Num universo convencional, ninguém sai carregando dinheiro graúdo pelas ruas de uma cidade como o Rio de Janeiro. No passado remoto, havia o cheque. Hoje, existe a TED, sigla de 'Transferência Eletrônica Disponível'. Não há forma mais rápida e segura de enviar valores de uma conta bancária para outra. Entretanto, a família Bolsonaro tem aversão a essa comodidade.
Os Bolsonaro revelaram-se cultores de inusitados hábitos. Adeptos da rachadinha, eufemismo para peculato, recorrem à forma mais primitiva e sigilosa de poupança: o colchão. Compram até imóveis em dinheiro vivo. Expostos em inquéritos e nas manchetes, reagem inadequadamente. Ora silenciam, ora tocam trombone sob um imenso telhado de vidro para sustentar que são perseguidos.
Jair Bolsonaro e seus filhos Flávio, Carlos e Eduardo ainda não perceberam. Mas, guardadas as devidas proporções, começam a se assemelhar a encrencados como Michel Temer, Aécio Neves e Lula. Na era do dinheiro transportado em malas, mochilas e caixas eles têm em comum a mesma aversão à TED e uma certa mania de perseguição. De resto, exibem a idêntica presunção de que lidam com um país de bobos.
Por Josias de Souza
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