A Procuradoria Geral da República pediu ao STF para arquivar o inquérito que investigava se a Odebrecht havia feito repasses irregulares ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e a seu pai, Cesar Maia.
Na Era da Destruição da Política, que preparava o terreno para a ascensão de Bolsonaro, Maia foi um dos acusados pela baciada de delatores da empreiteira. Duvido que tenha havido algo parecido no mundo. Ou que ainda haverá.
Seu nome foi parar na boca do sapo das redes sociais, mas ele sobreviveu politicamente, o que foi bom. Resistiu a dois anos de iniquidades do governo Bolsonaro, mantendo a racionalidade necessária na Câmara.
No pedido que faz agora de arquivamento, afirma a PGR:
"Forçoso reconhecer que a apuração não reuniu até o momento suporte probatório mínimo (justa causa em sentido estrito) que ampare o oferecimento de denúncia. Assim, não havendo lastro probatório mínimo para o oferecimento de denúncia com perspectiva de êxito, justifica-se o arquivamento deste inquérito".
Há um outro inquérito que apura supostas doações irregulares da OAS.
Talvez o país um dia ainda se livre desse flagelo. Delatores caem nas teias da investigação, fazem as acusações e, por um bom tempo, suas palavras viram lei. E os acusados que se virem.
Depois de toda a expiação pública, vem agora uma espécie de "nada consta". Vale dizer: só há a palavra dos delatores, interessados em obter vantagens com a delação. Não há uma miserável prova que evidencie o que disseram.
Tanto melhor, claro!, que seja essa a posição da PGR.
Mas sabemos qual é o custo do modo que as delações assumiram no Brasil.
Foi esse método de combate à corrupção que nos empurrou para a lama em que estamos.
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