terça-feira, 1 de setembro de 2020

"Muito Ajuda Quem Não Atrapalha" - Felicio Vitali


O general Pazuello é o terceiro ministro da Saúde do Brasil, ainda que interino, desde o inicio da pandemia.

No Brasil, se depender deste governo, nada é tão ruim, que não possa piorar. Um bom exemplo é o ministério da saúde, que segue sem ministro em plena pandemia e, pelo visto, assim deverá continuar por muito tempo ainda. 

Calado, quando devia ser o primeiro a ter gritado diante do rumoroso caso da interrupção da gravidez da menina do Espirito Santo, agora, na falta do que fazer ou para justificar o que não tinha feito, resolveu criar um protocolo para o serviço público de saúde atender mulheres violentadas. 

O protocolo, como qualquer besteira escrita pelo governo passou a ser chamado, prevê que ao atender uma mulher em situação de violência, o profissional da saúde, deverá imediatamente comunicar a polícia. 

Até aí, tudo bem, se a violência causar ferimentos físicos, mas o problema começa quando o estrago for psicológico, como acontece com a maioria das vítimas de estupros, cujo crime se dá sob ameaça, não causando o ferimento físico, mas causando a pior das dores, que é grande dor da lembrança do ocorrido. 

Segundo o tal protocolo, além de comunicar a polícia, o profissional da saúde, terá que expor a vítima, ao constrangimento de responder um questionário, onde deverá relatar em detalhes a ocorrência da qual foi vítima. Isso tudo mesmo contra a vontade dela. 

Mas não satisfeito, criaram um ápice para o horror que se dará quando a mulher, caso tenha sido engravidada pelo estuprador, resolver interromper a gravidez. 

Ela então, será obrigada a passar por uma ultrassonografia e, através do exame, obrigada a ver o seu feto. 

O protocolo não explica, o que pretende e qual é o objetivo deste dolorido processo, cujo resultado só pode ser o de torturar quem optar pelo aborto. 

Parece que o importante para o ministério, não é atender a vítima, mas criar obstáculos que a impeça de procurar o serviço público e recorra aos métodos abortivos caseiros e até rudimentares ou, ainda, as clínicas clandestinas, onde no mínimo, se coloca a vida em risco, como acontecia no século passado. 

Aliás, é neste baú da retrocidade que este governo sempre recorre para alimentar as sua necessidade de causar embaraços aos seus cidadãos, pondo em prática as suas "melhores ideias", sem sequer um debate sério entre especialistas sérios. 

O ministro, que não é ministro, precisa entender que a mulher, ao procurar o serviço de saúde e não delegacia, está priorizando a sua saúde física e principalmente a sua saúde psicológica e psíquica. Se quisesse ela, a justiça antes de tudo, teria ido direto a uma delegacia, ao ministério público e só depois ao hospital. 

E por fim, entender que o serviço público de saúde, não tem que criar embaraços para a vítima, que busca por apoio para esquecer o trauma, e não a ser obrigada a participar de processos burocráticos, feitos pra mostrar que no ministério tem alguém trabalhando, mas que na verdade está só atrapalhando. 

Passou da hora do Ministério da Saúde entender, que o melhor que pode fazer para o Brasil, com seu general no comando, é se manter calado, distante ou ausente, apenas fingindo que cuida da pandemia, para aplausos da plateia. 

Por Felicio Vitali 

P.S.: Que a justiça seja feita: O único acerto do general, deu-se no final de semana, quando ao perceber que cresce no Brasil um movimento, apoiado inclusive pelo presidente, contra a vacinação, colocou na secretaria de imunização, um amigo VETERINÁRIO.

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