O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estimou nesta segunda-feira, 23, que o enfrentamento à pandemia de coronavírus pode alcançar R$ 400 bilhões e defendeu a ajuda de todo o poder público para bancar as despesas, o que poderá incluir redução de salários de integrantes do Legislativo, Judiciário e Executivo. Segundo ele, o governo precisará utilizar todos os recursos disponíveis para combater a doença e recuperar a economia.
“Tem que começar a gastar e se precisar tirar da política, judiciário, de quem precisar tirar, porque nós sabemos que o gasto para o enfrentamento dessa crise do ponto de vista social, econômico e principalmente da estrutura de saúde pública para garantir as vidas vai ser na ordem de uns R$ 300, R$ 400 bilhões”, afirmou em entrevista ao canal de televisão CNN Brasil.
Questionado se a Câmara discute reduzir salários de deputados, Maia afirmou que todos precisão dar sua parcela de contribuição em algum momento. "Acho que todo o poder público vai ter que contribuir. Transferir isso para o parlamentar é fazer apenas um gesto importante,mas sem impacto fiscal. Os salários no nível federal são o dobro dos seus equivalentes no setor privado, todos com estabilidade pelo mandato ou concurso", afirmou o presidente da Câmara. "Na hora de organizar as despesas, o que a gente pode controlar, é importante que todos os servidores, os que têm mandato, contribuam. Não tenho dúvidas nenhuma de que com a queda da arrecadação todos vão ter que colaborar."
Atualmente, o salário bruto de deputados e senadores é de R$ 33,7 mil. Somados os 594 parlamentares, o valor chega a pouco mais de R$ 20 milhões.
Ainda na entrevista, Maia afirmou que o governo pode usar todos os recursos disponíveis, inclusive dinheiro dos fundos eleitoral, que financia as campanhas eleitorais, e partidário, que custeia as despesas de partidos, para combater a crise. Há também alguns projetos na Câmara sobre esse tema.
“O governo entendendo que precisa usar os R$ 2 bilhões, eu não vejo problema”, disse. “O tamanho do nosso problema não é pequeno, é muito grande. Todos os recursos que o governo entender necessários, certamente ele vai poder usar, de todos os Poderes”, completou.
No Estadão
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