O G7, grupo majoritário da CPI da Pandemia, escalou um suplente da comissão, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), para elaborar uma proposta de roteiro para a investigação legislativa. Senador de primeiro mandato, ele é delegado civil, com uma carreira de duas décadas. Defende que a apuração seja "técnica". Recita o mantra segundo o qual investigações devem partir de fatos, não de pessoas. Perscrutando-se os fatos, diz o senador, chega-se às pessoas.
Signatário do mandado de segurança que resultou na ordem judicial para a instalação da CPI, Vieira deve sugerir a convocação dos quatro ministros que passaram pela porta giratória da Saúde na administração conturbada de Bolsonaro: o ortopedista Henrique Mandetta, o oncologista Nelson Teich, o general Eduardo Pazuello e até o atual ocupante do posto: o cardiologista Marcelo Queiroga.
O senador disse ao blog dias atrás: "O cerne do trabalho consiste em fazer uma reconstituição, passo a passo, de como o Brasil tratou a questão da pandemia. É preciso mostrar onde estão os erros, quais foram as decisões equivocadas, quais foram as falhas de execução. A gestão do Eduardo Pazuello na Saúde teve vários problemas de lentidão, gastos feitos com medicamentos sem comprovação científica."
Para Vieira, os dados já conhecidos e as informações recolhidas em depoimentos precisam ser corroboradas por documentos. "Temos uma noção do que aconteceu. Mas precisamos trazer isso para os autos. Temos de documentar, formalizar, deixar a coisa sólida para, na sequência, tomar as providências."
A CPI não partirá do zero. Cogita-se requisitar documentação de órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União, que já se debruçam sobre os desacertos administrativos cometidos ao longo da pandemia.
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