sexta-feira, 27 de março de 2020

'Não tenho medo de 01, 02, 03 e 04. Não tenho medo de Bolsonaro', diz Doria



O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), falou sobre as ameaças que sofreu ontem à noite. O político, que disse ter recebido telefonemas e mensagens com xingamentos, alegou que foi vítima de uma ação orquestrada pelo "gabinete do ódio" - grupo formado por assessores ligados a Carlos Bolsonaro, filho do mandatário e vereador pelo PSC no Rio de Janeiro. 

Enquanto concedia entrevista coletiva no Pacaembu, o político foi alvo de um protesto feito por pessoas favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Doria não fugiu do embate, disse que não tem medo de cara feia e chegou a usar o termo "bolsominion" para se referir aos apoiadores mais enfáticos do presidente da República.

"Ontem à noite, logo após o JN, comecei a receber centenas de mensagens no Whatsapp, dezena de ligações, todos com xingamentos. Numa ação orquestrada por instruções, não só de robôs, mas também partidas do dito 'gabinete do ódio', em Brasília. Que nos últimos 15 meses só tem produzido isso, atritos, bobagens, erros e instabilidade. Lamentavelmente passei a receber ameaças mais duras, de agressão, constrangimento e da minha casa", disse Doria.

"Chamei a polícia civil, registrei o BO e pedi investigação, assim como estamos monitorando todos os telefonemas e mensagens. E dizer a Bolsominions, Bolsonaristas, agressores como esses que estão aí fora que eu não tenho medo de cara feia. Não tenho medo de 01, 02, 03 e 04. Não tenho medo de Bolsonaro. Sou brasileiro e fui educado pelo meu pai e pela minha vida a trabalhar pela Justiça", acrescentou.

O recado foi endereçado aos filhos do presidente, Flávio Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro que são chamados de 01, 02 e 03. O trio é bastante influente nas decisões do governo federal. As digitais deles estão no pronunciamento do presidente pedindo para relaxar as medidas de isolamento social. 

Doria afirmou que os protestos não vão diminuir os esforços, mas lamentou que existam pessoas que sejam contra a quarentena, que vai até 7 de abril.

"E, como governador de São Paulo, vou trabalhar para salvar vidas. Ainda que me custe o dessabor de ver parte do meu povo seguindo um irresponsável para que as pessoas saiam às ruas no momento em que devem ficar em casa. Não me põem medo e nem no Bruno Covas. Vamos continuar o que temos que fazer e proteger as pessoas, inclusive dessas, injustas. Vamos ajudar a salvar a vida de vocês também", disse o governador.

Nenhum comentário: