O governo não acertou uma, pelo menos até agora, das várias tentativas de barrar a CPI da Pandemia no Senado. Fracassou ao acreditar que a demissão de Eduardo Pazuello e a instituição de um comitê de gestão da crise sanitária deixaria a CPI em segundo plano, bem como não conseguiu retirar assinaturas de senadores nem criar o tumulto pretendido com aquela história de ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal com processos de impeachment.
Não se pode sequer contabilizar como vitória do Planalto a inclusão da investigação sobre verbas federais enviadas a estados e municípios no escopo da comissão de inquérito. Isso porque, mesmo que o fato determinado fosse apenas o original de investigar ações e omissões no governo federal, no andamento dos trabalhos inevitavelmente se chegaria às verbas federais.
Portanto, nenhum constrangimento para os senadores dispostos a destrinchar as responsabilidades do presidente Jair Bolsonaro no alastramento sem controle do vírus.
Com isso, se desfaz a impressão inicial de que haveria mais fatores desfavoráveis ao efetivo funcionamento do que condições objetivas para a realização dos trabalhos. Resta ainda a composição da comissão. Se mantida a tendência e os nomes já ventilados, entre oposicionistas, independentes e governistas fiéis, o placar é péssimo para o Planalto: 7 a 4.
Ou seja, Jair Bolsonaro tem um problema e, tais como vários outros, não conseguirá resolvê-lo no grito.
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