Vetada por Bolsonaro e ressuscitada pelo Congresso, a federação partidária é uma malandragem inventada pelos partidos que não conseguem 2% dos votos nacionais. Os congressistas legalizaram o desrespeito a uma regra que eles mesmos aprovaram em 2017 para bloquear o acesso de legendas sem voto aos cofres do Tesouro Nacional, aos horários de televisão e a dezenas de empregos públicos. Federando-se, os partidos poderão manter suas benesses, fazendo o eleitor de idiota.
Virou fumaça a chamada cláusula de barreira. Prevê o rebaixamento de partidos que não obtiverem na eleição de 2022 ao menos 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados. Na eleição de 2026, o índice da degola subiria para 2,5%. Em 2030, bateria em 3%.
Levantamento do Diap, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, constatou que 15 dos 33 partidos em funcionamento no Brasil não conseguiram obter 2% dos votos nas eleições de 2020 para as câmaras de vereadores. Os caciques da oligarquia partidária entraram em pânico. Se repetissem o fiasco em 2022, quando estarão em jogo as cadeiras na Câmara federal, perderiam verba, TV e cargos legendas como PCdoB, Rede, PV, PSOL, Pros, PTC e Novo.
Juntando-se numa federação de duas ou mais legendas, os nanicos continuarão avançando sobre o bolso dos brasileiros que lhes sonegaram o voto. Vai para o beleléu a intenção de enxugar o quadro partidário nacional. Noutros tempos, o Brasil era visto como país do jeito pra tudo. Virou um país que não tem jeito.
Por Josias de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário