Algumas coisas eu pensei que nunca mais iria ouvir, principalmente depois que o país saiu da nefasta ditadura militar. Mas duas delas foram ditas no final de semana que passou.
A primeira foi: "Atentado ao Pudor". Tão velha que errei ao digitar e o corretor não soube corrigir e manteve "atentado ao pudir".
A última vez que ouvi isso foi nos idos anos 70, quando Leila Diniz, em avançada gravidez, ousou, indo de biquíni à praia de Ipanema, para o horror das falsas moralistas das ratazanas de sacristia.
A segunda frase foi: "Só converso com quem tem Berço". Caramba, então o cara deve passar o tempo todo numa creche ou numa loja de móveis?
O interessante é que as duas frases foram ditas nas duas confusões em bairros "daselites" carioca e paulistana.
Na confusão carioca, uma arquiteta simplesmente sentiu-se ultrajada e com direito a agredir fisicamente, com uma garrafa d'água e verbalmente com acusações de prostituição, uma moça que trafegava com um casal num carro conversível. As duas moças estavam de biquínis, ouviam música alto e também falavam alto. Sem dúvida, causando e aparecendo.
Parece que chegaram a se beijar, o que provocou a ira descontrolada da arquiteta, que alega que só " queria proteger as duas crianças e os idosos que estavam com ela numa mesa de bar(?)".
Eita!! Gurizada deste novo velho "brazil" varonil, mulheres de biquínis se beijando é feio, viu? Bonito mesmo é levar crianças ao bar à noite, provocar, xingar, jogar garrafas, sair no tapa e levar uma “trozobada” no pé da orelha. Tá combinado?
Bem, é bom que se diga, que isso aconteceu em pleno bairro do Leblon, até então, penso que outrora foi reduto carioca da boemia, frequentado por formadores de opinião de tendências progressistas.
Já a segunda frase, veio de uma briga num restaurante localizado nos Jardins, bairro "chique" de São Paulo, onde um médico queria, por que queria, junto com os amigos, fazer o seu pedido, faltando apenas dez minutos para o fechamento compulsório do restaurante, devido a pandemia. O que foi negado pelos funcionários e uma pressuposta dona do restaurante.
No bate-boca, empurrões em uns aos outros, gritos exasperados, os egos transbordaram pra todos os lados.
Verdade que não houve garrafadas e nem tapões no pé da orelha, mas teve o indecoroso: "Eu só falo com quem tem berço".
Esta frase foi só uma entre todas as outras invocações de status de parte a parte, que terminou com ambos ameaçando um ao outro, vejam só, de suas alegadas amizades com delegados de polícia.
Opa!!! É isso mesmo: Um ameaçava o outro com delegados que chamaram de "meus". Foi-se o tempo que o cidadão de bem, tratava o delegado de polícia com mais respeito e não como um "older brother" de crianças mimadas e mal-educadas.
Mas essa gente não cansa de nos surpreender e, sinceramente, espero que fiquem por aí, pois já pensou se cada um deles começar a chamar pelo "meu" general? E aí, o que fará aquela fulaninha com o seu "Engenheiro formado e melhor que você"?
Por Felicio Vitali
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