segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Weintraub usa MEC em guerra contra Wikipédia para controlar seu verbete


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Além do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e de seu vice, Hamilton Mourão, apenas três dos 22 ministros do governo federal têm suas biografias blindadas na Wikipédia, enciclopédia on-line escrita de forma colaborativa. 

A blindagem é feita após longo processo de discussão entre os membros da plataforma e busca proteger a trajetória de figuras públicas envolvidas em polêmicas de atos de vandalismo e fake news.

O ministro Sergio Moro (Justiça) está nessa lista. Ele é alvo desde junho de reportagens do site The Intercept Brasil e de outros veículos, inclusive da Folha, que expuseram a sua proximidade com procuradores da Lava Jato e colocaram em dúvida a sua imparcialidade enquanto juiz federal da operação. 

Damares Alves, titular da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, também tem esse status. Ela é colecionadora de manifestações polêmicas, como "menino veste azul e menina veste rosa". 

O terceiro ministro, no entanto, entrou nesse grupo porque encampou uma guerra pessoal contra a Wikipédia.

Abraham Weintraub foi escolhido titular da Educação do governo de Jair Bolsonaro para apagar o incêndio deixado pelo seu antecessor, Ricardo Vélez Rodrigues. 

Weintraub diz não concordar com a sua biografia na versão lusófona (para falantes de língua portuguesa) da enciclopédia. Sua página foi criada em 8 de abril deste ano, mesmo dia em que foi anunciado ministro de Bolsonaro.

Weintraub já pediu em junho, por meio da assessoria do ministério, para que sua biografia na enciclopédia fosse apagada. Usou a mesma assessoria para editar informações classificadas por ele de "equivocadas" e que têm a intenção de contribuir para "interpretações dúbias". Após várias tentativas de modificações desfeitas por editores da plataforma, ameaçou processar a Wikipédia na Justiça.

Segundo as regras da enciclopédia, edições de conteúdo só podem ser feitas se estiverem amparadas por fontes verificáveis, como documentos públicos e reportagens. O biografado não pode, como buscou Weintraub, entrar na própria página e apagar informações reais e já tornadas públicas, principalmente as que mancham a própria trajetória.
(…) 

Na Folha.

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