Os Estados Unidos solicitaram informações adicionais ao governo brasileiro sobre a carne bovina do Brasil e estabeleceram que uma nova inspeção à indústria terá que ser realizada, antes de eventual liberação de embarques do produto in natura aos americanos, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura nesta segunda-feira, 4.
Um relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (Usda) foi disponibilizado ao governo brasileiro na última quinta-feira, 31, mas as informações frustraram representantes do governo de Jair Bolsonaro. O porta-voz da Previdência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o governo não esperava a manutenção de veto dos americanos.
Para tentar convencer a liberação do produto do Brasil, maior exportador global de carne bovina, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, marcou uma viagem para o próximo dia 17, quando deverá se encontrar com o secretário de Agricultura americano, Sonny Perdue. A ministra pretende tratar da questão e “acredita que os dois países têm bom relacionamento e chegarão a um entendimento”, segundo a assessoria de imprensa do ministério.
Os EUA suspenderam as importações de carne bovina in natura do Brasil em meados de 2017, após a detecção de inconformidades nas importações, na esteira de um escândalo de fiscalização sanitária, que envolveu o pagamento de propinas por empresas a fiscais.
Em meio às negociações para voltar a exportar a carne, o Brasil já concordou em conceder uma cota de 750 mil toneladas em importações de trigo isenta de tarifas para todos os países, incluindo os EUA, normalmente os principais fornecedores dos brasileiros fora do Mercosul. A cota, contudo, ainda não foi regulamentada.
Além disso, em outro aceno aos americanos, o Brasil elevou em setembro para 750 milhões de litros, ante 600 milhões anteriormente, uma cota para importações anuais de etanol sem tarifa. Os EUA são os principais exportadores de etanol para o Brasil.
Na Veja (Com Reuters)
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