quinta-feira, 16 de julho de 2020

Bolsonaro que se vire para explicar o fracasso do combate ao vírus



Por que o general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde há dois meses, não foi efetivado no cargo pelo presidente Jair Bolsonaro? Á época de sua designação como ministro interino, mais de uma vez desde então, e ontem em mensagem postada nas redes sociais, Bolsonaro elogiou o desempenho de Pazuello.

Então por que de interino o general não passou a titular? Simples, e até os apontadores de jogo do bicho que circulam pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, conhecem a resposta. Bolsonaro quis fazer de Pazuello o sucessor de fato e de direito dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Mas…

Mas, os atuais ministros militares e os comandantes das Forças Armadas foram contra. Pazuello seria mais um militar em cargo importante da administração pública, o que reforçaria as críticas sobre o envolvimento das Forças Armadas com o governo. E logo no Ministério da Saúde, posto máximo do combate ao Covid-19.

Desgastaria a imagem do Exército se, no futuro, o resultado do combate fosse mal avaliado. Uma coisa são as Forças Armadas fazerem tudo ao seu alcance para ajudar a deter o avanço da doença – e elas fazem. Outra bem diferente, ocupar o principal papel na linha de frente do combate. Tal papel cabe ao governo.

É por isso que Pazuello voltará ao quartel. Foi como missão que recebeu o convite para ser secretário-geral do Ministério da Saúde, cuidando, ali, da logística de distribuição de remédios, de equipamentos e de testes para o Covid-19. Não deu conta do recado, mas jamais seus colegas de farda admitirão que não deu.

Fará um favor ao Exército se der sua missão por concluída e retomar sua carreira. Certamente será promovido e haverá um bom posto esperando por ele. Que Bolsonaro, mais tarde, explique porque seu governo comportou-se tão mal no enfrentamento da pandemia. As Forças Armadas não tiveram culpa, talkey?

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