quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Veja por que a família Bolsonaro pretende levar os bancos à falência...


Flávio, Jair, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Os defensores da dita família tradicional conseguem ter uma relação
bem pouco, digamos, ortodoxa com o dinheiro. E assim era quando estavam fora do poder...

Joseph Safra é o homem mais rico do Brasil. Se a maioria das pessoas fosse como os Bolsonaros, o banqueiro teria de procurar outro meio de ganhar dinheiro. A intrépida família não confia em banco. Gosta mesmo é de lidar com dinheiro vivo. Parece ser algo que está no sangue. E não é de hoje. Pode-se falar que uma verdadeira dinastia se criou na política nota sobre nota. Como se sabe, é mais difícil rastrear a origem de dinheiro vivo

A vida financeira do primogênito, o senador Flávio, tem sido escrutinada. É um verdadeiro show de bizarrices. Até havia pouco, não se conhecia quase nada sobre a formação de patrimônio do Zero Três, o deputado Eduardo, uma espécie de ideólogo e pensador da família. É aquele que julga conhecer o pensamento do astrólogo Olavo de Carvalho e que pretende fundar no Brasil o braço da Internacional de extrema direita liderada pelo americano Steve Bannon, que já foi em cana nos EUA, acusado de fraude. Saiu do xilindró depois de pagar fiança de US$ 5 milhões. Adiante!

O jornal O Globo revelou que Eduardo comprou dois imóveis entre 2011 e 2016. Na soma, desembolsou R$ 150 mil em dinheiro vivo — ou R$ 196,5 mil em valor corrigido. As informações constam das escrituras públicas desses imóveis obtidas pelo jornal em dois cartórios da cidade.

Informa o texto:
A compra mais recente foi feita por Eduardo em 2016, quando ele estava no seu primeiro mandato como deputado federal. No dia 29 de dezembro de 2016, ele esteve no cartório do 17º Ofício de Notas, no Centro do Rio, para registrar a escritura de um apartamento comprado em Botafogo no valor de R$ 1 milhão. No documento ficou registrado que ele já tinha dado um sinal de R$ 81 mil pelo imóvel e que estava pagando "R$ 100 mil neste ato em moeda corrente do país, contada e achada certa".

Para registro. Em 2016, Eduardo estava apenas no segundo ano de seu primeiro mandato. Antes, era só um escrivão da Polícia Federal. Como já observei aqui, a família que veio para revolucionar o capitalismo brasileiro não gosta de ser testada na iniciativa privada, não é mesmo? Todos eles procuram um emprego público — pelo voto, é certo, mas os proventos que recebem têm origem no Estado. E púbicos eram também os recursos que foram parar nas contas dos funcionários de Flávio quando este era deputado federal. Parte da grana migrava depois para a conta de Fabrício Queiroz.

Uma coisa é inequívoca: os Bolsonaros são unidos. Um por todos, e todos por um. O mais iracundo deles, o vereador Carlos, também tem o que explicar, embora prefira o silêncio. É aquele rapaz que apela a metáforas eloquentes e viris como "movimento antidemocrático são meus ovos da goela". Como diria Faustão, "O loco, meu!" Ninguém entendeu se ele se referia a um deslocamento exógeno ou endógeno. Em sendo endógeno, é doença grave. Em sendo exógeno, além de antidemocrático, pode ser crime se não for consensual... Mas falemos de seus folguedos financeiros, não de outros.

Segundo informou o Estadão, Carlos comprou um apartamento quando tinha apenas 20 anos. E pagou como? Ora, no esforço da família para empobrecer o bilionário Joseph Safra, a operação se deu em dinheiro vivo. O jornal teve acesso ao documento de compra e venda do imóvel. Na época, em 2003, pagou R$ 150 mil pelo apartamento — que ainda pertence a ele — na Tijuca, no Rio. Foi o primeiro "AP" de Carlos, para empregar o termo que o bolsonarista Latino gloriosamente rimou com "bundalelê". Em valores corrigidos, seria como se um gajo de 20 anos pagasse R$ 370 mil em dinheiro vivo pelo bundalelê.

Lembra o Estadão:
Carlos Bolsonaro é investigado por suspeita de nomear no seu gabinete funcionários que lhe repassariam, totalmente ou em parte, seus salários. Ao todo, 11 servidores estão sob investigação do Ministério Público. A maioria é ligada a Ana Cristina Siqueira Valle, que não é mãe de Carlos, mas foi casada com o pai do vereador."

Se há coisa de que não se deve desconfiar em matéria de família Bolsonaro é que jaca não cai longe da jaqueira. Os filhos não decepcionam o pai. Reportagem da Folha evidenciou que, entre 2008 e 2014, o clã fez várias doações eleitorais em dinheiro vivo às respectivas candidaturas: R$ 100 mil no total — ou R$ 163 mil em valores corrigidos.

Informa o jornal:
Reportagens e dados obtidos por órgãos de investigação mostraram que a família Bolsonaro, especialmente na figura do senador Flávio Bolsonaro, já movimentou mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo nos últimos 25 anos. Entre as operações em espécie, segundo as apurações, estão a compra de imóveis, a quitação de boletos de planos de saúde e da escola das filhas de Flávio, o pagamento de dívidas com uma corretora e depósitos nas contas da loja da Kopenhagen da qual o senador é dono.

Os passadores oficiais e oficiosos de pano nas lambanças dos Bolsonaros logo dizem: "Ah, vai querer comparar esses valores com os escândalos do petrolão?" Ah, não! Não estou comparando nada com nada. Estou falando de moralidades e imoralidades em si. De resto, os acusados do petrolão estão pagando caro até quando não há provas. A família não poderia ser protagonista de tal escândalo porque estava fora do poder, não é?

Os Bolsonaros movimentaram essa bolada toda em grana viva sendo marginais da política. O que ainda nos dirá o tempo, agora que estão no centro? Uma coisa é certa: eles fazem o diabo para que nada seja investigado.

Se o mundo fizesse como os Bolsonaros, os bancos iriam à falência.

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