De regata preta, na rampa do Planalto, o deputado Junio Amaral acompanha fala golpista de Bolsonaro. Ele é investigado no STF justamente por atuar em manifestações contra a democracia VEJA/Divulgação |
No dia 21 de abril, o ministro Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da PGR e mandou abrir um inquérito no STF para investigar a organização de manifestações contra a democracia. A medida se deu após Jair Bolsonaro participar de um ato na frente do Quartel General do Exército, há duas semanas, em que a reivindicação principal era um novo golpe militar. Neste domingo, o presidente fez de novo.
A marcha golpista foi na rampa do Planalto mesmo, diante do Supremo e com vista para o Congresso, com direito à participação vip de um dos investigados pelo STF.
Como o Radar revelou há duas semanas, o deputado Junio Amaral é um dos alvos do inquérito dos atos golpistas. O bando, segundo a PGR, atuaria de forma estruturada, com os mesmos métodos dos mensaleiros petistas: com núcleos financeiro, político e operacional.
O presidente não viu problemas em figurar num ato golpista ao lado de um deputado investigado por… organizar atos golpistas. Tudo isso depois de Bolsonaro atacar o relator do inquérito, o ministro Moraes, por causa da decisão que impediu a nomeação do amigão de Carlos Bolsonaro, o delegado Alexandre Ramagem, para o comando da Polícia Federal.
E o que queria Bolsonaro, segundo Sergio Moro, ao nomear o amigo para o comando da PF? Justamente interferir nos inquéritos que correm no STF e blindar aliados como o deputado Junio Amaral.
“Tenho certeza de uma coisa, nós temos o povo ao nosso lado, nós temos as Forças Armadas ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia, e pela liberdade… Peço a Deus que não tenhamos problemas nesta semana (com a indicação do outro nome para o comando da PF). Chegamos no limite, não tem mais conversa”, disse Bolsonaro, para a alegria do amigão Junio.
“Brasil, Brasil, Brasil…”, respondeu ele depois da fala do presidente.
Mais claro impossível.
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