quarta-feira, 29 de setembro de 2021

ANS revela-se veloz como cágado com Covid



A Agência Nacional de Saúde (ANS) movimentou-se no caso da Prevent Senior com a velocidade de um cágado perneta acometido de Covid. Entrou em campo com um ano e seis meses de atraso, empurrada por um dossiê preparado por uma dúzia de médicos e pelo alarido da CPI da Covid.

Em março de 2020, quando a pandemia engatinhava no Brasil, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo pediu intervenção nos hospitais da Prevent Senior. O Ministério Público paulista instaurou uma investigação criminal. O então ministro da Saúde Henrique Mandetta mostrou-se preocupado, pois a rede hospitalar da Prevent concentrava 58% das mortes por Covid em São Paulo.

Nessa época, receitar cloroquina ainda fazia parte da vida. E a Agência Nacional de Saúde não saiu do lugar. Hoje, quando a prescrição da cloroquina faz parte da morte, a Prevent é acusada de maquiar prontuários para sumir com cadáveres da Covid. ANS informa que farejou indícios de que a operadora receitou os remédios ineficazes do kit Covid sem comunicar aos pacientes.

A agência reguladora autuou a operadora de Saúde, concedendo prazo de 10 dias para a apresentação sua defesa. A ANS não está sozinha em sua lentidão. Os conselhos médicos continuam paralisados. O Ministério Público de São Paulo acaba de constituir uma força tarefa para varejar a Prevent. Os médicos que testemunharam o drama por dentro continuam escondidos atrás de um dossiê anônimo.

Por Josias de Souza

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