terça-feira, 5 de novembro de 2019

Aras vê ‘traços de deslealdade de rara gravidade’ em conduta de Joesley



O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu nesta segunda ao STF a rescisão dos acordos de colaboração premiada de Joesley e Wesley Batista e dos ex-executivos do grupo J&F Ricardo Saud e Francisco de Assis.

Em 97 páginas, Aras afirma que os delatores quebraram o acordo ao cooptar integrantes da própria PGR para seu intento. “A PGR deparou-se com evidências de uma situação constrangedora, marcada por traços de deslealdade de rara gravidade”, diz Aras

“No âmbito da colaboração premiada, instituto próprio do direito processual penal consensual, não há espaço para espertezas, ardis e trapaças, na exata medida em que estas não são aptas a conviverem com a necessária cooperação, lealdade e confiança mútua que devem reger as relações entre as partes”, escreve Aras.

“Assim, o MPF, não condição de órgão do Estado, mais do que não deve, verdadeiramente não pode persistir numa relação contratual travada com pessoas que demonstraram, por mais de uma vez, que o conteúdo ético e moralizador do acordo de colaboração premiada não é capaz de fazer cessar o seu modo de vida criminoso e de arrefecer o seu ímpeto por por lucro fácil”, segue o procurador.

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