvalho foi responsável pela indicação dos ultraconservadores Vélez e Ernesto Araujo, chanceler de Bolsonaro. Gosta de chamar os adversários de idiota e imbecil, e, irresponsável, associou veículos de imprensa ao tráfico de drogas e contrabando.

Entre outras pérolas do radicalismo e irresponsabilidade de Olavo de Carvalho, em agosto de 2016, pelas redes sociais, acusou Barack Obama de ser agente russo plantado pela KGB. E defendeu abertamente a matança de ursos (a carne é ótima, diz ele). Esse cidadão que mora nos Estados Unidos só não deve indicar o ministro do Meio-Ambiente porque, segundo declarou ironicamente à imprensa, “já esgotou seu estoque de ministros”.

Cenário miserável. Nem todo o delírio poderá aplacar a amargura que ronda o país. Lembrando: somos hoje 208,5 milhões de brasileiros, 57 milhões votaram em Bolsonaro, mas 90 milhões votaram na oposição ou escolheram ninguém. Não cabem devaneios, ilusões perdidas. Só vive de ficção, quem quer. Justiça seja feita, como o marido de Dulce, o presidente eleito nunca escondeu o que pensa.

Por Mirian Guaraciaba, ela é jornalista, paulista, brasiliense de coração, apaixonada pelo Rio de Janeiro

Sob Bolsonaro, militares ocupam espaço equivalente ao que PT e MDB ocupavam



Ao indicar o general Carlos Alberto dos Santos Cruz para a pasta da Secretaria de Governo, Jair Bolsonaro elevou para quatro o número de ministros egressos dos quadros das Forças Armadas. A cota militar da Esplanada deve subir para cinco, pois Bolsonaro cogita indicar outro general para a Infraestrutura. Com isso, os militares ocuparão na equipe ministerial um espaço equiparável ao que foi destinado ao PT nas gestões de Lula e Dilma Rousseff e ao MDB no governo-tampão de Michel Temer.

Além de Santos Cruz, Bolsonaro acomodou no topo da estrutura de sua futura gestão o general Augusto Heleno, lotado no Gabinete de Segurança Institucional; o general Fernando Azevedo e Silva, destacado para o Ministério da Defesa; e o tenente-coronel aviador Marcos Pontes, escalado para a Ciência e Tecnologia. Para a Infraestrutura, analisa o nome do general Joaquim Maia Brandão Júnior.

Considerando-se que o próprio Bolsonaro é capitão reformado e seu vice é o general Hamilton Mourão, a hegemonia militar tornou-se acachapante. Não se via tantos militares em postos estratégicos do governo desde o fim da ditadura, há 33 anos. Existe, entretanto, uma distinção entre os dois perídos: dessa vez, a ocupação do organograma ocorre em ambiente de democracia plena, com o aval e o aplauso da maioria do eleitorado.

Deve-se o fenômeno sobretudo à oxidação do sistema político. Potencializada pela corrupção, a ferrugem dos partidos conduz à ilusão de que a resposta para as mazelas nacionais veste farda. A confusão preocupa a própria cúpula das Forças Armadas, que saboreia a súbita valorizaçõ dos seus quadros com uma ponta dos efeitos que eventuais tropeços da gestão Bolsonaro terá sobre a imagem da instituição.

A nova realidade impõe uma dose de reflexão. O contrário do pró-militarismo inocente do eleitor de Bolsonaro é o antimilitarismo primário do opositor do capitão, que aceita qualquer preconceitos a respeito de militares. Isso inclui concordar com a tese segunda a qual todo militar tem uma vocação congênita para o autoritarismo. E se finge de democrata enquanto prepara o golpe.

Uma visão alternativa talvez leve em conta que os ex-oficiais guindados à Esplanada são servidores públicos que acumularam conhecimentos específicos em cursos de formação bancados pelo contribuinte. Alguns cumpriram missões no exterior por delegação das Nações Unidas.

Não há razão objetiva para deixar de aproveitar esse tipo de mão-de-obra. Pouco importa se o ministro já vestiu farda, interessa que esteja tecnicamente equipado para a função e que mostre serviço. De resto, convém não perder de vista que alguns dos gênios que representaram no primeiro escalão o PT, o MDB e assemelhados deixaram no caminho entre os gabinetes de Brasília e a cadeia um rastro pegajoso de perversões.

Por Josias de Souza

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Bolsonaro anuncia general Carlos Alberto dos Santos Cruz para Secretaria de Governo


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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou o general de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz para o cargo de ministro da Secretaria de Governo.

O nome foi divulgado na manhã desta segunda-feira (26) por meio das redes sociais.

O anúncio de Santos Cruz como ministro da Secretaria de Governo é novo recuo de Bolsonaro sobre a formação de sua equipe. A equipe de transição já havia anunciado que a pasta perderia o status de ministério.

No desenho atual, a Secretaria de Governo é uma pasta de interlocução do Executivo com o Legislativo, responsável, por exemplo, por negociar as votações de projetos importantes para o governo no Congresso.

Há duas semanas, o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou em entrevista que a secretaria seria unificada com sua pasta e que ele assumiria a articulação com a Câmara e com o Senado. (…)

Por Reinaldo Azevedo

Para atiçar os radicais



A essa altura, no limiar de um governo de ultradireita comandando por um capitão cercado por fardas da reserva e eleito com grande apoio dos quartéis, a quem pode interessar a ordem dada pelo Comandante do Exército, o general Eduardo Villas Boas, para que seus subordinados façam uma reanálise da Intentona Comunista que aconteceu há 83 anos?

Porque é disso que se trata. O Exército já estudou à exaustão o movimento deflagrado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1935 para depor o presidente Getúlio Vargas que chegara ao poder cinco anos antes por meio de uma revolução, e que logo em seguida se transformaria em ditador, assim governando até 1945. A Intentona é uma página virada da história. Os culpados foram punidos.

A ditadura militar de 1964, que durou 21 anos, é outra página virada, com a diferença de que os culpados por ela jamais foram punidos. Pelo contrário: beneficiaram-se de uma anistia para os chamados crimes de sangue. Os que à ditadura a se opuseram, esses foram presos, cassados, torturados e até mortos. Muitos acabaram proibidos de trabalhar. Outros escaparam para o exílio.

Villas Boas está a 40 dias de deixar o posto. Seu substituto já foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro. A desculpa que ofereceu para justificar seu ato bizarro foi o de evitar o derramamento de “sangue verde e amarelo” em “nome de uma ideologia diversionista”. Ideologia, por sinal, sepultada no berço onde nasceu, e que na China deu lugar a um capitalismo de Estado.

De onde o comunismo ainda pode se espraiar? Da Coreia do Norte? De Cuba que clama por uma reaproximação com os Estados Unidos? Da Venezuela bolivariana quebrada? O ato de Villas Boas, se não esconde outros objetivos, só servirá para acirrar o ânimo dos que enxergam fantasmas onde eles não existem, uma parcela tresloucada dos eleitores de Bolsonaro que defendem um Estado autoritário.

Por Ricardo Noblat

sábado, 24 de novembro de 2018

Petrobras: estratégia ou ideologia



A indicação do economista Roberto Castello Branco para presidente da maior empresa brasileira põe na ordem do dia o debate sobre qual deve ser o papel da Petrobras em um mundo em busca de energias limpas e renováveis. Dentro de algumas décadas o petróleo cederá espaço a novas fontes de energia e aquilo que hoje é visto como estratégico pode se transformar num tesouro morto, abandonado nas profundezas do pré-sal.

Concentrar esforços na sua exploração e produção, enquanto tem vida útil, passa a ser de interesse nacional.

Se esse é o objetivo estratégico a ser perseguido, faz inteiramente sentido a ideia do novo presidente da estatal de privatizar atividades nas áreas de distribuição e refino.

A BR distribuidora é uma grande rede de lojas, que pode muito bem ser tocada pela iniciativa privada sem comprometer a soberania nacional ou o desenvolvimento do país.

Por outro lado, 98% do refino está em mãos do Estado, quando o próprio monopólio da extração e produção do petróleo já foi quebrado há duas décadas. Qual a razão para não se repetir o modelo nas refinarias, a não ser o víeis ideológico e o saudosismo de um nacional desenvolvimentismo anacrônico?

Essas mesmas resistências se manifestaram quando o governo de Fernando Henrique Cardoso quebrou o monopólio na área de exploração por meio de concessões. A medida, em vez de enfraquecer a Petrobrás, a fortaleceu.

A concorrência obrigou-a a ganhos de produtividade e avanços tecnológicos, que levariam à descoberta do pré-sal. Em contrapartida o ideologismo trouxe danos à empresa e ao país, com o engessamento das regras de exploração do tesouro descoberto. A empresa viu-se obrigada a estar presente em áreas nas quais não tinha interesse nem aporte financeiro para tal.

Todo e qualquer tema sobre o futuro da Petrobras desperta paixões, até por seu simbolismo: ela nasceu como resultado da intensa campanha nacionalista “O petróleo é nosso”. Mas os tempos hoje são diferente dos anos 50, quando a política nacional-desenvolvimentista da era Vargas fazia sentido. O que é estratégico é mutável conforme a época.

A siderurgia foi essencial para dotar o Brasil de uma indústria de base sem a qual não surgiria um moderno parque de bens duráveis. Mas no início dos anos 90 já não se justificava a presença do Estado no setor e as siderúrgicas foram privatizadas. O mesmo aconteceu com a telefonia. Na década de 70 o Estado foi essencial para a criação de uma rede de telecomunicações em todo o país. Já no anos 90 seu grande salto se deu com as privatizações.

A Petrobras ainda tem um papel estratégico da sua competência na exploração em águas profundas, situando-se na última fronteira em termos tecnológicos. Um papel que pode estar com dias contados quando se mira para um horizonte de médio e longo prazo.

Se forem levadas em consideração as profundas transformações decorrentes da Quarta Revolução Industrial, o estratégico para o Brasil é ingressar no seleto rol do clube da inovação tecnológica. Hoje as principais empresas não são mais as petrolíferas e as de energia. São as cinco irmãs tecnológicas: Apple, Microsoft, Google, Facebook e Amazon.

Não faremos parte deste time se ficarmos acorrentados a dogmas do passado e a ranços ideológicos.

Por Hubert Alquéres, ele é professor e membro do Conselho Estadual de Educação (SP). Lecionou na Escola Politécnica da USP e no Colégio Bandeirantes e foi secretário-adjunto de Educação do Governo do Estado de São Paulo

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Ministro da Educação indicado divulga carta em que junta o nada a lugar nenhum. Se der errado, culpa será de Marx, Gramsci, Soros e Pabllo Vittar!



O ministro indicado da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, divulgou uma carta nesta sexta. Leiam:

Leia íntegra da carta de Vélez:

Tive a honra de ser nomeado Ministro de Educação pelo presidente eleito Jair Messias Bolsonaro. O motivo que me levou a apoiar a candidatura à Presidência da República do candidato Bolsonaro foi simples: ele externou a opinião da grande maioria do povo brasileiro, explicitada no desejo de ver consolidada uma nova forma de fazer política, longe das velhas práticas clientelistas e da tradicional negociação de cargos por benefícios pessoais.

No cenário político que antecedeu as eleições, o candidato Jair Bolsonaro afinou-se com o desejo da grande massa dos setores populares, que estava cansada da república dos favores. As passeatas que percorreram ruas e praças Brasil afora, desde 2013, tinham como cerne a motivação de buscar uma nova forma de administrar o Brasil: em benefício dos cidadãos, que pagam impostos, colocando em função deles as instituições republicanas, corroídas pela corrupção em larga escala revelada pela Operação Lava Jato.

O candidato Bolsonaro explicitou esse desejo dos eleitores no seu slogan: “Menos Brasília e mais Brasil”.Quero deixar claro que o meu desejo é cumprir a contento o ideal proposto pelo nosso presidente eleito. A legislação e a gestão da Educação devem ir ao encontro das expectativas da sociedade. Devem levar em consideração primordialmente a dignidade das pessoas envolvidas, tanto os alunos quanto suas famílias, tanto os professores quanto os administradores.

A instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo terminou polarizando o debate ao longo dos últimos anos. Pretendo colocar a gestão da Educação e a elaboração de normas no contexto da preservação de valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista.

A preservação de um pano de fundo de respeito à pessoa humana é fundamental. Não à discriminação de qualquer tipo. Não à instrumentalização da educação com finalidade político-partidária. Sim a uma educação que olha para as pessoas, preservando os seus valores e a sua liberdade. Precisamos recolocar a nossa Educação Básica, Superior, Profissional e Tecnológica em patamares que nos posicionem em destaque no contexto internacional. Assistimos a uma desvalorização da figura dos professores, notadamente no Ensino Fundamental e Médio.

Ora, essa situação negativa deve ser revertida mediante uma política educacional que olhe para as pessoas. O sistema educacional deve olhar mais para as pessoas ali onde elas residem: nos municípios. O Estado brasileiro, desde Getúlio Vargas, formatou um modelo educacional rígido que enquadrava todos os cidadãos, olhando-os de cima para baixo, deixando em segundo plano a perspectiva individual e as diferenças regionais. Tocqueville frisava que o município é a escola primária da democracia.

É o município que deve ser o foco na organização da nossa legislação educacional, olhando para as diferenças regionais e levando em consideração os interesses dos cidadãos onde eles residem. “Menos Brasília e mais Brasil”, apregoou o candidato presidencial eleito durante a campanha. Pretendo tornar realidade esse ideal. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.

Ricardo Vélez Rodríguez, ministro da Educação Indicado

Comento

É o mais palavroso texto sobre o nada em muito tempo.

A carta significa o seguinte: Veléz Rodriguez não tem a menor noção do que vai fazer na pasta, além de tentar preservar os “valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”.

É “valor” demais em trecho tão curto, sem definir que diabos isso significa.

De resto, em nenhum lugar relevante do mundo se vai encontrar a definição de que a função da educação é “preservar valores”. Quais valores? E se estiverem errados ou forem avessos à realidade manifesta?

Para esse debate e para essas expressões da vivência, temos as religiões, a família, os clubes que organizam as pessoas segundo afinidades…

A educação, reitere-se, é a grande ferramenta de um salto que o país precisa dar rumo ao futuro. Não é mera retórica: sem um trabalho técnico, qualificado, de capacitação do ensino, não vamos a lugar nenhum.

Será que Vélez Rodrigues sabe como se distribui o financiamento do setor no país? Não parece.

Precisávamos de um ministro da Educação. Foi nomeado alguém que se candidata a bedel de Moral e Cívica.

Aguardem. Vem por aí muito confronto retórico sobre o nada.

Se algo der errado, fiquem tranquilos: bastará culpar a associação entre o comunismo e o globalismo, mediado pela “ideologia de gênero”.

A culpa será de Karl Marx, Antonio Grmasci, George Soros e, claro!, Pabllo Vitar.

Por Reinaldo Azevedo

RÁDIO - VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO E CULTURA - MENOS EM CAÇAPAVA


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Todo mundo tem direito a cometer gafes e falar besteiras de vez em quando, e, que atire a primeira pedra quem nunca as cometeu ou falou alguma coisa imprópria. Mas, tê-las como marca registrada e ainda se gabar delas, é só pra boçais. E é o que acontece com o radialista Cesar Nascimento na rádio de sua propriedade. Chega a dar vergonha, aquela vergonha alheia, quando ele começa a falar. 

Dizia Roquette Pinto: "O rádio é a escola dos que não têm escola. É o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre; é o animador de novas esperanças, o consolador dos enfermos e o guia dos sãos - desde que o realizem com espírito altruísta e elevado”. 

Caçapava segue na contramão do que pregava o patrono da radiodifusão brasileira, que avaliava a funcionalidade de mídias como o rádio e o cinema de retirar parcelas significativas da sociedade de situações de miséria, visto que, segundo Roquette, “não há desengano maior do que a falta de conhecimento”. 

A rádio de Caçapava está se tornando famosa e virando motivo de piadas em toda região graças a programação veiculada diariamente das 08:00 às 10:00 horas. O besteirol, chamado de jornal, invade lares caçapavenses com piadas obscenas, péssimas análises e o uso político de pobres, doentes e necessitados de ajuda. Porém, o que impressiona, agride os ouvintes e faz o patrono Roquette Pinto virar na tumba, é a destruição da Flor de Lácio que, nunca na história desta cidade viu em um só programa uma concentração tão grande de asneiras, mentiras e vigarice intelectual juntas. 

Fosse só o português ruim, possivelmente o ouvinte relevasse, mas não, ali corre frouxo a mentira, a má informação e um completo desrespeito ao cidadão comum e as autoridades caçapavenses. Ali concentra o que pode ser chamada de quadrilha política, é onde se reuni gente com o firme propósito de prejudicar alguém. 

Caçapava convive com essa inutilidade e nocividade política jornalística a tempos, sem se dar conta do tamanho do atraso que a emissora, através do seu principal radialista, impõe a cidade. 

Asneiras? Já nos bastam as corriqueiras!

Evangélicos derrotam Bolsonaro



A bancada dos deputados evangélicos da Câmara celebrou, ontem, sua primeira vitória sobre o presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele havia convidado Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, para ser o próximo ministro da Educação.

Como Mozart, aos olhos dos evangélicos, é um educador liberal a ponto de ser elogiado pela esquerda, o nome dele foi vetado. O que fez Bolsonaro? Trocou Mozart pelo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, professor emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército.

Fogos de artifício espocaram no Rio onde mora o pastor Silas Malafaia, que se revoltara com a escolha de Mozart. E em Richmond, no estado norte-americano de Virgínia, onde mora o ensaísta de direita Olavo de Carvalho, padrinho da indicação de Vélez Rodríguez.

O ensaísta e o futuro ministro têm pelo menos duas coisas em comum. Primeira: Olavo foi comunista por dois anos no final dos anos 60 do século passado, e Vélez Rodríguez de esquerda no seu país. Segunda: os dois migraram para a direita tão logo se viram em apuros.

Para quem se apresentou durante a campanha como não político apesar de ser deputado há 30 anos, disposto, uma vez eleito, a enfrentar as pressões dos seus pares por cargos aqui e acolá, Bolsonaro demonstrou que não será bem assim.

Prometeu fazer um governo “sem concessões a ideologias” para se contrapor a quase 14 anos de governos do PT marcadamente ideológicos. Era conversa para enganar eleitores, e deve ter enganado muitos deles, talvez o suficiente para vencer.

Inexiste governo ideológico porque é impossível encarar as questões sem partir de um ponto de vista. A visão do PT sempre foi de esquerda. A de Bolsonaro, de extrema direita com um viés militarista. Nada a ver apenas com o conservadorismo que é outra coisa.

A democracia restaurada por aqui desde 1985 passará por seu mais estressante teste a partir de janeiro de 2019. Deus é Pai!

Por Ricardo Noblat

MPT processa Havan em R$ 100 milhões por intimidar funcionários



O Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC) apresentou na última segunda-feira, 19, uma ação civil pública em que pede na Justiça do Trabalho que a rede de lojas Havan seja condenada a pagar indenizações no valor total de 100 milhões de reais por danos morais coletivos e individuais contra seus funcionários durante a campanha eleitoral.

Os procuradores alegam que a empresa e seu dono, Luciano Hang, praticavam assédio moral para interferir nos votos dos trabalhadores. Hang apoiou ostensivamente a candidatura do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Na ação civil pública, o MPT-SC pede o pagamento de 25 milhões de reais por danos morais coletivos e 75 milhões de reais por danos morais individuais, divididos entre 5.000 reais para cada um dos 15.000 funcionários da Havan. O montante pedido pelos procuradores totaliza, portanto, 100 milhões de reais.

O processo cita vídeos em que Hang relata ter feito pesquisas de intenção de voto dentro da empresa, nas quais constatou que 30% dos funcionários votariam em branco ou nulo. “A gente fez algumas pesquisas que vamos divulgar pra vocês e nota ainda que temos 30% de colaboradores que votaram branco e nulo, não soubemos ainda quem não vai votar”, afirmou o empresário.

Os procuradores também citam o trecho do vídeo em que o empresário diz que, se algum candidato de esquerda vencesse as eleições, a Havan “pode um dia fechar as portas e demitir os 15.000 colaboradores que vamos ter no final do ano”.

“A Havan vai repensar o nosso planejamento, talvez a Havan não vai abrir mais lojas, e aí se não abrir mais lojas ou se nos voltarmos para trás, você está preparado para sair da Havan? Está preparado para ganhar a conta na Havan?”, declarou Luciano Hang.

Outro ponto explorado pelo MPT-SC são eventos com “ostensiva campanha política partidária para a Presidência da República”.

“Se espera que os agentes econômicos desempenhem suas atividades dentro dos padrões de legalidade, sem desrespeitar direitos fundamentais tão caros ao Estado Democrático de Direito, que são a liberdade de expressão e de pensamento e de escolha política num sistema fundado na democracia representativa”, afirma a ação assinada pelos procuradores do Trabalho Alice Nair Feiber Sonego, Lincoln Roberto Nobrega Cordeiro, Luciano Arlindo Carlesso, Luiz Carlos Rodrigues Ferreira e Sandro Eduardo Sardá.

No início de outubro, Hang já havia sido alvo de uma decisão da Justiça do Trabalho em Florianópolis para que não fizesse mais propaganda política entre seus funcionários, sob pena de pagar 500.000 reais de multa.

Na decisão, o juiz Carlos Alberto Pereira de Castro, da 7ª Vara do Trabalho da capital catarinense, escreveu que “o tom da fala do réu aponta no sentido de uma conduta flagrantemente amedrontadora de seus empregados, impositiva de suas ideias quanto a pessoa do candidato que eles deveriam apoiar e eleger”. Castro determinou ainda que a rede deveria divulgar em todas as suas lojas o teor da decisão, para que esclarecer aos funcionários que eles tinham direito a escolher seus candidatos.

A reportagem tenta contato com a assessoria de imprensa da Havan, mas ainda não teve retorno.

Na Veja.com

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Responsável por reforma agrária de Bolsonaro diz que vai acabar com ‘favelas rurais’ do MST



Indicado nesta quarta-feira para assumir aSecretaria Especial de Assuntos Fundiários do governo Jair Bolsonaro (PSL), o produtor rural Luiz Antonio Nabhan Garcia , presidente da União Democrática Ruralista ( UDR ), diz que sua principal missão será acabar com “favelas rurais”, como chama assentamentos improdutivos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST ). Em entrevista ao GLOBO, ele critica a política de reforma agrária dos governos do PT e diz que não haverá “nenhum tipo de diálogo” com quem invade propriedade e que não adianta o MST se apresentar como um movimento social enquanto faz ocupações de fazendas.

Após classificar como “fruto da velha política” a indicação da deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) para o Ministério da Agricultura , o ruralista afirma que vai trabalhar junto com ela numa gestão “voltada para a produção rural”. Segundo Nabhan, sua secretaria terá status de ministério e será ligada à Presidência da República e ao Ministério da Agricultura.

Dono de terras no interior de São Paulo e Mato Grosso, Nabhan ainda estuda se vai se licenciar da UDR. Ele diz não ver conflito de interesse em representar grandes produtores rurais e cuidar da reforma agrária. (…)

Por Jussara Soares, em O Globo:

Bolsonaro pensa em Carlos, seu filho, para ministro da Comunicação Social. Pode? Pode! Mas então entra o apóstolo Paulo: “Convém?”


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Jair Bolsonaro diz que cogita transformar o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), um de seus filhos, ministro da Comunicação Social — hoje, a tarefa é exercida por uma secretaria.

Bem, acho dispensável estender-me muito no mérito da decisão de um presidente da República que fizesse seu próprio filho um ministro… Parece impróprio, errado mesmo. Penso que isso vai acender, quando menos, uma luz amarela mesmo na cachola do bolsonarista mais fanático. A última vez em que isso aconteceu, deixem-me ver, foi no Estado Novo. Entre 1937 e 1939, Alzira exerceu a função de auxiliar no Gabinete Civil da Presidência do pai, Getúlio Vargas. Não! Não era um cargo ministerial.

Nenhum dos filhos de Bolsonaro, a exemplo do pai, gosta da imprensa — há as exceções, claro! Mas Carlos é visivelmente o que gosta menos. É ele quem comanda as redes sociais. Sem entrar no conteúdo do trabalho, há de se convir que é competente no que faz, dados os propósitos a que se destina. Mas seria esse o trabalho de uma comunicação que tem de ter caráter institucional? É, entre os irmãos, o mais próximo do presidente eleito e também o de temperamento mais rascante. Na Comunicação?

Só para lembrar. Há uma Súmula Vinculante no Supremo, a de nº 13, contra o nepotismo. E também um decreto, o 7.203. Leiam trechos:

A SÚMULA:
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

TRECHO DO DECRETO

Art. 1º A vedação do nepotismo no âmbito dos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta observará o disposto neste Decreto.
(…)
Art. 3º No âmbito de cada órgão e de cada entidade, são vedadas as nomeações, contratações ou designações de familiar de Ministro de Estado, familiar da máxima autoridade administrativa correspondente ou, ainda, familiar de ocupante de cargo em comissão ou função de confiança de direção, chefia ou assessoramento, para:
I – cargo em comissão ou função de confiança;
II – atendimento a necessidade temporária de excepcional interesse público, salvo quando a contratação tiver sido precedida de regular processo seletivo; e
III – estágio, salvo se a contratação for precedida de processo seletivo que assegure o princípio da isonomia entre os concorrentes.

Não valem

O Supremo decidiu, no entanto, que as restrições contidas na Súmula e no decreto não valem para cargos políticos. E ministro é um cargo político.

Carlos Bolsonaro pode, pois, ser ministro do ponto de vista legal.

Bolsonaro gosta da Bíblia. Lá vai mais uma de São Paulo, “1 Coríntios 6:12”, que a bancada evangélica, que vetou Mozart Ramos, deve conhecer: “Posso tudo, mas nem tudo me convém”.

Poder, pode. Mas convém?

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Gestão Bolsonaro tem déficit estético pré-posse


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Não foi preciso nem esperar pela posse. Ainda na fase de transição, virou fumaça aquela ideia de que Jair Bolsonaro é intransigente com os malfeitos. Ao contrário do que havia prometido aos seus eleitores, o novo presidente jogou no balcão das barganhas políticas um pedaço do primeiro escalão do governo. Bolsonaro entregou, por ora, três ministérios a deputados federais do DEM. Fez isso à sua maneira.

Em vez de negociar diretamente com o partido, Bolsonaro tirou um ministro do bolso do seu colete e negociou outros dois com as bancadas temáticas da Agricultura e da Saúde. O efeito é o mesmo: os deputados são alçados à Esplanada no pressuposto de que as bancadas supraprartidárias que os apoiam votarão com o governo no Congresso. O capitão diz estar fazendo nomeações técnicas. Pode dar o nome que quiser. Mas será sempre uma nova maneira de batizar o velho costume do toma-lá-dá-cá.

O deputado-ortopedista Luiz Henrique Mandeta, novo ministro da Saúde, é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois. Coisas relacionadas à sua passagem pela Secretaria de Saúde de Campo Grande. A deputada-ruralista Tereza Cristina, ministra da Agricultura, deu incentivos fiscais para a JBS como secretária do governo de Mato Grosso do Sul numa época em que fazia negócios com o grupo empresarial. Seu nome consta de documentos entregues à Procuradoria por delatores da JBS. E o deputado Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil de Bolsonaro, é mencionado em dois enredos de caixa dois —um deles confessado.

Como se fosse pouco, também o Posto Ipiranga Paulo Guedes é investigado pela Procuradoria por suspeita de ilegalidades cometidas em transações financeiras com fundos de pensão de estatais.

Bolsonaro costuma dizer que nenhum dos seus escolhidos é réu. Michel Temer dizia a mesma coisa. Mas certas decisões têm um custo político. Bolsonaro poderia ter optado pelo custo zero. Preferiu adotar uma coreografia que impôs um déficit estético a um governo que ainda nem começou.

Por Josias de Souza

O risco que corre o capitão



Uma coisa é o que diz a oposição ao futuro governo para consumo externo – diz que irá para cima dele sem dó nem piedade. Outra, o que ela começa a fazer no escurinho dos gabinetes do Congresso e mesmo fora dali.

A chamada oposição de raiz se resumirá ao PT, PC do B e PSOL. Pois bem: sob o manto do silêncio, parte dela negocia já com interlocutores do capitão cargos de segundo e terceiro escalões em ministérios.

O resto do que se autonomeia de “oposição crítica” não cansa de repetir que aprovará tudo que lhe pareça positivo para o futuro do país. O PSDB está nessa toada, mas não só ele.

O risco que corre o capitão e presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) é o de acordar um dia e constatar que a oposição aderiu ao seu governo.

Por Ricardo Noblat

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Câmara cogita reabrir estatais para os políticos



Em vigor há apenas dois anos, a Lei de Responsabilidade das Estatais está sob ameaça na Câmara. Deputados se preparam para modificar a alma da lei, derrubando a regra que proibiu a nomeação de dirigentes partidários e seus parentes para cargos de direção em empresas estatais.

Sancionada por Michel Temer em 30 de junho de 2016, a lei que fechou as portas das estatais para caciques políticos, impondo-lhes quarentena de três anos, é elogiada até por Sergio Moro. “A lei é tão boa que deveria ser estendida a toda a administração pública federal”, costuma dizer o ex-juiz da Lava Jato.

Pois bem, em vez de ampliar o veto, os deputados tramam derrubá-lo. Querem fazer isso por meio de uma emenda enfiada dentro de um projeto que trata de agências reguladoras. Ironicamente, a proposta que hospeda a emenda tóxica foi concebida com o propósito de blindar as agências contra pressões de políticos e de empresas privadas submetidas ao seu controle.

Sem alarde, a proposta com a emenda que piora o soneto das estatais já foi aprovada numa comissão especial. Poderia seguir direto para o Senado, pois tramita num regime chamado de “conclusivo”. No entanto, foram apresentados dois recursos exigindo a votação em plenário. Um dos recursos contém 64 assinaturas. O outro tem 71 subscritores.

Pelo regimento da Câmara, bastariam 52 assinatura para levar o tema ao plenário. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ensaia a inclusão da encrenca na pauta de votações.

Por Josias de Souza

Bolsonaro sobrepõe a sua cubanofobia à saúde



Jair Bolsonaro já não consegue colocar as orelhas fora de casa sem ouvir meia dúzia de perguntas sobre Cuba e o Mais Médicos. Aos poucos, vai tomando ojeriza por certas palavras. Nesta segunda-feira, referiu-se novamente à encrenca num par de notas no Twitter. Mas não citou nem o nome do país que lhe causa urticária ideológica nem a logomarca do programa que lhe rouba o sossego.

“O Brasil paraíso de criminosos e fonte de renda de ditaduras desumanas deverá dar lugar ao Brasil cujo brasileiro e as pessoas de bem serão nossa maior prioridade (sic)”, anotou Bolsonaro num post. “Para voltarmos a crescer como nação precisamos fazer valer nossa soberania e nossas leis. Devemos respeitar o mundo todo, mas também ser respeitados. Seremos um Brasil amigo, mas que tem seus valores e princípios básicos”, acrescentou o presidente eleito noutro post.

Bolsonaro ainda não notou. Mas caiu numa armadilha da ditadura de Havana. Antecipando-se à provável expulsão dos seus médicos no alvorecer do novo governo, Cuba rompeu o acordo com o Brasil. A providência jogou no colo de Bolsonaro um problema que ele ainda não tem como resolver, pois a caneta continua nas mãos de Michel Temer.

A embromação retórica que Bolsonaro é obrigado a entoar tornou-se cansativa e ofensiva. Cansa porque não sai do lugar. Ofende porque se um governante tivesse de aparecer para um brasileiro doente e privado do contato com um dos quase 8,4 mil jalecos vermelhos que voltarão para Cuba, não se atreveria a aparecer em outra forma que não fosse a de um outro médico. Não importa a nacionalidade, pode ser até marciano, desde que alivie a dor e evite a morte.

Sem isso, a única coisa que o lero-lero de Bolsonaro consegue provocar é um reforço da impressão de que sua cubanofobia se sobrepõe à saúde dos brasileiros mais humildes. Para alguém que está prestes a realizar uma nova cirurgia no renomado hospital Albert Einstein, a situação pode provocar uma doença politicamente letal: impopularidade.

Por Josias de Souza




segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Cotado por Bolsonaro para ministério defendeu medida desastrosa de Dilma



Um dos nomes cotados para assumir o Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa tem no currículo a defesa entusiasmada da Medida Provisória 579, uma das mais desastrosas intervenções do governo Dilma Rousseff.

Em novembro de 2012, o então presidente-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) escreveu no jornal Valor Econômico um artigo elogioso à proposta do governo do PT sob o título “Medida Provisória 579, a MP da competitividade”. Pedrosa criticava quem profetizava “o colapso do setor elétrico”.

Transformada no Projeto de Lei de Conversão 30/2012, a MP 579 teve um efeito desastroso para o setor elétrico, na análise de dez entre dez agentes do mercado. Praticamente quebrou a Eletrobrás e desestruturou o setor. Os sintomas são sentidos até hoje – os consumidores, ao contrário da promessa de Dilma, passaram a pagar contas de luz mais caras.

No Radar da Veja.com

Os cubanos representam hoje 51% dos médicos efetivamente contratados pelo programa; há 2 mil vagas ainda não preenchidas


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Alguns números ajudam a entender a dimensão do problema. O programa Mais Médicos compreende 18.240 vagas — 8.332 ocupadas por cubanos, espalhados em 2.857 municípios. Há nada menos de 2 mil ociosas — vale dizer: que não foram preenchidas. Pouco mais de 4.500 abrigam médicos formados no Brasil. Há 2.842 pessoas com formação no exterior e 451 estrangeiros de outras nacionalidades. De saída, isso quer dizer o seguinte: há 2 mil postos de trabalhos abertos que, já hoje, não despertam o interesse de ninguém, muito menos de brasileiros. E não que os vencimentos sejam ruins quando se considera a média salarial do país: cada profissional recebe R$ 11.865,60. A cidade que os abriga deve ainda arcar, segundo o convênio, com um valor entre R$ 550 e R$ 2.750 para despesas de aluguel e entre R$ R$ 550 e R$ 770 para alimentação. Para comparar: a renda média do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.100 no ano passado.

Por Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Inocentado, homem torturado na prisão processa Magno Malta por associá-lo a pedofilia


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Luiz Alves de Lima, 45, quase não consegue ler o processo que move contra o senador Magno Malta (PR-ES). Perdeu toda a vista no olho direito, e na do esquerdo lhe restou uns 25%. Usa uma lupa.

Ele conta que a visão se foi de tanto apanhar na prisão, em 2009. Mostra os dentes: um deles é só um cotoco, pois, diz, “pegaram o alicate e foram apertando até estourar”.

Luiz era cobrador de ônibus. Numa tarde de abril, Cleonice Conceição, 32, a mulher por quem se apaixonou num terminal, levou a filha deles de dois anos ao médico. Ele foi ficando preocupado, pois já era noite e nada delas.

“Aí chegou a polícia e pensei o pior, que tinha acontecido um acidente”, conta. Mas não: colocaram-no numa viatura, sob acusação de estuprar a filha, com a esposa cúmplice do crime.

No terceiro dia de detenção, o senador chegou “com um batalhão de gente”, imprensa inclusa, e assumiu o papel de “juiz, promotor, delegado”, diz Lima. Em seu relatório, o delegado do caso atestou: Malta “manifestou-me que, por sentimento pessoal e experiência profissional, entende ser o pai da criança o autor do delito”.

Ele passou nove meses no CDPC (Centro de Detenção Provisória de Cariacica), que usava contêineres como cela, situação anos depois classificada como desumana pelo Superior Tribunal de Justiça.

Diz ter sido torturado por mascarados que se revezavam no “quadrado com banheirinho” onde ficava. “Passei o aniversário num tonel cheio de gelo, botaram minha mão pra trás.”

Uma notícia-crime assinada por Luiz e recebida em setembro de 2018 pelo Ministério Público Federal capixaba responsabiliza agentes do CDPC por sessões de tortura que teriam incluído “sacola na cabeça e choques”.

À Folha, no escritório de seu advogado, ele afirma que não saberia identificar os algozes. O que diz com confiança é que talvez nada daquilo tivesse acontecido se não fosse pelo “circo” montado por Malta, um dos principais aliados do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e cotado para um ministério na área social.

O baiano que fez carreira no Espírito Santo presidia a CPI da Pedofilia em 2009.

No mesmo mês em que Luiz foi preso, o senador prometeu no plenário que “os pedófilos desgraçados” estavam com “os dias contados”.

Inocentado em todas as instâncias da Justiça, o ex-cobrador de ônibus, que ficou incapacitado após a cegueira parcial, processa o senador, o estado e o médico responsável pelo laudo que o colocou na posição de suspeito.

Franz Simon atuou como defensor público de Luiz numa das frentes do estado contra ele, que corria na Vara da Violência Doméstica (pela suposta agressão à filha). Cleonice levara a criança ao hospital para tratar de oxiúro, verme que pode provocar coceira na região genital, por inflamação.

A família, na época, morava numa casa “com 17 cachorros, um monte de gatos, o quintal sujo e uma irmã que guardava lixo [era acumuladora]”, lembra Luiz, que tem mais dois filhos com Cleonice e um rapaz e duas meninas com outra mulher.

Uma médica desconfiou de violência sexual e chamou o Conselho Tutelar. Um médico legista, então, avaliou o “desvirginamento da vítima”, e o caso acabou na Polícia Civil.

Posteriormente, uma perita examinou a criança e constatou que o hímen estava intacto. À Justiça o responsável pelo primeiro parecer depois alegaria que o hímen pode se regenerar. Hoje defensor aposentado, Franz questiona: o caso já é frágil e “vai acontecer justamente com ela, uma coisa rara na literatura médica?”.

“Houve um teatro”, segundo Franz. O depoimento de Luiz, diz, “foi atrasado até que aparato da CPI chegasse, ele acabou sendo o bode expiatório”.

Luiz afirma que não foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, o que deve anteceder a condução de um suspeito à prisão, como manda o protocolo. 

Cleonice conta que ficou 42 dias presa e que, na cadeia, recebeu uma visita do congressista.

“Quando cheguei no presídio, tentei falar para a polícia que tinha vários papéis da neném pra mostrar que ela tava com oxiúro. O Magno falou que, se não acusasse Luiz, nunca mais ia ver minha filha. No momento de desespero cheguei a acusar ele, sim.”

Na Folha:

(…)

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O que Moro acha disso?



Sabia-se que o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, havia recebido em 2014 do Grupo JBS e por meio de caixa 2 o que Lula chamaria de titica – R$ 100 mil. Descoberto, ele devolveu a metade e prometeu devolver a outra mais tarde.

Descobre-se agora que em 2012, como presidente da seção gaúcha do DEM, Lorenzoni recebeu do mesmo grupo mais R$ 100 mil. Como ele reagiu? Em pronunciamento inflamado, disse tratar-se de uma “denúncia requentada”, mas não explicou por que uma vez que não se sabia dela.

À moda de Lula, acrescentou que poucos políticos ou talvez nenhum tenha se batido tanto contra a corrupção como ele. E que ao ser atingido pela denúncia de 2014, fez em seguida o que “uma pessoa certa” faria: devolveu o dinheiro. Uma “pessoa certa” não teria recebido, mas em todo caso…

O juiz Sérgio Moro, ministro da Justiça escolhido pelo presidente eleito, já havia perdoado Lorenzoni no caso da denúncia mais antiga. Até o elogiou. No caso da denúncia mais nova, ainda não foi ouvido a respeito. Mas Bolsonaro foi ouvido. E respondeu assim:

– É muito difícil você pegar alguém que não tenha alguns problemas, por menores que sejam. Os menores nós vamos ter que absorver. Se o problema ficar vultoso, você tem que tomar uma providência.

Duas denúncias de caixa 2 contra um ministro que ainda nem assumiu o cargo configuram um problema vultoso? Esqueceu-se de perguntar a Bolsonaro.

Ilan decide não ficar na presidência do BC após posse de Bolsonaro



O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, não vai permanecer no comando da autoridade monetária no governo Jair Bolsonaro, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A interlocutores, Ilan afirmou que não aceitará o convite por motivos pessoais. O presidente do BC já teria avisado o futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro Paulo Guedes, sobre sua decisão.

Ilan tinha a preferência de Paulo Guedes, que chegou a dizer que seria natural que ele permanecesse à frente do BC. Em outubro, Guedes disse que não havia feito o convite formal ao presidente do BC. “Não quero convidar alguém que não tem o desejo de ficar. A motivação é fundamental.”

A equipe de transição avalia agora os nomes do diretor de política econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, e do diretor do Santander, Roberto Campos Neto, para ocupar o cargo.

Leia mais na Veja.com

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O Analfabetismo e a ignorância fazem muito mal à Caçapava


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São duas as formas de analfabetismo. Há o analfabetismo absoluto e o analfabetismo funcional. O primeiro refere-se àquelas pessoas que não tiveram acesso à educação, nunca frequentaram uma escola. 

O segundo é o analfabetismo funcional, que segundo a Wikipédia: “é a incapacidade que uma pessoa demonstra em não compreender textos simples. Tais pessoas, mesmo capacitadas a decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolvem habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas. Também é definido como analfabeto funcional o indivíduo maior de quinze anos possuidor de escolaridade inferior a quatro anos letivos, embora essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos funcionais detentores de nível superior”. 

No Brasil, há aproximadamente 14 milhões de analfabetos absolutos e um pouco mais de 35 milhões de analfabetos funcionais, conforme estatísticas oficiais. 

Não houve qualquer medição na classe política, porém é fácil constatar, dado a volúpia midiática dessa gente, que nesse meio o índice atinge perto de 90%. 

No Brasil não tem nada mais vergonhoso para seus cidadãos, que ouvir político discursando, apresentando projetos ou emitindo opiniões. Suas Excelências (qualidade de quem é excelente) sem nenhum pudor soltam a voz, como se cargo político fosse uma cortina a esconder suas ignorâncias. 

A consequência desta estupidez política é facilmente percebida em leis malfeitas e pelos conchavos publicitários que maquiam a falta de cultura. 

O analfabetismo traz junto a ignorância e pode fazer muito mal à vida, a cultura e principalmente à história de uma cidade, vejam Caçapava: Berço de homens e mulheres de excelente cultura, que infelizmente, relaxam com a política da cidade, deixando que prolife políticos nocivos do naipe de Cesar Nascimento proprietário da rádio local. 

Ignorante de pedra, não consegue se impor na política, e muito menos na sociedade caçapavense, mostrando sua capacidade intelectual, cultural ou mesmo experiência profissional que respalde um mínimo de capacidade analítica. Desprovido disso tudo e com apenas microfones a sua disposição ele montou uma quadrilha política com base na rádio de sua propriedade. Lá vale tudo, destruir reputações, desacato a autoridades, deboches, mentiras, assédio moral e acusações de venda de votos por parte dos vereadores. Tudo isso com a única intenção de mostrar força e poder, causar medo no prefeito e vereadores para tirar deles o que quiser. 

Na terça (13), Cesar Nascimento no seu programa Jornal Capital, com a única intenção de posar de herói, chegou ao cumulo de dizer que estão ameaçando sua vida. ISTO É DUMA VIGARICE INTELECTUAL EXTREMA e no programa, além do: Eu não tenho medo de ameaças, dita pelo “herói”, não deram muita bola pra ameaça, Não houve, aquele: NOSSA, VOCÊ FOI AMEAÇADO DE MORTE. VOCÊ DEU QUEIXA NA POLICIA? 

Ele quer que as denúncias furadas e mentirosas que faz do prefeito e dos vereadores soem como verdadeiras. Se o prefeito e os vereadores não recorrem à justiça - o que eu acho que está passando da hora – e apelam para ameaças de morte, então, tudo que é dito na rádio é verdade. Entenderam? Tenho certeza que não existe nenhum BO a respeito! 

Bem, depois que vi uma entrevista do ministro da educação, onde ele pede: “Quando souberem de alguém que se diga com formação superior, que não saiba ler, escrever ou mesmo falar, denunciem. O Ministério irá investigar como esse alguém conseguiu o seu diploma”. 

Estes ordinários políticos e ignorantes estão fazendo muito mal à vida dos cidadãos, à história e ao bem-estar da cidade. Hora de fazer tudo isso acabar! Rumo ao Ministério da Educação!

Em entrevista, Moro, punidor-geral da República, elogiou Onyx por admitir um “erro”. Delatores apontam outro…



O quase ex-juiz e futuro superministro da Justiça, Sérgio Moro, é considerado, assim, uma espécie de punidor-geral da República, função que não existe oficialmente, mas que está em muitas mentes por aí. A ele se atribuem até futuros poderes mágicos: extinguir a corrupção e o crime comum. Em entrevista, ele já mostrou também seu lado de, como vou chamar?, de perdoador-geral da República.

Indagado em entrevista sobre a situação de Onyx, homem-forte de Jair Bolsonaro na política e futuro chefe da Casa Civil, que admitiu ter recebido R$ 100 mil em 2014, via caixa dois, da JBS, o notável e notório juiz demonstrou que pode ter um coração de manteiga. Moro respondeu o seguinte:

“Eu, na verdade, tenho uma grande admiração pelo deputado Onyx Lorenzoni. Eu acompanhei o trabalho dele durante a discussão do projeto das Dez Medidas (contra a corrupção), e eu posso dizer que ele foi um dos poucos deputados naquele momento (…) que defendeu (sic) a aprovação daquele projeto das Dez Medidas, mesmo sofrendo ataques severos da parte dos seus colegas. Quando aquele projeto foi completamente desfigurado, ele era uma figura até desalentada pelo tanto que ele lutou pela aprovação daquele projeto naquele momento. Quanto a esse episódio no passado, ele mesmo admitiu seus erros e pediu desculpas e tomou providências para repará-lo”.

Em entrevista ao “Fantástico” no domingo, Moro afirmou que, como ministro da Justiça, certamente ajudará seu chefe, Jair Bolsonaro, a combater a corrupção no seio do próprio governo. E colocou na mesa a sua biografia e a sua reputação. Não coonestaria com o malfeito. Pois e…

Aqueles R$ 100 mil recebidos por intermédio do caixa dois dizem respeito à campanha de 2014. Acontece que o documento que agora vem à luz diz respeito a 2012. O pagamento a “Onyx-DEM” foi feito em 30 de agosto daquele ano, em meio às eleições municipais. Segundo os colaboradores, o dinheiro foi repassado em espécie. É o que informa reportagem da Folha desta quarta. E agora?

Por Reinaldo Azevedo

Perda da Defesa desaponta a cúpula da Marinha


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General Fernando Azevedo e Silva

Ao indicar o general Fernando Azevedo e Silva para o Ministério da Defesa, Jair Bolsonaro decepcionou a cúpula da Marinha, que esperava ver acomodado no posto o comandante da força, almirante Eduardo Bacellar Leal. Ironicamente, a expectativa da Marinha nascera de uma movimentação do próprio gabinete de transição. Em conversas com seu vice, o general Hamilton Mourão, Bolsonaro cogitara usar a pasta da Defesa para equilibrar a representação das três armas na Esplanada.

Afora Bolsonaro e Mourão, ambos egressos do Exército, serão alçados ao primeiro escalão do novo governo três generais: Azevedo e Silva (Defesa) Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Oswaldo Ferreira (a ser designado para uma pasta na área da infraestrutura). A Aeronáutica está simbolicamente representada pelo astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), tenente-coronel da Força Aérea Brasileira.

Bolsonaro poderia surpreender a plateia nomeando um civil para a Defesa, como vinha acontecendo desde a criação da pasta, sob Fernando Henrique Cardoso. Mas a presença de um militar nesse ministério era um compromisso de campanha. E Michel Temer já havia quebrado a tradição ao confiar o comando da Defesa ao general Silva e Luna.

Nesse contexto, o erro do gabinete de transição foi o atiçar a Marinha. O episódio desce à crônica das composições de governo como um caso raro de autossuficiência. Bolsonaro descartou a opção civil, ele mesmo alimentou o sonho da Marinha, ele mesmo submeteu-se à pressão do Exército, ele mesmo frustrou os marinheiros ao optar por um general. Para sorte do capitão, a disciplina dos marinheiros mantém as queixas represadas.

Por Josias de Souza

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Parceria de Bolsonaro com DEM provoca ciúmes


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A banda fisiológica do Congresso vinha suportando a abstinência de cargos imposta por Jair Bolsonaro na base do barbitúrico. Mas a proximidade do presidente eleito com os quadros do DEM desencadeou um surto de ciúmes que desafia a eficácia dos sedativos. A bancada de São Francisco, adepta do lema segundo o qual é dando que se recebe, ainda não digeriu a notícia de que Bolsonaro cogita acomodar na Esplanada um terceiro deputado do DEM.

O capitão já alistou na sua tropa os deputados Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Maria Tereza (Agricultura) —ele, filiado ao DEM do Rio Grande do Sul; ela, ao diretório do partido no Mato Grosso do Sul. Agora, Bolsonaro flerta com a ideia de incorporar o deputado Luiz Henrique Mandetta, também do DEM sul-mato-grossense. Médico pediatra, ele seria alojado no Ministério da Saúde.

A eventual indicação de Mandetta produzirá dois efeitos instantâneos. Num, os aliados de Bolsonaro que rejeitam a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara se sentirão mais à vontade para conspirar a favor de uma candidatura de outro partido.

Noutro efeito colateral, partidos ignorados pelo novo presidente adotarão uma tática batizada de “cá te espero”. Aguardarão na virada da esquina pela primeira oportunidade de condicionar o seu apoio legislativo à obtenção de vantagens.

Por Josias de Souza