A Embraer anunciou nesta quinta-feira (3) a demissão em massa de 900 funcionários em todo o país, 4,5% do seu efetivo total. Os desligamentos serão feitos hoje.
As unidades em que ocorrerão os desligamentos não foram divulgadas, mas a maior parte virá de São José dos Campos, que concentra a aviação comercial da empresa --setor mais afetado pelos impactos da Covid-19-- e metade dos 20 mil funcionários da companhia no mundo.
A medida, segundo a fabricante, decorre dos impactos causados pela Covid-19 na economia global e pelo cancelamento da parceria com a Boeing.
“O objetivo é assegurar a sustentabilidade da empresa e sua capacidade de engenharia”, disse a Embraer, em comunicado.
Para os 900 demitidos, a Embraer informou que vai oferecer plano de saúde até março de 2021 e vale alimentação até dezembro de 2020.
Além das demissões, mais 1,6 mil trabalhadores da Embraer aderiram aos três planos de demissão voluntária (PDV) abertos pela companhia e também sairão da empresa. O processo de desligamento deve ser efetivado nesta sexta-feira (4).
A Embraer informou que adotou medidas para preservar empregos desde o início da pandemia, como férias coletivas, redução de jornada, lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho), licença remunerada e PDV.
Também reduziu o trabalho presencial nas plantas industriais, segundo a companhia, com o objetivo de “zelar pela saúde dos colaboradores e garantir a continuidade dos negócios”.
"Demitir na pandemia é desumano", disse Weller Gonçalves, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. "Chamamos os trabalhadores para fazer luta. Exigimos o cancelamento de todas as demissões".
AVIAÇÃO.
A pandemia afetou diretamente a aviação comercial da Embraer, cuja produção é concentrada em São José dos Campos.
No primeiro semestre de 2020, o setor apresentou redução de 75% das entregas de aeronaves, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Além disso, a situação se agravou com a duplicação de estruturas para atender a separação da aviação comercial, em preparação à parceria cancelada com a Boeing, e pela falta de expectativa de recuperação do setor de transporte aéreo no curto e médio prazo.
“A companhia reconhece e agradece o empenho sempre demonstrado pelos profissionais que deixam a organização neste momento. E conta com o engajamento de todos para atravessar a grave crise atual e manter a empresa competitiva no mercado global”, informou a empresa.
Em O Vale
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