Documento que atesta que filha de Janot era advogada da OAS. Ninguém disse que ela era da área criminal |
Como já deixei claro aqui, os textos que motivaram a fúria homicida de Rodrigo Janot, da qual ele não demonstra nenhum arrependimento — ao contrário até: volta a atacar Gilmar Mendes, a quem queria matar —, foram publicados por mim, neste blog.
Ocorre que Janot conta uma mentira na entrevista ao Estadão. Diz:
"Foi [a intenção de matar Gilmar Mendes] logo depois que eu apresentei a sessão (…) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal… e aí eu saí do sério"
Falso!
Os textos em que informo que Letícia Ladeira Monteiro de Barros era advogada da OAS e da Odebrecht estão aqui e aqui.
Nem um nem outro dizem que a doutora era advogada na área criminal. Tanto é assim que reproduzo uma petição da OAS, assinada por ela, endereçada ao Cade.
Apenas apontei o óbvio. Janot acusava o impedimento de Gilmar Mendes para atuar no caso Eike Batista porque este era cliente, NA ÁREA CÍVEL, do escritório do advogado Sérgio Bermundes. Guiomar Mendes, mulher do ministro, é uma das advogadas associadas a esse escritório — mas não atuava em caso nenhum relacionado ao empresário.
Fato. A filha de Janot não atuava na área criminal, a exemplo de Guiomar. Mas havia uma diferença: ela efetivamente advogava para as duas empreiteiras.
Observei o óbvio: pelos critérios do então procurador-geral, Mendes não estava impedido de atuar no caso Eike, mas ele próprio, Janot, estava impedido de conduzir questões relativas às empreiteiras.
Reitero: os textos eram meus, não de Mendes, que não é jornalista. É mentira: não se dizia que Letícia atuava na área criminal. Aliás, não se imputava à doutora nenhuma irregularidade.
Os posts apenas cobravam coerência de Janot.
Não que eu acreditasse nela.
Por Reinaldo Azevedo
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