sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Polícia visita os favoritos do Rio à beira da urna


Reprodução de vídeo


O eleitor carioca está em apuros. A dois meses da eleição municipal, os candidatos tidos como favoritos na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro receberam em casa a visita da rapaziada da polícia e do Ministério Público. Primeiro, o ex-prefeito Eduardo Paes. Apenas 48 horas depois, o prefeito Marcelo Crivella.

Ambos foram alvejados por delatores. Paes virou réu numa ação penal em que é acusado de receber verbas sujas da Odebrecht por baixo da mesa. Crivella é acusado de manter um "QG da propina", por onde transitam os negócios e os pagamentos da prefeitura.

Mal comparando, eleição é como um restaurante self-service. O eleitor não saboreia a comida dos sonhos. Precisa escolher entre os pratos expostos no balcão. E as opções no Rio não provocam entusiasmo.

Alguns exemplos: a deputada estadual Marta Rocha, ex-chefe da Polícia Civil do presidiário Sergio Cabral; o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, cuja imagem está associada ao incêndio em que morreram dez adolescentes no Ninho do Urubu; Cristiane Brasil, a filha de Roberto Jefferson que a Justiça impediu de virar ministra de Michel Temer; e Clarissa Garotinho, filha de um casal de ex-governadores com passagem pela cadeia.

Com um bufê como esse, fica difícil cobrar do eleitor um refinamento do paladar. Em 2018, o eleitorado do Rio de Janeiro escolheu seu governador em meio ao mesmo cenário de terra arrasada. Prevaleceu um ex-juiz chamado Wilson Witzel, hoje mais próximo da cadeia do que da cadeira de governador. Afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça, Witzel aguarda a chegada da lâmina do impeachment.

Por Josias de Souza

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