Sob Jair Bolsonaro, instalou-se uma porta giratória no Ministério da Educação. Nesta sexta-feira, o presidente nomeou o quarto titular da pasta. Chama-se Milton Ribeiro. É professor e pastor presbiteriano. Deveria conferir a posição dos parafusos de sua nova cadeira. Alguns podem estar frouxos.
Bolsonaro avisara em sua tradicional live, na noite de quinta-feira, que estava prestes a levar o nome do ministro à vitrine. Absteve-se de informar que, horas antes, enviara para o Diário Oficial os nomes de dez novos integrantes do Conselho Nacional de Educação. A lista foi deixada no Planalto por Abraham Weintraub.
Repetindo: Bolsonaro sonegou ao professor Milton Ribeiro a prerrogativa de inaugurar sua gestão selecionando pessoas confiança para ocupar assentos no principal conselho da pasta. Pior: o presidente impôs ao pastor ovelhas recrutadas por Weintraub antes de fugir para Miami. O rebanho é feito de ideológicos sem ideias e de seguidores do hipotético filósofo Olavo de Carvalho —que muitos suspeitam ser a mesma coisa.
O Conselho Nacional de Educação é composto por 24 membros. Dispõem de mandato de quatro anos. O colegiado formula e avalia a política educacional do país. Supervisiona a execução do Plano Nacional de Educação. O risco que o novo ministro corre é o de içar as velas do diálogo numa embarcação convulsionada pela guerra cultural dos fantasmas de Weintraub. O risco de algo assim funcionar adequadamente é pequeno.
Por Josias de Souza
Um comentário:
O Ministério da Educação agora vai?
Sim, vai.
Vai continuar retroagindo, graças ao "Brasil acima de tudo e Bolsonaro acima de todos".
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