quarta-feira, 11 de março de 2020

Língua tóxica de Bolsonaro desestimula investidores


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Noutros tempos, presidentes da República viajavam ao exterior para construir uma imagem positiva do país. Hoje, quem ouve Jair Bolsonaro falar nos Estados Unidos sobre a nação que ele preside fica com a sensação de que Brasil já acabou e as pessoas não se deram conta.

No Brasil descrito por Bolsonaro a Justiça Eleitoral é uma ramificação do Judiciário incompetente o bastante para engolir fraudes que tentaram tungar o seu próprio mandato. E o Congresso, embora já tenha aprovado a reforma trabalhista sob Michel Temer e a reforma previdenciária na atual administração, é um antro de conspiradores contra o interesse nacional.

Só uma coisa se salva no Brasil de Bolsonaro: o próprio Bolsonaro. O presidente inclusive melhorou muito desde a campanha de 2018. Antes, dizia não entender nada de economia. Encostou sua ignorância no Posto Ipiranga. Agora, considera-se um especialista. Tão bom que consegue decifrar em uma palavra a crise que quebra a cabeça de economistas do mundo inteiro: é "fantasia", diz Bolsonaro, invencionice da mídia.

No Brasil de Bolsonaro, o presidente negocia o orçamento impositivo com os parlamentares e depois atiça as ruas contra o Parlamento. É como se o presidente quisesse se consolidar como uma espécie de conto do vigário no qual os parlamentares caíram.

Bolsonaro chama de fraudulentas as urnas que o elegeram. Não exibe as provas que diz possuir. O presidente faz tudo isso em meio a uma crise que ele assegura ser fantasiosa. Um presidente assim parece capaz de tudo, menos de produzir a tranquilidade que estimularia investidores estrangeiros a colocarem dinheiro no Brasil.

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