Jair Bolsonaro sancionou nesta sexta-feira (27), com vetos, o projeto que muda regras eleitorais e normas de prestação de contas dos partidos políticos. Manteve intacto o trecho que abre brecha para o caixa dois. E criou um tipo novo de veto presidencial: o veto para bolsonarista ver.
Na boca do palco, Bolsonaro tocou o tambor dos vetos, como pediam seus súditos nas redes sociais. Na coxia, dançou a coreografia da enganação. Entregou de bandeja à banda arcaica do Legislativo uma semana de prazo para derrubar os vetos. O centrão se equipa para restabelecer trechos da lei duros de roer.
No Planalto, o esforço concentrado é tratado como algo "normal". Nos subterrâneos do Legislativo, a coisa ganha a forma de um tour-de-farsa. Um senador contou que o ritmo de toque de caixa foi combinado entre Bolsonaro e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre.
De todos os vetos que podem ser revistos pelos parlamentares, o mais radioativo refere-se a artigos que previam que o valor do fundo eleitoral —aquele que financia as campanhas com verbas públicas—, fosse definido pela Comissão de Orçamento, sem um limite.
Com o veto de Bolsonaro, ficou valendo o limite de R$ 1,8 bilhão para fundo que custeará as eleições municipais de 2020. É o mesmo valor da eleição de 2018, corrigido pela inflação. Sem o veto, instaura-se o vale-tudo.
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