segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Maia acerta: alinhar-se com pacote de Moro é ser cúmplice de homicídios


Rodrigo Maia e Felipe Francischini: presidente da Câmara disse a coisa certa sobre pacote de Moro. O pós-criança Francischini, que não é nem preto nem pobre, preferiu a tolice… Diante de cinco cadáveres, ele prefere defender o texto homicida do ministro da Justiça

Parlamentares que vierem a concordar com as duas alterações que Sergio Moro que fazer no Código Pena devem ser chamados, por óbvio, de cúmplices de uma política homicida, que passaria a valer, então, em todo o território nacional. Pode ser chamada, sem exagero, de Política de Abate de Pobres e Crianças. 

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, disse a coisa certa nas redes sociais, afirmando ser necessária "uma avaliação muito cuidadosa e criteriosa sobre o excludente de ilicitude que está em discussão no Parlamento". E acrescentou: "Qualquer pai e mãe consegue se imaginar no lugar da família da Ágatha e sabe o tamanho dessa dor. Expresso minha solidariedade aos familiares sabendo que não há palavra que diminua tamanho sofrimento".

Moro, claro, reagiu compartilhando mensagem do deputado Felipe Francischini (PSL-PR), presidente da CCJ, que deve ter alguma dificuldade para entender o sentido das palavras. Escreveu o notável parlamentar: "O projeto é bastante claro quanto às hipóteses e limites. Não há carta branca para matar". 

Excluindo-se a má-fé da afirmação, restam duas hipóteses: analfabetismo funcional ou ignorância sobre os termos do projeto. A alteração proposta do Artigo 23 do Código Penal torna legítima defesa o que o juiz achar que é legítima defesa, pouco importando os excessos; e a mudança que se quer no Artigo 25 permite o assassinato preventivo, que é o que faz Wilson Witzel. Se algumas crianças pobres — não é o caso de Felipe Francischini, que não é nem preto nem pobre, restando dúvidas se moralmente ainda pode ser considerado uma criança… — morrem no meio do caminho, fazer o quê? 

Essa era da estupidez há de passar. Vamos ver a que custo.

Por Reinaldo Azevedo

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