Brasília observa os movimentos de Jair Renan com olhos de espanto. O filho Zero Quatro do presidente da República desfila pela Capital com ares de um novo escândalo que espera na fila para acontecer. Por enquanto, é apenas uma suspeita que ainda não se concretizou. Mas a violação ao Código Penal toma forma, e vem vindo. Depois, o pai do rapaz culpará a imprensa de perseguição.
A semana começou com a notícia de que Jair Renan, um buliçoso rapaz de 23 anos, mudou-se com a mãe para uma mansão no bairro mais chique de Brasília avaliada em R$ 3,2 milhões. Ficaram boiando na atmosfera as dúvidas sobre o valor do aluguel e o responsável pelo pagamento. A semana termina com a descoberta de que o prodígio mais jovem da família Bolsonaro abriu sua empresa de eventos em Brasília servindo-se dos bons préstimos do lobista Marconny Albernaz de Faria.
Marcony é investigado pela CPI da Covid como intermediário da Precisa Medicamentos, uma logomarca que frequenta o relatório final da investigação parlamentar no capítulo que trata da picaretagem do mercado de vacinas. Definitivamente, não foi uma boa semana para Jair Renan, que já é alvo de investigação do Ministério Público Federal sob a suspeita de cometer o crime de tráfico de influência ao abrir a maçaneta de ministros para empresários.
A explicação oficial é que Jair Renan tornou-se mais uma vítima de procuradores esquerdistas do Ministério Público e da imprensa comunista. A tese do complô é reconfortante. Não há melhor alternativa. Ou é mais um complô para embaraçar o presidente ou o país está diante de um fabuloso mal-entendido, de uma sequência impressionante de coincidências maliciosamente interpretadas que acabou fazendo um filho modelo de um pai exemplar parecer um malandrão.
Por Josias de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário