terça-feira, 6 de abril de 2021

Bolsonaro perto de recorde em avaliação negativa; 60% desaprovam o governo



Na pesquisa XP/Ipesp, o presidente Jair Bolsonaro está muito perto de igualar o seu recorde de ruim e péssimo, que chegou a 50% em maio do ano passado. Com o pagamento do auxílio emergencial e a esperança de que a pandemia não teria os desdobramentos devastadores a que estamos assistindo, esse índice negativo despencou para 31% em outubro. Recomeçou a subir lentamente, atingindo 35% em dezembro. Em janeiro, já estava claro que o país vivia uma segunda onda da doença: pulou para 40% e não parou mais de subir. Desta vez, 48%.

A avaliação positiva, claro!, fez trajetória inversa: também chegou ao ponto mais baixo em maio de 2020: 25%. Alcançou 39% em outubro e começou a trajetória descendente, até atingir os 27% de agora. Para registro: em fevereiro do ano passado, a diferença entre o ótimo/bom (34%) e o ruim/péssimo (36%) era de dois pontos percentuais. Agora, é de 21 pontos.

A expectativa sobre o governo é um indicador importante: aponta se as pessoas têm esperança de que a gestão vá mudar de rumo e de prosa: 45% dizem que o restante do mandato será ruim/péssimo. De novo, Bolsonaro se aproxima de seu pior momento. Só 27% dizem que podem ser ótimo/bom.

Nada menos de 60% reprovam o governo, contra 33% que o aprovam — o que, convenham, dada a ruindade da gestão, não deixa de ser milagroso. Dizem que a atuação de Bolsonaro é ruim ou péssima no combate à pandemia 58%. Apenas 21% a veem como ótima ou boa. Sim, é um percentual pequeno em comparação com o grupo que pensa o contrário. Mas estamos falando, ainda assim, de milhões de pessoas. Se seguirem as orientações do presidente, parte do desastre se explica.

ECONOMIA
A desaprovação à condução da economia bate recorde negativo: acham que o país está no rumo errado 65% dos que responderam a pesquisa; apenas 23% a veem no rumo certo, o que indica que mesmo uma parcela que aprova o governo está descontente.

O acirramento da pandemia traz medo e insegurança. Em dois meses, caíram de 60% para 47% os que acham que é muito grande a chance de manter seus respectivos empregos; e saltaram de 35% para 45% os que veem essa possibilidade como pequena ou muito pequena.

Os números são muito ruins para Bolsonaro. Não parece que, desta feita, o auxílio emergencial vá repetir os prodígios do ano passado, quando se tinha mais dinheiro, inflação muito menor e não estávamos oprimidos por uma impressionante montanha de cadáveres.

Por Reinaldo Azevedo

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