terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Bolsonaro trata cartão corporativo como uma variante "grande" da rachadinha



Ao admitir para os devotos do cercadinho que seu gasto com cartão corporativo é "grande", Bolsonaro tenta se vacinar contra um veneno que ele próprio destilou. Vivendo em eterna fantasia, o personagem não respeita nada, nem mesma a própria palavra.

Deputado, Bolsonaro desafiou o então presidente Lula a "abrir os gastos" com cartões corporativos do Planalto. Presidente, desafia a paciência alheia escondendo suas despesas dos brasileiros que pagam as contas. Dizia que o gasto era mixuruca. Varejado pelo TCU, admite que a conta é salgada.

Descobriu-se que, em três anos, os gastos sigilosos de Bolsonaro no cartão somaram quase R$ 30 milhões, um valor 19% mais alto do que gastaram Dilma e Temer entre 2015 e 2018. É razoável que um presidente disponha da comodidade dos cartões. O que não é admissível é o esconde-esconde.

Bolsonaro teve três anos para detonar os antecessores. Bastaria racionalizar os gastos e levar as cifras à vitrine. Em vez disso, prefere aniquilar a confiança dos brasileiros, que pagam para ser governados por pessoas confiáveis, não por aproveitadores que confundem o cartão corporativo com uma nova variante da rachadinha. Uma cepa com aparência de rachadona.

Por Josias de Souza

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