De repente tudo ficou muito estranho. Foi como num conto de magia, bastou uma canetada do bruxo Fachin e demos uma bela derrapada na história. Rodopiamos mentalmente e chegamos apalermados em algum lugar, em algum buraco do tempo, onde o horizonte aponta para uma treva muito espessa.
Estamos em algum lugar em que os historiadores ainda não visitaram e os ficcionistas não ousaram pensar.
Ainda não sabemos qual personagem invadiu a história do outro. Mas aquele que deveria ficar no passado e aquele que nunca deveria estar no presente estão se encontrando.
Pelo jeito e para nosso azar, será briga direta, sem intermediários, sem postes e sem facadas.
Fuça na fuça em meio a uma pandemia, sem vacina, onde morre um profissional da saúde por dia. Ou seja, quem poderia nos salvar da doença, com as nossas escolhas irresponsáveis de não nos preservarmos, os matamos antes.
Agora as duas das piores histórias, duas das piores biografias que envergonham a instituição da Presidência da República, vão se encontrar numa luta, onde só o povo tem a perder, não importa o lado que escolha ficar.
Se na próxima eleição fizermos as nossas opções de voto como fazemos na pandemia, contrariando o bom senso, não há dúvida que, assim como fazemos com os profissionais da saúde, também mataremos quem poderia nos salvar: A DEMOCRACIA.
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