NOS EUA - Grupo nacionalista na Geórgia: antissemitismo |
Dois dos maiores gênios da Humanidade, Einstein e Freud, ambos judeus, trocaram ideias sobre o tema “Por que a Guerra?” A iniciativa foi uma proposta da Liga das Nações e do seu Instituto Internacional para Cooperação Intelectual a Einstein para convidar uma pessoa e debater a questão urgente da humanidade, assim, por ele formulada: existe alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra?
O físico parecia ansiar por mecanismos práticos, efetivos para evitar a repetição da I Guerra Mundial. A correspondência, datada de 30 julho de 1932, foi respondida no mês seguinte. Não há, apesar da soma da genialidade, resposta definitiva. O pacifismo compartilhado, em profundidade, deixa alertas notáveis: “O homem encerra dentro de si um desejo de ódio e destruição. Em tempos normais, esta paixão existe em estado latente, emerge apenas em circunstâncias anormais; é, contudo, relativamente fácil, despertá-la e elevá-la à potência de psicose coletiva”, escreveu Einstein.
“O Pai da Psicanálise”, em texto longo e ensaístico, conclui com um aceno de esperança: “A guerra se constitui na mais óbvia oposição à atitude psíquica que nos foi incutida pelo processo de civilização […] simplesmente não podemos nos conformar com ela […] nós, os pacifistas temos uma intolerância constitucional à guerra […] Pode não ser utópico que a atitude cultural e o justificado medo das consequências de uma guerra futura, venham resultar, dentro de um tempo previsível, em que se ponha um término à ameaça da guerra […] tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra”.
Vã esperança. No sub-solo em que pisavam aqueles benfeitores da humanidade, camadas tectônicas conduziam a sociedade ao mais sombrio e devastador conflito da história, a II Guerra Mundial, movida por uma doutrina inebriante e um líder monstruoso.
Esquecer nunca. Lembrar sempre. Todo dia, inclusive, 27 de janeiro. É recomendável a leitura do livro de autoria do Primo Levi. Chego a pensar que não houve sobreviventes porque não dormiam: “mergulhavam no sono amargo e intenso”; que não comiam senão “a ração, um tijolo cinzento”, chamado pão; não respiravam, senão, “o cheiro nauseabundo da imundice”. A morte antecipada chegava com a nudez da dignidade humilhada: “vermes sem alma”
A praga totalitária sai do inferno para destruir, insidiosamente, o tecido da democracia, esta sim, a mais poderosa das armas de combate. Democracia não maltrata. Não faz guerra. E não perdoa os ecos da voz criminosa de Joseph Goebbels.
Esquecer nunca. Lembrar sempre.
Por Gustavo Krause
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