A Embraer quer congelar salários dos empregados nas duas fábricas em São José dos Campos (SP). A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, que negocia com a fabricante de aeronaves o reajuste. Segundo a entidade, o índice zero de aumento foi a proposta patronal apresentada nesta quarta-feira (11). A data-base da categoria é em setembro.
A discussão sobre o reajuste envolve também outras empresas do setor aeronáutico e que são representadas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). São elas a Latecoere, em Jacareí; e Sonaca, Pesola, Alestis e Aernnova, em São José dos Campos.
A Embraer não quis comentar o assunto e a Fiesp informou que o processo negocial está em andamento e há previsão de nova rodada de negociação para a próxima semana. Juntas, segundo o sindicato, que representa 14,5 mil empregados nas seis empresas.
A contrapartida ao congelamento dos salários, também segundo o sindicato, é o pagamento de um abono de R$ 2,5 mil aos trabalhadores da Embraer e R$ 1 mil nas demais empresas. Pelo acordo proposto, os salários deixam de ter a correção inflacionária acumulada desde o último aumento, em setembro de 2018. O índice foi de 3,4%, medida pela inflação oficial (IPCA).
O sindicato também diz que a discussão com a Embraer e a Fiesp contemplou a proposta de acabar com a estabilidade aos trabalhadores lesionados.
Pela lei, o funcionário que adquirir doença durante o trabalho tem direito à garantia de emprego por um ano a partir do término do auxílio-doença. A cláusula também faz parte da convenção coletiva da categoria há mais de 40 anos.
Motivo
Segundo o diretor do sindicato, Herbert Claros, o motivo alegado para as medidas propostas pelas empresas foi a crise.
"Internamente e para o mundo a Embraer diz que está a mil maravilhas, mas na mesa de negociação diz que está em crise e que precisa fazer reduzir custos. Os dados de entrega estão em dia e dentro da fábrica estão liberando horas-extras. Empresa que está em crise não autoriza hora extra", defendeu.
No G1 Vale
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