Se a eleição fosse hoje, Luiz Inácio Lula da Silva venceria todos os possíveis postulantes com quem disputasse o segundo turno, segundo a pesquisa Genial-Quaest.
O petista bateria Jair Bolsonaro por 55% a 30%. Lula oscilou um ponto para cima em relação ao mês passado, e o atual presidente, três para baixo. O pedetista Ciro Gomes seria derrotado pelo ex-presidente por 52% a 25%, e o tucano João Doria, por 56% a 18%. Bateria ainda Rodrigo Pacheco por 58% a 14%.
Pacheco, com 33%, aparece empatado com Jair Bolsonaro, com 36%. É bom lembrar que 60% dizem nem saber quem é o senador. Isso evidencia a rejeição ao presidente. Ciro venceria o atual mandatário com folga: 45% a 33%. Outros cenários não foram testados.
REJEIÇAO AO GOVERNO
Os péssimos números de Bolsonaro no primeiro e no segundo turnos da pesquisa combinam com o que pensam os brasileiros sobre o seu governo.
A avaliação é negativa para 48% — há um mês, eram 44%. Só 24% dizem ser positiva — o número praticamente coincide com as intenções de voto no primeiro turno. Dizem ser regular 26%.
O presidente andou fazendo algumas incursões pelo Nordeste, região com a segunda maior população do país. Pode ter sido contraproducente. A avaliação negativa saltou de 53% para 59%, e a positiva caiu de 19% para 13%.
No Sudeste, a mais populosa, a coisa não anda bem para o dito "Mito": a apreciação negativa cresceu de 42% para 47%, e a positiva variou de 28% para 25%.
Apesar dos constantes apelos de Bolsonaro aos evangélicos, ele está longe de contar com a unanimidade dessas denominações religiosas. Os que avaliam negativamente o governo passaram de 32% para 35%, e os que o veem de modo positivo foram de 35% para 32%. Só 21% dos católicos olham o governo com bons olhos — antes, 25%. E os que pensam o contrário foram de 46% para 50%.
A avaliação negativa supera a positiva, diga-se, em todos os cortes possíveis: região, idade, renda, escolaridade. E com larga vantagem.
ECONOMIA
Subiu de 62% para 68% em um mês os que dizem que a economia piorou, e oscilou de 16% para 13% os que pensam o contrário. Caíram de 50% para 44% os que vislumbram uma melhora na área nos próximos 12 meses, e saltaram de 25% para 32% os que acham que vai piorar.
Com o avanço da vacinação, os que veem a pandemia como um dos principais problemas despencaram de 41% em julho para 28% agora. Há dois meses, só 10% apontavam a economia uma de suas preocupações principais. O índice mais do que dobrou: 21% — na sequência, vem o desemprego, com 14%.
Esses dados parecem explicar o que, hoje, é uma marcha batida para a derrota de Bolsonaro.
A estridência golpista, tudo indica, não está ajudando. E a inflação e o desemprego, parece, ajudam a leva-lo para o buraco.
Talvez Bolsonaro devesse tentar governar o Brasil em vez de produzir arruaça. Quem sabe...
Se bem que, desastrado como é, talvez bastasse fechar a boca e não fazer nada.
É pouco provável que o comportamento o levasse à vitória. Mas o país ficaria mais tranquilo, não é mesmo? O bom senso e o bom gosto ficariam gratos.
Por Reinaldo Azevedo
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