quarta-feira, 6 de maio de 2020

A farra começou: Governo nomeia indicado do Centrão para chefiar obras contra secas



O governo federal decidiu mudar a direção-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Nesta quarta-feira (6), foi publicado no "Diário Oficial da União" portaria que exonera o antigo diretor-geral do órgão, José Rosilonio Magalhães de Araujo, e nomeia Fernando Marcondes de Araujo Leão para substituí-lo.

Araujo é uma indicação do Centrão, grupo da Câmara que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita.

O grupo é menos conhecido por suas bandeiras e mais pela característica de se aliar a governos diferentes, independentemente da ideologia. O presidente Jair Bolsonaro tem feito uma aproximação com o Centrão nas últimas semanas, para fortalecer o apoio ao governo no Congresso.

A substituição no Dnocs foi assinada pelo ministro chefe da Casa Civil, Braga Netto. O departamento é vinculado ao Ministério de Desenvolvimento Regional e atua na região Nordeste e no norte de Minas Gerais em ações relacionadas, por exemplo, à construção de açudes e reservatórios, perfuração de poços e irrigação. O orçamento do Dnocs previsto para 2020 é de cerca de R$ 1 bilhão.

Publicação no 'Diário Oficial da União' de mudança na diretoria-geral do DNOCS — Foto: Reprodução/DOU

O antigo diretor-geral do órgão exonerado é filiado ao Solidariedade, enquanto seu substituto é filiado ao Avante.

O novo diretor, Araujo, ocupa atualmente o cargo de gerente-geral do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) em Pernambuco.

Busca de apoio no Congresso

A mudança na direção-geral do DNOCS vinha sendo discutida no governo como forma de garantir apoio no Congresso de deputados do Centrão, conforme havia informado a colunista Andréia Sadi.

A negociação com os partidos do Centrão faz parte da operação do presidente Bolsonaro para sobreviver a um eventual processo de impeachment na Casa, segundo informou a colunista.

O Congresso acompanha os desdobramentos políticos do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro sobre suposta tentativa de Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal e ter acesso a informações de investigações.

No G1

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