A operação Anjo, deflagrada em 18 de junho, avançou alguns passos na elucidação dos laços de Fabrício Queiroz e da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro.
A profundidade dessa relação ainda não está clara, mas o Ministério Público revelou fatos importantes na peça que pediu a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro.
Entre eles, um encontro suspeito entre o advogado do senador, Luis Gustavo Botto, e familiares do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como chefe de uma milícia.
Também participou dessa reunião a mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, que segue foragida. O objetivo, segundo a Promotoria, seria elaborar um plano de fuga para a família do ex-assessor com a ajuda de Adriano, seu amigo.
Outro ponto levantado pela Promotoria é a relação de Queiroz com milicianos da zona oeste do Rio. Mensagens trocadas entre Márcia e o marido indicam que ele mantém influência sobre um grupo paramilitar de Rio das Pedras.
Em dezembro de 2019, Márcia encaminhou ao PM aposentado o áudio de um homem que queria pedir ajuda a Queiroz depois de ter sido ameaçado pelo grupo paramilitar que domina a região.
"Eu queria que, se desse para ele ligar, se conhecer alguém daqui, Tijuquinha, Rio das Pedras, os 'meninos' que cuidam daqui", afirmou o interlocutor à mulher de Queiroz.
Em resposta a Márcia, o ex-assessor disse que poderia interceder com os milicianos pessoalmente, mas que não faria o contato pelo telefone porque tinha receio de estar grampeado.
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Na Folha
Um comentário:
Relações obscuras entre crime organizado (milícias, máfias e outros tipos de "especialização ilícita") e família de políticos levam a supor que a morte do Capitão Adriano, pela polícia baiana (?), tenha sido "interessante" e favorável à essa família.
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