sábado, 6 de junho de 2020

Deem um copo de sangue a Bolsonaro; o canibal está com sede


Deem um copo de sangue a Bolsonaro; o canibal está com sede ...

"Deem um copo de sangue a este canibal. Ele está com sede".

Essa foi a frase com que um adversário brindou Marat durante o curto período do Terror, quando os jocobinos comandaram o processo revolucionário. Não lembro o nome do sujeito. Devo ter lido no "Dicionário Crítico da Revolução Francesa", de François Furet, que recomendo vivamente. 

Bolsonaro não é jacobino. É um porra-louca de extrema direita. Um irresponsável político.

Por essa razão, ele está torcendo para que protestos no domingo degenerem em pancadaria. E, ora vejam, está incitando as PMs nos Estados a reprimir os manifestantes. Mas não quaisquer manifestantes: apenas os que gritarem "Fora Bolsonaro".

Quem pedir fechamento do Congresso e do Supremo — criminoso, portanto! — deve ser tratado a pão de ló.

Não só isso. Ele também está querendo chamar a Força Nacional de Segurança para reprimir os manifestantes. 

Além da sede de sangue, há a força da emulação.

Donald Trump, aquele que não cansa de lhe dar joelhada no queixo, está fazendo a mesma coisa nos EUA. Também ele cobra dos governadores que baixem o sarrafo em quem protesta. Também ele ameaça a população com a Guarda Nacional. Já levou como troco uma carta dos comandantes militares do país: servem à Constituição. E os cidadãos têm direito de se manifestar.

Sim, Bolsonaro está querendo um pretexto para largar o braço nos seus adversários.

Nem adianta fazer ironia com a sua concepção de democracia. Ele não é um democrata.

Renovo a recomendação para que os manifestantes fiquem atentos aos agentes provocadores. Qualquer um que escolher o caminho da violência estará fazendo o jogo da fascistada.

E muita atenção, também, ao comportamento dos policiais. Tudo tem de ser documentado.

O bolsonarismo está fazendo proselitismo junto às Polícias Militares, como se os PMs contassem com um presidente batuta e que zela por seus interesses.

Que as PMs cumpram a regra do jogo e não caiam na conversa de demagogos, não é? Até porque o congelamento de salários da categoria não é obra nem dos governadores nem dos adversários do presidente.

É obra de Bolsonaro.

Por Reinaldo Azevedo

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