O discurso do ex-presidente Lula que terminou, há pouco, para uma multidão que abraçou a sede do Sindicado dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, foi o mais duro que o presidente Jair Bolsonaro já ouviu desde que tomou posse. E o país também.
Lula chamou diretamente Bolsonaro para briga. Disse que ele governa para as milícias. Provocou: “Cadê Queiroz?” E cobrou explicações para o envolvimento do nome do presidente no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ)
A expressão mais repetida no discurso de 45 minutos foi “povo brasileiro”, cuja vida piorou, segundo Lula, sem precisar que a piora começou durante o segundo governo da ex-presidente Dilma, do PT. A palavra, Bolsonaro, “que nunca trabalhou na vida”.
O lance político mais arriscado dado por Lula livre em menos de 24 horas foi quando ele convidou os brasileiros a irem para as ruas contra Bolsonaro e o pacote de medidas econômicas do ministro Paulo Guedes. Afirmou com todas as letras:
“Temos que seguir o exemplo do Chile, da Bolívia. A gente tem que atacar e não só se defender”.
Lulinha paz e amor morreu – ou, por ora, continua no armário à espera de melhor ocasião para reaparecer. O Lula que saiu, ontem, do cárcere em Curitiba foi a jararaca peçonhenta e ameaçadora, de cabeça para o alto e com os chocalhos ativos.
Por Ricardo Noblat
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