A serviço de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e o policial federal Paulo Maiurino contribuíram para rebaixamento das instituições que comandam. Ajudaram o presidente a empurrar as Forças Armadas e a Polícia Federal para dentro da campanha eleitoral.
Pretendente à vaga de vice na chapa de Bolsonaro, o ministro da Defesa Braga Netto forneceu ao chefe matéria-prima manter em funcionamento a fábrica de mentiras sobre as urnas eletrônicas. E Maiurino entregou ao comitê de reeleição uma nota oficial que chama o candidato Sergio Moro de mentiroso.
A parceria de Braga Netto com Bolsonaro expôs a armadilha em que o Tribunal Superior Eleitoral caiu ao convidar um militar para compor o comitê de transparência das eleições. O ministro Luis Roberto Barroso havia convidado um almirante. Braga Netto vetou, indicando o general Heber Portella.
O veto não foi casual. O escolhido preparou o questionário para que Bolsonaro cobrasse do TSE resposta sobre as "vulnerabilidades" detectadas nas urnas pelas Forças Armadas. A divulgação do material mostrou que não há senão perguntas técnicas. Mas o que acontecerá se Braga Netto ecoar Bolsonaro afirmando que há, sim, "vulnerabilidades"?
Paulo Maiurino mandou divulgar a nota que acusa Moro de mentir em reação à declaração do candidato de que "hoje não tem ninguém no Brasil sendo investigado e preso por grande corrupção." O chefe da polícia alegou que a corrupção é, sim, investigada.
Maiurino virou protagonista de uma queixa-crime protocolada pelo delegado Alexandre Saraiva no TSE. O colega acusa Maiurino de usar a PF para fins eleitorais.
Saraiva foi afastado da chefia da PF no Amazonas após acusar o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles de se associar a traficantes de madeiras. Uma evidência de que o problema da PF não são as investigações realizadas, mas as que deixam de ser feitas.
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