O presidente de um Poder não pode se manifestar a cada vez que um deputado diz isso ou aquilo.
Mas é certo que tudo depende de quem é o deputado e do conteúdo do "isso e aquilo".
Quando o líder do segundo maior partido da Câmara defende um novo AI-5 para conter manifestações e quando esse deputado é filho do presidente da República, atuando, em parceria com o pai, numa escalada de declarações e atos truculentos, bem, aí entendo que o silêncio do presidente do Supremo Dias Toffoli é inaceitável.
Até porque não é a primeira vez que se cala. Ouviu-se o seu silêncio eloquente também no episódio do vídeo do leão sendo cercado por hienas — uma delas era identificada com o STF.
Coube ao decano, Celso de Mello, reagir, então, com dureza. E não o fez em combinação com Toffoli, falando, pois, em nome do Supremo. Falou porque foi entrevistado pela Folha.
Tais silêncios se tornam especialmente constrangedores porque o ministro mandou abrir, de ofício, um inquérito para apurar agressões ao Supremo oriundas da indústria de difamação ao tribunal montada nas redes sociais.
Quando o presidente da República retuíta o vídeo infame — e Carlos Bolsonaro atribuiu a façanha ao pai, sem ser contraditado —, a eloquência silente de Toffoli vira uma aberração.
Ainda que o presidente do tribunal tenha a determinação de atuar para jogar água na fervura — o que é compreensível e até elogiável —, cumpre indagar em que momento esse esfriamento estratégico da crise não se confunde com omissão.
AUGUSTO ARAS
O mesmo se diga de Augusto Aras, procurador-geral da República.
Já se comportou de modo bastante heterodoxo no caso da investigação da morte de Marielle. Mandou arquivar uma notícia de fato que fora passada a Toffoli, dando conta do conteúdo dos depoimentos do porteiro, que citavam o nome de Jair Bolsonaro, ancorando-se, segundo disse, em áudios que lhe foram mandados sem a devida perícia.
Mais: atendeu a uma determinação de Sérgio Moro — como se este tivesse poder para tanto — e mandou o MPF no Rio abrir um inquérito para apurar eventual denunciação caluniosa do porteiro contra o presidente. Notem: o inquérito nem está concluído, e Aras já mandou investigar uma testemunha. Outra aberração: o crime, se cometido, tem de ser investigado na esfera estadual.
E depois a extrema-direita que ronca, baba e fuça chama o procurador-geral de agente do petismo… É sempre estupidamente engraçado quando um bolsonarista tenta ensinar Bolsonaro a ser Bolsonaro…
Pois bem… Também o procurador-geral se calou diante do AI-5 de Eduardo.
Água na fervura? Também no seu caso, uma inaceitável omissão.
Por Reinaldo Azevedo
Um comentário:
Hoje, dia 2 de novembro, Dia de Finados.
RECORDAR
Recordações gratas tocam os nossos corações
E nos levam àqueles bons momentos já vividos:
Convivência, bons feitos, viagens, acertos e até “pisadas”!
Os anos passam, a Vida segue nos ensinando:
Recordações também são luzes indicando o Bom Caminho.
Desta vida não se leva bens materiais; em compensação,
As riquezas que levaremos e deixaremos serão gratas
Recordações ⬅➡ Família, Amigos e Companheiros.
AHT
02/11/2019
Postar um comentário