Ernesto Araújo: ele é uma das expressões da nova moralidade vigente no poder |
Leiam o que informa a Folha:
No início do mandato, Bolsonaro distribuiu cartilha de regras que veta prática realizada por chefe do itamaraty
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A mulher do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pegou carona em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para passar férias em Paris, na França.
O voo da carona foi agendado pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) para o deslocamento do ministro a um encontro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) na capital francesa, de 20 a 25 de maio deste ano.
A esposa do chanceler, Maria Eduarda de Seixas Corrêa, também é diplomata e trabalha como chefe da Divisão de Treinamento e Aperfeiçoamento, um setor administrativo responsável pelo aprimoramento de funcionários no Itamaraty.
Ela, que foi e voltou com a aeronave oficial, ficou em Paris como turista, sem pagar passagem e compartilhando o quarto com o marido. A hospedagem foi custeada pelo governo, uma vez que Ernesto estava em missão oficial.
Os voos da FAB são requisitados por autoridades com o propósito de cumprir agendas de trabalho. Poucos dias antes de assumir o Palácio do Planalto, o então presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), distribuiu uma cartilha com normas e procedimentos éticos que seus subordinados deveriam seguir.
No capítulo reservado aos voos oficiais, a cartilha estabelece que somente o ministro e a equipe que o acompanha no compromisso podem utilizar as aeronaves.
As justificativas para a solicitação dos voos precisam ser, ainda de acordo com a cartilha, por motivos de segurança e emergência médica ou por viagem a serviço.
O casal se hospedou no Hotel Bedford, localizado no centro histórico de Paris, a menos de três quilômetros da avenida mais famosa da cidade, a Champs-Élysées. Tradicional, o hotel é conhecido por ter abrigado o imperador brasileiro Pedro 2º e o maestro e compositor Heitor Villa-Lobos.
Segundo o site do estabelecimento, as diárias variam de 160 euros (R$ 734) a 490 euros (R$ 2.250) mais taxas, que mudam de acordo com o número de ocupantes. A assessoria de imprensa do Itamaraty confirma que a mulher do ministro foi para a França de férias, tendo se hospedado com o marido, mas disse que os custos de alimentação foram bancados por ela.
O decreto 4.244/2002, que dispõe sobre os voos da FAB, permite o uso da frota "somente" para o transporte de vice-presidente, ministros do Estado, chefes dos três Poderes e das Forças Armadas, salvo nos casos em que há autorização especial do ministro da Defesa.
(…)
Para ficar no elementar:
todos sabem que o custo para abrigar duas pessoas no quarto é distinto do custo para abrigar uma. Assim, os cofres públicos pagaram a passagem da distinta senhora em sua viagem de férias a Paris e também a hospedagem.
todos sabem que o custo para abrigar duas pessoas no quarto é distinto do custo para abrigar uma. Assim, os cofres públicos pagaram a passagem da distinta senhora em sua viagem de férias a Paris e também a hospedagem.
Ah, mas o avião iria de qualquer jeito, né? É verdade! Para levar pessoas que estavam viajando a trabalho.
A ser assim, pelo mesmo critério, podem-se abrigar cunhada, sogra, vizinha, melhor amiga…
Olhem que dá até para discutir se voos dessa natureza, num momento em que é preciso fazer economia, não deveriam ser de carreira mesmo. Desconfio que, mesmo em classe executiva, a depender do número da comitiva, haveria economia.
Sim, iniciei contagem regressiva para que os de sempre comecem a perguntar, como é mesmo?, "se o PT não roubou muito mais".
Bem, ainda que a pergunta fosse procedente, não arbitro campeonato para saber quem rouba mais, quem mama mais, quem mais desrespeita as leis.
A carona é legal?
Resposta: não!
Por Reinaldo Azevedo
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