Certos auxiliares de Bolsonaro parecem tolos, falam como tolos. Mas não se engane. Eles realmente são tolos. Deve-se ao secretário especial de Cultura Mario Frias a penúltima tolice do governo. Ele editou portaria para proibir a exigência de comprovante de vacina em eventos culturais que recorreram à Lei Rouanet para captar recursos.
A medida de Mario Frias é uma variante com pretensões intelectuais do conhecido vírus do puxa-saquismo. O mesmo que infectou o ministro Onyx Lorenzoni, do Trabalho, levando-o a imaginar que seria uma boa ideia proibir por portaria a demissão de não vacinados ou a exigência de comprovante de vacina para efetivação de contratos de trabalho.
Numa época em que o mundo aprende a lidar com a inteligência artificial, autoridades do governo reverenciam a ignorância natural do chefe. Os tolos sempre acham outros tolos para reverenciá-lo.
A estupidez governamental aumenta na proporção direta da redução do número de infectados e de mortos por Covid. Efeito da vitória da vacinação. Uma evidência de que o brasileiro sabe que a diferença entre a estupidez e o bom senso é que a estupidez tem limites.
A exemplo de Onyx Lorenzoni, Mario Frias ainda não conseguiu produzir nada de notável no governo. Mas no seu caso, a cultura serve pelo menos para a plateia dimensionar a ignorância que viceja sob Bolsonaro. A portaria do secretário, por inconstitucional, terá efeito nulo. Cinco partidos patrocinam projeto de resolução para derrubar a maluquice no Congresso. Se demorar, o Judiciário derruba antes.
Por Josias de Souza
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