O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, finalmente retirou do armário sua candidatura ao governo de São Paulo. Saltou sobre a conjuntura com o pé esquerdo. Ao assumir sua condição de candidato, num encontro com investidores, Tarcísio incorporou o estilo de Bolsonaro. Grosso modo falando.
Instado a comentar a postulação de Lula, o ministro declarou que "corrupto tem de ir para o inferno, para o raio que o parta..." Sugeriu que o presidenciável do PT deveria ir à presença da pessoa que, exercendo a profissão de prostituta, o que torna impossível saber com precisão quem é o seu pai, lhe deu à luz.
Tarcísio deveria cogitar a hipótese de levar a língua na coleira. Por duas razões: 1) O eleitorado não está atrás de grosseria. 2) A justa aversão do ministro aos corruptos não orna com o que se passa à sua volta.
O ministro de Bolsonaro serviu ao governo petista de Dilma Rousseff como chefe do Dnit, o célebre Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Fez um bom trabalho, que incluiu o afastamento de apadrinhados de Valdemar Costa Neto.
Condenado no mensalão, Valdemar ralou uma temporada na cadeia. Mas não foi para o inferno, para o raio que o parta ou para a PQP.
Hoje, Valdemar comanda o PL, partido de Bolsonaro. E participa do comitê da reeleição.
Ao dizer coisas definitivas sobre corrupção, Tarcísio precisa definir melhor as coisas. Pode começar informando para onde gostaria de enviar Valdemar.
Para Tarcísio, Bolsonaro é o protótipo de honestidade. O ministro precisa esclarecer se considera a rachadinha, também conhecida como peculato, parte da modernidade.
Por Josias de Souza
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