Para estimular os "maricas" a abandonar a "frescura" e o "mimimi", enfrentando o vírus de peito aberto, Bolsonaro declarou: "A própria Bíblia, em 365 citações, diz: 'Não temas'.".
Um leigo terá dificuldade para achar os 365 convites da Bíblia ao destemor. Mas todo mundo conhece os dez mandamentos. Eles nunca impediram nada. Mas deram cada ideia!!! Matar, cobiçar a mulher do próximo... O próprio Bolsonaro se inspira no decálogo cada vez que rouba a paciência dos brasileiros e usa o santo nome de Deus em vão.
O capitão se enganou quando disse que ficar em casa é coisa para afrescalhados. O que atrapalha é a obsessão que os brasileiros têm pela vida. Uma decorrência do absurdo vício de respirar. Num instante em que sobra vírus e faltam UTIs, o Brasil estaria melhor se as pessoas se convencessem do inconveniente de manter o vício por oxigênio.
Não só resolveria o problema da falta de vacinas como pouparia o país do horroroso espetáculo da degradação moral e física, causada pelo hábito de respirar sem ter leitos equipados com respiradores. É impossível assistir à TV, ouvir o rádio, folhear o jornal sem tropeçar em dependentes químicos do ar, muitos já transformados em cadáver.
Bolsonaro seria um extraordinário presidente não fosse o vício pela vida que torna os brasileiros inconvenientes. São eles os responsáveis pelas quase 2 mil mortes diárias, pelas mais de 260 mil covas abertas em um ano. E pela carência de vacinas, que envergonha o país no exterior. Tudo porque os viciados são incapazes de controlar sua obsessão e abandonar a vida sem tanto "mimimi".
Bolsonaro pede apenas que os brasileiros sejam mais patriotas. Como ainda não conseguiu melhorar a pátria, sonha com o instante em que milhares de brasileiros inspiradores renunciarão ao oxigênio, parando de respirar voluntariamente. Pela pátria.
"Só se for na casa da tua mãe", declarou Bolsonaro para os "idiotas" que exigem a compra de mais vacinas, recusando o passaporte para um futuro melhor, num ambiente eternamente esterilizado. Assim como os dez mandamentos, o arroubo do capitão não impede nada, muito menos as mortes por Covid. Mas oferecem uma grande ideia para os brasileiros que sobreviverem ao vírus e à estupidez.
Em 2022, quando Bolsonaro pedir votos para a reeleição, esses brasileiros sobreviventes poderão evocar o capitão: "Votos? Vá pedir na casa da tua mãe!"
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