É Bonito Ser "Burro" ( Por Felicio Vitali)

Felicio Vitali

Depois que alguns empresários fizeram vídeos favoráveis ao tal "lockdown vertical" e o presidente da republica fez um pronunciamento na mesma linha, as redes sociais bombaram e mais uma vez polarizaram o assunto.

Teve o caso de gente que se propunha declarar em cartório, ser únicamente sua, a responsabilidade de deixar o recolhimento domiciliar.

Bem, como eu já tô crescidinho, não acredito nas conversas do Whatsapp, prefiro seguir as orientações dos técnicos, mundialmente difundidas. Também, entendendo que tanto o presidente como os empresários e demais apoiadores são suspeitos de inconfessáveis interesses, fui atrás de entender melhor o tal "lockdown vertical".

A historinha, para acalentar bovinos, se resume num ISOLAMENTO TOTAL de pessoas mais expostas ao risco de morrer, portanto menos resistente ao vírus. As demais pessoas, fora dos grupos de risco e, teoricamente, menos vulneráveis ao vírus, ficariam liberadas para fazer o que bem entendessem. Inclusive para transmitir o vírus uns aos outros.

Aí me deparei com o artigo do colunista Marcos Silveira, que já tinha estudado o assunto. Ele, junto com alguns consultores estatísticos, fez o que os "entendidos" não fizeram e foi atrás de ver quem são e como vivem essas "pessoas do risco".

Baseados no último senso, de 2010, quando o país ainda tinha 190 milhões de habitantes, descobriu-se que uma grande parte dos idosos (um total á época de 9.238.619 pessoas), dividem seus domicílios com filhos, netos e outros familiares. Desses, quase 7,8 milhões moram nas cidades e outros quase 1,4 milhões moram no campo.

Ainda baseado nos números do CENSO de 2010, verificou-se que a média de moradores em cada domicílio brasileiro, não só nos de grupos de risco, é de 3,2 pessoas.

Como as pessoas com potencial de risco, dividem seus domicílios com familiares, em alguns casos com mais de 6 pessoas, por PURA NECESSIDADE e não por outras razões, conclui-se que o isolamento PURO e SIMPLES, como é sugerido pelos pregadores da teoria, é simplesmente IMPOSSÍVEL de se realizar. Porque, para separar os idosos dos demais familiares, alguém vai ser empurrado pra MORAR NA RUA.

Diante desse quadro, a única condição de praticar o tal ISOLAMENTO VERTICAL seria com a disponibilização de 2,8 milhões de NOVOS domicílios. Isso pra isolar só a velharada, sem contar com outros grupos de risco, que também dividem seus domicilios com outros familiares.

Bom esclarecer que estamos tratando de números estatísticos e não com os cabalísticos números de 5 ou 7 mil óbitos, apregoados pelos "experts" em "LOCKDOWN VERTICAL", que não explicam de onde eles foram tirados, já que NENHUM país do mundo usou essa idéia, para que pudessem ter base argumentativa séria.

Como não estamos na China, com certeza as moradias não ficariam prontas antes do controle da pandemia e, portanto, teríamos mais covas que casas para acomodar o pessoal dos grupos de risco.

Assim, podemos concluir que o tal "LOCKDOWN VERTICAL" só funciona para o pessoal que está mais preocupado com o seu negócio e quer mais que o povo se exploda, pois sua base de raciocínio é o seu mundinho, onde o vovô e a vovó tem a sua casa própria e só aceita dividi-la com a criadagem e assim mesmo, lá no quartinho, também, usado como depósito de entulho e com o papel higiênico de segunda.

O pior de tudo, é que tem alguns idiotas que acham BONITO SER BURRO, participando espontaneamente desse hospício. Ou então, se tem consciência dessa besteira, trata-se de coisa muito pior: TENDÊNCIA GENOCIDA.

Se o "troço" fosse sério mesmo, o maior interessado nisso seria o ministro da economia, que está mais quieto que as vítimas fatais do vírus. Ou alguém já viu algum pronunciamento do "Posto Ipiranga", apoiando esse devaneio?