A fase 3, que avalia a eficácia do imunizante, têm início previsto para setembro. Vincent Kalut/Getty Images |
Estudo publicado na renomada revista científica Nature nesta quinta-feira, 30, mostrou que uma dose da vacina desenvolvida pela gigante americana Johnson & Johnson provoca forte resposta imune, capaz de proteger primatas contra infecções subsequentes do SARS-CoV-2, nome oficial do novo coronavírus.
De acordo com os resultados, a vacina, baseada em vetor de adenovírus sorotipo 26 (Ad26), provocou uma resposta imunológica robusta, demonstrada por anticorpos neutralizantes, impedindo infecções subsequentes e fornecendo proteção completa ou quase completa aos pulmões de primatas não humanos.
“Os dados pré-clínicos, gerados em colaboração com a equipe da Johnson & Johnson, destacam o potencial desta candidata à vacina contra o SARS-CoV-2. Além disso, os dados do estudo também sugerem que os níveis de anticorpos poderiam funcionar como um potencial biomarcador para a proteção mediada por vacina”, disse Dan Barouch, diretor do Centro de Virologia e Pesquisa de Vacinas do BIDMC e do Instituto Ragon, instituições ligadas à Universidade Harvard, que conduziu o estudo em conjunto com a Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson.
Os testes clínicos fase 1/2a em humanos já estão em andamento nos Estados Unidos e na Bélgica. Essa etapa busca avaliar segurança, reatogenicidade (reações esperadas à vacinação, como edema ou dor) e imunogenicidade da vacina em mais de 1.000 adultos saudáveis de 18 a 55 anos, bem como adultos de 65 anos de idade ou mais. A previsão da empresa é ampliar o estudo de fase 1 para o Japão e a fase 2a para Holanda, Espanha e Alemanha.
A fase 3, que avalia a eficácia do imunizante, têm início previsto para setembro. De acordo com a Johnson & Johnson, os estudos avaliarão a resposta à aplicação de uma e de duas doses da vacina
“Estamos animados ao ver esses dados pré-clínicos, pois mostram que a nossa candidata à vacina gerou uma forte resposta de anticorpos e ofereceu proteção com uma única dose. As descobertas nos dão confiança enquanto progredimos em nosso desenvolvimento da vacina e na ampliação da escala de fabricação em paralelo. Com isso, iniciamos o estudo de Fase 1/2a em julho com a intenção de realizar o estudo Fase 3 em setembro”, afirmou Paul Stoffels, vice-presidente e diretor científico da Johnson & Johnson.
Estudo em primatas
Os pesquisadores imunizaram os primatas com um painel de protótipos de vacinas e depois os expuseram ao novo coronavírus. Os resultados mostraram que, dos sete protótipos de vacina testados, a Ad26.COV2.S, nome do imunizante desenvolvido pela Johnson & Johnson, provocou os níveis mais elevados de anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2.
Esse nível de anticorpos correlacionou-se com o nível de proteção. Os seis primatas que receberam a vacina não apresentaram vírus detectável no trato respiratório inferior após exposição ao coronavírus e apenas um deles apresentou níveis baixos do vírus em um teste nasal, em um único momento.
“À medida que combatemos coletivamente esta pandemia, permanecemos profundamente comprometidos com nosso objetivo de fornecer uma vacina segura e eficaz ao mundo. Nossos resultados pré-clínicos nos fornecem uma razão para otimismo, enquanto iniciamos nossos primeiros estudos clínicos em humanos.”, afirmou Mathai Mammen, chefe global da Janssen Research & Development, da Johnson & Johnson.
A Johnson & Johnson se comprometeu em fornecer mais de um bilhão de doses da vacina globalmente até meados de 2021, contanto que ela seja segura e eficaz. Para isso, continua aumentando a sua capacidade de fabricação e está em discussões com parceiros globais para garantir o acesso mundial.
Na Veja
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