Eu
não sei até onde este governo é deficiente nas interpretações das leis ou só se
faz de morto para se aproveitar de uma eventual distração do coveiro.
A
hipótese mais provável é pra coveiro se colocar "discostas" pra
parede, porque além do presidente interpretar que o STF tirou-lhe a
responsabilidade pela pandemia, agora vem o ministro da educação, dizer que a
responsabilidade pelo ensino médio, de acordo com a sua interpretação da lei, é
unicamente dos estados e dos municípios.
Na
mesma entrevista o cara também diz que a "homossexualidade é causada pelos
desajustes familiares". Deduzo que da mesma forma que interpreta a lei,
ele também interpreta a contemporaneidade, a ciência e não tem a menor noção de
família, para emitir tão desajustada opinião.
Quando
penso que o cara foi reitor do Makenzie, lembro do que me disse um renomado
empresário, presidente de uma das nossas maiores empresas: "Em muitos
casos, diploma não encurta as orelhas e só faz aumentar a língua".
Outro
que interpreta de acordo com a conveniência, mas aí é por oficio mesmo, é a
Advocacia Geral da União. Só que quando o faz em causa própria, acaba que passa
vergonha.
Pois
de acordo com a sua interpretação da lei, não é que mandou correr um aumentinho
de salário para os seus 606 procuradores?
Se
fosse a AGU uma tribo, seria o único caso de uma tribo só de caciques, sem
índios pra servir o cafezinho ou até pra botar fogo nas matas.
Mas
o pior de tudo isso é que a aprovação do governo cresce. Cresce tanto quanto o
nariz do Pinóquio fazendo discurso na ONU. E o incrível é que cresce mesmo num
ambiente "familiarmente ajustado" às compras de imóveis com DINHEIRO
VIVO. E tem quem interpreta que todo este dinheiro tem origem só nas
rachadinhas. Ah vá?
Por
isso tudo ninguém se espanta que neste país a única lei bem interpretada POR
TODOS é a tal "Lei de Gerson". Aquela em que os "cidadãos de
bem" se baseiam para tirar uma casquinha de vantagem.
Só
não percebem que neste teatro de interpretações esdrúxulas, só lhes cabem o papel
de coveiro. E olhe lá...!
Por
Felicio Vitali
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